Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Qual o nosso futuro mediante isso?

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Já escrevi aqui que atualmente que muitos pais não possuem o menor compromisso com a educação dos filhos, deixando isso a cargo da escola. Preferem algo mais cômodo (omissão) e mais 'da moda', pois hoje o quente é ser amigo do filho, e não mais pai e mãe.
Cobrar ações corretas, punir comportamentos inadequados, dizer não, colocar de castigo e dar exemplos positivos é algo que eles não possuem a menor intenção.

Esta semana me deparei com mais uma dessas situações proporcionadas por estes 'fantásticos' pais. Uma criança quebrou algo do prédio onde mora, e quando o pai foi interpelado preferiu dizer que isso era coisa de criança, uma traquinagem. Imagino que ele deva imaginar que isso é normal, e por isso nada precisa ser dito ao filho.
Quando é que essa criança aprenderá responsabilidade, convívio social, limites? Se o pai acoberta isso, quem será capaz de segurar esta criança? De imediato creio que ninguém, mas no futuro certamente a polícia terá condições de fazer isso, porém de um modo muito mais doloroso para todos.

Eu me pergunto qual será o nosso futuro mediante isso? Se criaremos cada vez mais uma geração de pessoas que não conhecem limites, bom senso - eita termo cafona, brega esse né? , respeito ao próximo, cidadania, responsabilidade, empatia.

O que imagino é cada vez mais pessoas isoladas em suas casas, sem nada de lazer ou diversão para a comunidade, pois se algo que é para todos é destruído por alguém, e nada pode ser feito contra pois isso é normal, por que quem não faz isso se sentirá motivado para ajudar a manter? Não faz sentido. Então cada vez mais evitaremos lugares públicos já que lá nada pode ser feito, e nos limitaremos aos domínios de nossa residência pois ao menos por enquanto lá dentro podemos impor os limites necessários.

Cada vez pessoas mais isoladas, mundos compostos somente por uma única família.

O que fazer? Infelizmente não temos muito o que fazer em termos legais pois nosso país protege os infratores, no entanto creio que os que possuem um pouco desta consciência devam divulgar isso de todas as formas, à todas as pessoas com quem se relacionarem. Infelizmente muitas pessoas somente replicam o que vêem outras fazendo, então se preferem copiar que copiem bons exemplos.

E mais do que falar coisas certas é necessário fazer coisas certas. Nada daquele discurso de "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço". Isso não funciona, e funciona menos ainda com crianças.

Deixo vocês com este vídeo que demonstra exatamente o poder do exemplo.



quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Da série "Das coisas que não entendo"

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Vejo algumas frases por aí e não consigo entender o motivo de sua existência. Criarei esta série para publicar estas frases.

"Nesta lotérica saiu mais um ganhador da Mega-sena".

Qual o sentido desta frase? Por acaso o fato de alguém ter ganho nesta lotérica aumenta a possibilidade de outras pessoas ganharem?
Segundo o site da Caixa a probabilidade de alguém acertar as 6 dezenas é sempre de 1 para cada 50.063.860.
Probabilisticamente a chance de ganhar não sofre acréscimo nenhum, e estatisticamente a ocorrência de um novo ganhador está mais distante, pois já houve um recentemente.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Comprometimento

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Quem acompanhou o noticiário desta semana viu o desespero em que as bolsas do mundo todo se encontram devido a uma possível recessão norte-americana. Bolsas despencando muitos pontos percentuais, perdas no Brasil de vários bilhões de reais em um único dia.

Não sou economista, então o que expressarei aqui não tem um valor acadêmico, mas somente um valor de alguém que não entende porque permitem essa bagunça toda no mundo.


Há um tempo li em uma reportagem uma pessoa defendendo o investimento em bolsa de valores, e os motivos alegados por eles foram muito bons, tanto que considero esta hipótese atualmente. Ele alegou que o valor investido na bolsa é um dinheiro útil, pois auxilia empresas a crescerem, produzirem mais, gerarem mais empregos, enfim, é um dinheiro que beneficia muitas pessoas, direta e indiretamente. É um dinheiro mais ‘social’. Enquanto que aluguéis, imóveis, essas coisas geram dinheiro somente para uma pessoa, não ajudam a construir nada, a ‘girar’ o dinheiro. Achei bem plausível o argumento.


E realmente muito se tem investido na bolsa de valores. Mas aí vem uma previsão de problema em algum canto do mundo e pronto, fortunas são perdidas da noite para o dia. E por quê? Por que os investidores retiram rapidamente o dinheiro de onde possa não mais render o que eles estavam esperando e investem em outro lugar, ou deixam de investir aquele dinheiro por um tempo. E isso faz com que a economia perca muito do dinheiro, as indústrias deixam de ter dinheiro para continuar sua produção ou expansão. E as empresas diminuindo produção possivelmente desempregos ocorrerão, salários serão diminuídos, gerando mais recessão ainda. É uma bola de neve.


E aí eu pergunto. Onde entra o comprometimento do investidor? Porque alguém comprometido lutará pelo bem daquilo onde ele está engajado independente de estar passando um bom ou mau momento. Ele sente que ele faz parte daquilo, e, portanto precisa lutar pelo melhor. E é isso que não existe na bolsa de valores. O menor tropeção de um presidente é o suficiente para que bilhões de dólares sumam imediatamente das empresas. Não existe nenhum tipo de comprometimento, a não ser com seu próprio bolso, seu egoísmo, sua ambição desmedida e inconseqüente.


E pelo que vejo e já vi sei que com o tempo tudo se ajeita, se um país está passando por um mau momento certamente outros aparecerão neste momento de crise para suprir a oferta, ou então com pouco tempo o país estabilizará e tudo voltará ao normal. Como diz a sabedoria popular “Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe”.


Traçarei um paralelo com os bancos. Os bancos possuem alguns tipos de investimento que oferecem rentabilidade maior do que o da poupança, e em cada um destes investimentos é feito um contrato entre as partes. Normalmente há uma carência onde a pessoa não pode retirar o dinheiro antes de determinado tempo, e caso precise perderá certo valor. Pode até soar como ruim para o cliente, mas isso de certo modo gera um comprometimento entre o investidor e o banco. O investidor dá a ‘palavra’ ao banco que por n meses o dinheiro dele estará disponível. E esta estabilidade permite ao banco se programar para o futuro. Agora imaginem se em qualquer tipo de investimento não houvesse esse comprometimento. Amanhã surge um novo tipo de investimento, que os bancos por força de lei não podem oferecer, e este investimento gera lucros maiores do que os atuais. Quem não retiraria imediatamente o dinheiro de onde está e passaria a investir nesse outro? Creio que ninguém. E o que aconteceria com todos os bancos? Quebrariam da noite para o dia. O tamanho do caos deixo a cargo da imaginação de vocês.


Será que este comprometimento – mesmo que mediante contrato – não é bom? E se é, por que não podemos ter algo semelhante nas bolsas de valores? Imaginem se cada ação comprada a carência mínima de venda seja de um ano, antes disso a pessoa não poderá revender. Isso acabaria com estes especuladores que em questão de horas ficam milionários, acabariam com essa loucura como a dessa semana, poria por água abaixo as estratégias para receberem notícias privilegiadas, pois mesmo que uma ação suba da noite para o dia, a pessoa somente poderia resgatar o dinheiro um ano após, e nesse período muita coisa pode acontecer.


Deixaríamos de ter especuladores e passaríamos a ter investidores comprometidos com o futuro das empresas, do país. As pessoas somente investiriam o dinheiro se acreditarem que aquela empresa é idônea, sólida, de boa administração. Caso contrário seria apostar em algo muito incerto, e ninguém faz isso.


Imagino que esta seja uma idéia louca, mas me digam uma idéia que mudou algo que não foi considerada maluca? Idéias normais provocam evolução do que existe – que pode ser bom ou ruim, enquanto que idéias malucas provocam revolução – que também podem ser boas ou ruins.


Creio que este seja uma das boas.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Direitos humanos são para humanos direitos!!

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“Hoje vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado.

Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência.

Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação, contam com o apoio de comissões, pastorais, órgãos e entidades de defesa de direitos humanos. Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro.

Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma videolocadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.

No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo...

Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? Que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem.”

domingo, 20 de janeiro de 2008

Deixar como está?

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Recentemente foi divulgada na mídia a anulação de um concurso público por fraude onde um ser mais esperto que os demais queria passar de um modo especial. E como a fraude foi descoberta antecipadamente os organizadores foram obrigados a cancelar o concurso.

Imaginem o quanto de dinheiro foi perdido por isso. Desde toda a organização, meses de planejamento, elaboração das provas, impressão, logística, aluguel das salas, organizadores. Isso só na parte da organização, e quanto aos milhares de candidatos? Imaginem quanto dinheiro não foi gasto em concursos preparatórios, deslocamentos até a cidade da prova, alimentação. Nem sei se tem como calcular tudo isso, mas sei que é um valor muito grande.


E tudo isso devido a um ser espertinho. E o que acontecerá com este ser? Pelo que vejo deste nosso país, creio que nada. Quem tem dinheiro o suficiente para bolar e financiar um esquema desses de fraude certamente terá um bom dinheiro para os advogados, e deve ter uma família influente. E na justiça deve ter muitos argumentos para diminuir a pena, se levará em consideração que ele é réu primário, é um amor de pessoa, deve ter tido um momento de bobeira, coisa pequena, e que não irá repetir o fato. Ou seja, alguém em sã consciência planeja um esquema, contrata profissionais, gera um grande prejuízo e praticamente nada ocorrerá. Ou mesmo que vá para a cadeia garanto que em pouco tempo estará em liberdade e prestando novamente o mesmo concurso, ou outros, e quem sabe tentando a mesma estratégia, pois agora ele já sabe o que não fazer para ser pego.


E é essa impunidade que me incomoda muito. Nada de eficaz é feito contra este tipo de pessoa, e isso somente estimula todos a tentarem fazer o mesmo, afinal, ser esperto é que é bom.


Eu tenho uma idéia sobre uma boa punição que este tipo de pessoa de ter. Primeiramente confiscar todos os bens dele, dos pais, filhos, e o dinheiro ser utilizado para cobrir as despesas geradas por ele. Depois o proibir de prestar qualquer concurso pelo resto da vida, nunca mais ele terá a possibilidade de ingressar via concurso, mesmo por vias honestas – se o que for fraudado for um vestibular, impedir a pessoa de se formar em qualquer profissão, deixando-a no máximo com o segundo grau.


Quanta maldade Carlos, a punição não é pesada demais? O que os pais têm a ver com a ação do filho? E ele não pode se arrepender e mudar?


Vamos pensar um pouco, os pais são responsáveis pela educação do filho, são eles que possuem a responsabilidade de formar um cidadão, e se não formaram um, por que estariam isentos? Vejo isso como uma forma de ‘pressionar’ um pouco os pais a agiram na educação dos filhos, ao invés de deixarem para a TV e babás esta função.


E com relação à proibição pelo resto da vida, ele não pode se arrepender e mudar de comportamento? Certamente poderá, mas imagine se essa chance não lhe é tirada. Ele terá totais condições de fazer novamente o mesmo ato, além de incentivar demais pessoas a tentarem, pois sempre terão outra chance. A chance de fazerem as coisas do modo honesto sempre é dada a todas as pessoas, e estes não souberam aproveitar a sua. Daremos chance então aos demais que sabem utilizar a chance. E sem contar que esta pessoa, se perder muito dinheiro para pagar o gasto gerado e nunca mais tiver a chance de atingir seu objetivo provavelmente dirá a qualquer pessoa que pense em fazer isso para não fazer, pois o ‘castigo’ é pesado. Isso gera um desestímulo, e digamos que pode ‘corrigir’ possíveis desvios de conduta de algumas pessoas.


Tudo isso que escrevi pode soar muito forte, muito pesado, não tenho a menor dúvida disso. Mas já pararam para pensar em todos os problemas que temos por querermos ser sempre bonzinhos com as pessoas? É um tal de ‘coitadinho, o pai não o deve ter amado’, ou ‘coitadinho, ainda não aprendeu limite’, ou ‘ele prometeu que não vai fazer de novo’. É uma compaixão desmedida com o infrator e ignorância às perdas dos outros que honestamente lutam por seu lugar.


Certo, mas e quanto ao tempo da punição. Nunca mais ele poderá? Não é demais?


Então vamos pensar o seguinte. Esta pessoa se forma advogado, e anos depois tua família sofreu uma injustiça e recorreu a este advogado. E o atual advogado, com sua esperteza vê que pode conseguir algo muito bom para ele, com sua família perdendo uma causa relativamente fácil. Isso que acontecerá com tua família sumirá depois de quantos anos? A punição ao atual advogado acabou, mas e a punição – injusta – que tua família sofreu? Acabará?

Imaginem quanto advogados, médicos, engenheiros, enfermeiros, políticos podem ter sido beneficiados por nossa compaixão, e podem estar fazendo coisas que marcarão profundamente pessoas até o fim de suas vidas.

O que fazer? Deixar como está?

ps. Citei estas profissões pois elas tem grande responsabilidade sobre a vida das pessoas, podendo modificá-las de um modo muito significativo e rápido.

Palavras

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Eu ocupo este espaço por meio das palavras – e em poucas situações de sons e imagens – o que tem sido um exercício interessante, pois por formação eu sou uma pessoa da área de exatas, que adora números. E uma das belezas que vejo nos números é que não depende de interpretação. Ou é ou não é.

Por exemplo, 2 + 2 sempre serão 4, independente da economia estar em crise, deu estar resfriado, ou ansioso por um novo emprego, ou quase me separando de alguém. Sempre será 4, aqui no Brasil, no Japão, na Índia, na lua, no sol. Em qualquer lugar. Não colocamos a subjetividade humana para modificar o resultado.

Enquanto que nas palavras é possível ‘modificar’ o que foi dito através de interpretações, ou então dizer que tal palavra não foi dita com o significado que todo mundo entende, mas sim com outro significado, que venha a calhar melhor.

Posso exemplificar isso com algo que ocorreu neste começo do ano. Como todos bem sabem no final do ano passado a CPMF foi extinta – sabe-se Deus até quando – e com isso o governo deixaria de arrecadar 40 bilhões de reais anuais. E com a imprensa questionando como o governo faria sem este dinheiro, se criaria novos impostos para a resposta foi que não, que o governo não criaria novos impostos e que não fariam um pacote para cobrir este ‘rombo’. E o que o governo fez neste começo de ano? Aumentou taxa de outros impostos para cobrir este ‘rombo’.

Mas e a palavra do governo? Deixo vocês com a resposta do ministro. É bem interessante ver como palavras não ditas, ou redefinição de algumas palavras é utilizada em prol dos objetivos deles.

O engraçado é que não vi ninguém do governo – de qualquer âmbito – propor punições severas aos corruptos, com confisco de todo o seu patrimônio, diminuição da burocracia estatal, extinção de cargos de confiança, extinção de auxílio-moradia, auxílio-viagem, auxílio-combustível, auxílio-paletó, auxílio-qualquer-coisa-que-se-possa-inventar, de verba de gabinete, de aposentadoria com apenas dois mandatos, melhorar o gerenciamento. Talvez por isso ser tão pequeno que nem precise ser revisto, vai saber.


sábado, 19 de janeiro de 2008

TV influencia?

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Nesses dias ocorreu uma certa polêmica em torno do BBB, onde em uma festa foi oferecido um ‘arsenal’ de bebidas alcoólicas aos participantes, que após ficarem com pouco sangue em seu álcool providenciaram algumas cenas, digamos, não muito dignas de aplausos.

Isso gerou muitos protestos, inclusive no ministério público, e a reclamação mais ‘famosa’ foi a da jornalista Maristela Bairros (vejam matéria), devido ao fato de ter saído na Folha Online.

Não cheguei a acompanhar isso na TV, sei mais o que está acontecendo por meio de matérias em sites, e li várias coisas a respeito do que houve e das repercussões geradas. E a principal discussão foi sobre o que uma emissora de TV permitiu que acontecesse (e divulgar isso) em busca de alguns pontos a mais na audiência. Li muito a respeito e muitos dos argumentos que li diziam que isso influenciava as pessoas, pois associavam o álcool a pessoas ‘famosas’, que estão na TV, que ganharão dinheiro, essas coisas.

É esse o ponto que quero discutir: a influência da TV. Será que ela é realmente responsável por modificar as pessoas para que façam o que esteja sendo transmitido? Tenho minhas dúvidas, afinal de contas fui exposto à mesma ‘radiação’ que todos os outros, e no entanto não passei a beber, dar vexames, querer ficar ‘famoso’ ou dizer que estou com uma ‘nafta’ na boca.

Mas Carlos, você não, mas e quantos não acharão isso legal e farão o mesmo? Não sei, mas certamente muitos, e infelizmente digo isso. Mas então por que eles farão isso enquanto que outros não? É aí que entra o livre arbítrio, seus valores, ensinamentos, postura familiar. Se estas pessoas resolvem passar por cima disso tudo e seguir o ‘belo’ exemplo que vem da TV, isso é uma escolha delas, responsabilidade somente delas. Ou será que a emissora de TV colocou capangas ameaçando as pessoas a aderirem ao que viram? Claro que não, então a TV não determina o comportamento que quem a vê. O que a TV faz – assim como tudo que nos certa – é influenciar, somente isso. Se deixar influenciar ou não é responsabilidade unicamente nossa, e disso não podemos abrir mão.

Não concordo com o que foi exposto, e creio que a emissora deva repensar o que fez, pois para mim ela apelou em troca de audiência (que é igual a mais dinheiro). Li que basta trocarmos de canal e o problema estará resolvido. Concordo quando disser que o seu problema estará resolvido, mas não de todos. Imagine uma loja que venda peças usadas como novas para assim ganhar mais dinheiro. É certo isso? Se respondeu não, então somente não vá mais à loja e tudo estará resolvido, certo? É uma pequena analogia. A emissora é uma empresa que visa o lucro, e tem responsabilidade sobre o que vende, não pode vender qualquer coisa em busca do lucro. Ética e bom senso devem sempre ser levados em consideração.

E voltando ao caso da TV. Se ela pode modificar as pessoas do modo como pensamos então já temos a solução para o mundo. Basta passar programas mostrando a vida da Madre Teresa de Calcutá, do Gandhi, ou Martin Luther King. As pessoas verão e imediatamente passarão a serem boas e pensarem no próximo.

Carlos, não delira!!! As pessoas não passarão a fazerem coisas boas, terem gestos bons só porque viram programas bons. Se elas não fazem isso por princípio, não passarão a fazer. Ah é? Então por que elas passarão a fazer as coisas ruins que vêem, se isso não faz parte dos seus princípios?

Acho que cabe a nós nos esforçarmos para criar pessoas menos influenciáveis, com opinião, valores, de tal modo que sempre que expostas a algo possam analisar se aquilo é ou não bom, se será melhor para elas ou não, e então tomarem a sua própria decisão.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Por quê?

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Por que o céu é azul?
Por que o homem não consegue voar?
Por que andamos com duas pernas?
Por que o bebê não sobrevive sozinho?
Por que precisamos de roupas?
Por que precisamos comer?
Por que paramos de crescer?
Por que ficamos alegres ou tristes?
Por que o homem é o único ser que mata o semelhante?
Por que a água do mar é salgada?
Por que o sangue é vermelho?
Por que envelhecemos?
Por que não podemos viver infinitamente?
Por que fazemos guerras?
Por que vamos à escola?
Por que somos tão diferentes uns dos outros?
Por que fazemos coisas de graça?
Por que não fazemos coisas por dinheiro nenhum do mundo?
Por que nos preocupamos com o que os outros pensam de nós?
Por que mudamos de comportamento ao longo da vida?
Por que criamos o dinheiro?
Por que brigamos pelo dinheiro?
Por que não temos 4m de altura?
Por que não temos visão noturna?
Por que um machucado dói?
Por que trabalhamos?
Por que procuramos diversão?
Por que adoramos feriados?
Por que pensamos?
Por que pessoas agem diferente quando expostas à mesma situação?
Por que não podemos olhar para o sol?
Por que não podemos viver de ponta-cabeça?
Por que nosso corpo não se regenera como na lagartixa?
Por que pulamos tão pouco comparados à outros animais?
Por que ansiamos por liberdade?
Por que matamos e morremos por essa liberdade?

Muitos por quês, e para gerar e responder a estas – e muitas outras – perguntas é necessário pensar, estudar, se dedicar. Ainda bem que tem pessoas que topam esse desafio, senão talvez as cavernas seriam nossos abrigos ainda. Porém muitas pessoas não optam por isso.

Por quê?


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Revoltado ou criativo?

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Recebi este documento há muito tempo. Não sei se é verídico ou não, no entanto isso não é o mais importante. E idéia contida nele é muito boa.

"Há algum tempo recebi um convite de um colega para servir de árbitro na revisão de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de Física, que recebera nota zero. O aluno contestava tal conceito, alegando que merecia nota máxima pela resposta, a não ser que houvesse uma “conspiração do sistema” contra ele. Professor e aluno concordaram em submeter o problema a um juiz imparcial, e eu fui o escolhido.
Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia: “Mostre como se pode determinar a altura de um edifício bem alto com o auxílio de um barômetro.” A resposta do estudante foi a seguinte: “Leve o barômetro ao alto do edifício e amarre uma corda nele; baixe o barômetro até a calçada e em seguida levante, medindo o comprimento da corda; este comprimento será igual à altura do edifício.” Sem dúvida era uma resposta interessante, e de alguma forma correta, pois satisfazia o enunciado. Por instantes vacilei quanto ao veredicto. Recompondo-me rapidamente, disse ao estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima, já que havia respondido a questão completa e corretamente. Entretanto, se ele tirasse nota máxima, estaria caracterizada uma aprovação em um curso de física, mas a resposta não confirmava isso. Sugeri então que fizesse uma outra tentativa para responder a questão. Não me surpreendi quando meu colega concordou, mas sim quando o estudante resolveu encarar aquilo que eu imaginei lhe seria um bom desafio. Segundo o acordo, ele teria seis minutos para responder à questão, isto após ter sido prevenido de que sua resposta deveria mostrar, necessariamente, algum conhecimento de física. Passados cinco minutos ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente para o forro da sala. Perguntei-lhe então se desejava desistir, pois eu tinha um compromisso logo em seguida, e não tinha tempo a perder. Mais surpreso ainda fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido. Na realidade tinha muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor. Desculpei-me pela interrupção e solicitei que continuasse. No momento seguinte ele escreveu esta resposta: “Vá ao alto do edifico, incline-se numa ponta do telhado e solte o barômetro, medindo o tempo t de queda desde a largada até o toque com o solo. Depois, empregando a fórmula h = ½gt2 , calcule a altura do edifício.” Perguntei então ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta, e se concordava com a minha disposição em conferir praticamente a nota máxima à prova. Concordou, embora sentisse nele uma expressão de descontentamento, talvez inconformismo. Ao sair da sala lembrei-me que o estudante havia dito ter outras respostas para o problema. Embora já sem tempo, não resisti à curiosidade e perguntei-lhe quais eram essas respostas. “Ah!, sim,” – disse ele - “há muitas maneiras de se achar a altura de um edifício com a ajuda de um barômetro.” Perante a minha curiosidade e a já perplexidade de meu colega, o estudante desfilou as seguintes explicações. “Por exemplo, num belo dia de sol pode-se medir a altura do barômetro e o comprimento de sua sombra projetada no solo, bem como a do edifício”. Depois, usando-se uma simples regra de três, determina-se à altura do edifício. “Um outro método básico de medida, aliás bastante simples e direto, é subir as escadas do edifício fazendo marcas na parede, espaçadas da altura do barômetro. Contando o número de marcas ter-se a altura do edifício em unidades barométricas”. Um método mais complexo seria amarrar o barômetro na ponta de uma corda e balançá-lo como um pêndulo, o que permite a determinação da aceleração da gravidade (g). Repetindo a operação ao nível da rua e no topo do edifício, tem-se dois g's, e a altura do edifício pode, a princípio, ser calculada com base nessa diferença. “Finalmente”, - concluiu, - “se não for cobrada uma solução física para o problema, existem outras respostas. Por exemplo, pode-se ir até o edifício e bater à porta do síndico. Quando ele aparecer; diz-se: “Caro Sr. síndico, trago aqui um ótimo barômetro; se o Sr. me disser a altura deste edifício, eu lhe darei o barômetro de presente”. A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a resposta ‘esperada’ para o problema. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as tentativas dos professores de controlar o seu raciocínio e cobrar respostas prontas com base em informações mecanicamente arroladas, que ele resolveu contestar aquilo que considerava, principalmente, uma farsa."

“Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto”
(Albert Einstein)

domingo, 13 de janeiro de 2008

Quero que a mentalidade pública vá para a privada

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Quem aqui neste país não teve que utilizar algum serviço público e não se sentiu muito mal atendido, ou ficou irritado com demoras ou burocracias? Creio que ninguém. E toda vez que preciso utilizar sei que terei que levar comigo uma tremenda dose de paciência, o que muitas vezes não é o suficiente.
Já escrevi um pouco sobre a burrocracia que existe lá dentro, mas fiz isso como um usuário dos serviços, porém um dia eu já estive do lado de dentro, trabalhando em uma empresa pública, e posso dizer que possivelmente estamos fadados ao mal atendimento por muito, muito tempo. Enquanto nossos governantes não resolverem tomar atitudes efetivas este mal continuará nos acometendo.
Relatarei um pouco das coisas que vivenciei, não foram coisas contadas por terceiros ou lidas em algum site.

Até então eu sempre havia trabalhado em iniciativa privada, onde a busca é sempre por melhor produtividade, menor desperdício, o que é muito bom. E na iniciativa pública isso não passa nem de longe perto da cabeça de quem trabalha lá. Melhorar? Para que? Ganho para exercer determinada função, e farei isso, do meu modo e no meu tempo. E se atrasar algo? Não tem problema, ninguém mais pode fazer isso, somente nós. Eles - os usuários - que aguardem.

Só sei que após uma semana de vida nova estava certo que eu pediria a conta, pois aquilo para mim era um martírio. Mas nada que alguns dias de reflexão não me fizessem mudar de idéia, não por acreditar que aquilo mudaria, mas para eu ver melhor esta outra realidade, qualquer mudança é sempre complicada.
Bom, lá dentro a tecnologia estava muito avançada para a década de 70, adequada para a década de 80 e para as próximas décadas deixo o adjetivo por conta de vocês. E a mentalidade das pessoas, tanto funcionários de menor nível quanto funcionários de nível mais elevado era mais atrasada ainda, e o pior, já tão adestrada pelo 'sistema' que muitos nem pensavam mais.
Treinamento, ambientação, essas coisas nem foram cogitadas, em compensação papel para aderir ao sindicato isso sim passou. O serviço era muito fora da minha função, e certamente tive dificuldades para aprender, mas creio que para o tempo que eu estava lá estava fazendo o meu serviço direito. Mas o que é engraçado é que tinham pessoas lá fazendo a mesma função há mais de 10 anos (sem brincadeira, a função não mudou nada) e sabiam menos que eu. Alguém consegue imaginar isso? E por que não eram mandados embora então? Aí entra funcionalismo público, demitir alguém é algo que papai do céu não gosta, é pecadinho, não pode, coisa feia. Então não demitem, e deixam a pessoa lá, que não faz seu serviço, lá, quietinha, e ficam feliz se ele fica no canto dele sem encher o saco dos outros. Tipo um figurante em novela. Está lá só para compor a paisagem.
Todos sabiam quem eram essas pessoas que nada faziam, e nada faziam contra essas pessoas. Estabilidade não tem que ser garantida por lei, mas pela competência da própria pessoa. Isso a estimula a ser melhor, a se desenvolver, a progredir. Saber que a lei impede que ela seja mandada embora cria o que vocês sabem.
O meu serviço não tinha como ser acumulado, dependia do que acontecia no dia anterior. E se nós já fizéssemos o serviço rapidamente não tinha mais o que ser feito, pois o próximo serviço dependia do término do dia atual. Tinha dias em que em 1 hora era possível terminar tudo, e não tinha mais o que fazer, não tinha mesmo. E sabem o que eu escutei de pessoas que estavam lá há um certo tempo quando me viram acabando o serviço nesse tempo?
- "Não faça isso, se não eles verão que você não tem mais serviço e lhe darão mais. Se você sabe que acabará rapidamente então faça devagar, enrole, divida o serviço pelas 6 horas."
Nem preciso dizer que isso era a morte para mim. Para mim não tinha problema nenhum em fazer outras coisas, no entanto muitas vezes não tinha serviço mesmo, para ninguém (não entendo quando se fala que falta gente no serviço público), mas mesmo assim tinha que enrolar. Via pessoas colocando revistas entre os papéis para ler, dando a impressão de estarem trabalhando. Mas isso não é nem o pior. Os meus chefes sabiam disso, e quando chegavam perto das pessoas que faziam isso só comentavam "cuidado para não dar bandeira", ou seja, fazer pode, desde que engane as pessoas. Era um faça-me de idiota mesmo. E um dia, após terminar meu serviço fui perguntar aos meus chefes se podia utilizar o resto do tempo para estudar inglês. Quase fui morto. Onde já se viu? Não pode fazer isso. (Ficar lendo revista de fofocas e catálogos de venda entre os papéis pode.....). Quem mandou eu tentar ser honesto.
Ah, uma vez fui chamado à sala da diretora, e o que achei legal lá é que a mesa dele era mais alta, e a cadeira onde nós sentávamos era bem baixa, numa clara demonstração de poder, ela lá em cima e a gente lá em baixo. Interessante isso.
Como eu informei anteriormente a tecnologia lá era assombrosa (no pior sentido do termo), e editores modernos, com recursos complicadíssimos como CTRL+C e CTRL+V eram coisas inexistentes. Mouse então....., nem em sonho. Pois bem, todos os meses precisávamos gerar um relatório contendo alguns valores, e nesse 'excepcional' editor nem paginação tinha, precisávamos ficar reescrevendo tudo. Eu perdia umas 2 horas nesta atividade. Porém um dia eu fui numa máquina mais nova (386, alguém se lembra?) e utilizei o Excel para fazer isso, e sempre que precisássemos alterar algo gastaria no máximo 2 minutos, pois era só remover e acrescentar o que foi modificado que a paginação e o cálculo eram feitos automaticamente. Imprimi e levei para o meu chefe, e levei uma fumada. Não era assim que tinha que ser feito, o padrão era do outro formato, eles não aceitariam isso pois estava no formato diferente. Eu tinha que voltar a fazer do outro formato. Saliento que não mudei a ordem das informações, nem inseri ou removi nada, somente a impressão seria diferente pois seria feita por um programa gráfico.
Eis o preço da ousadia em um serviço público. Virei rebelde lá dentro, queria botar abaixo tudo o que se tinha lá.

Afinal, se algo que demorava 2 horas pudesse ser feito em 2 minutos, será que seria necessário todo aquele mundo de gente? E por falar em mundo de gente, o serviço que desempenhava era o mesmo todo santo dia, o que mudavam eram os relatórios que precisávamos imprimir (por favor não me perguntem porque eu não abria várias janelas no meu computador), disputar com umas 60 pessoas os papéis eu um única impressora, e fazer a mesma coisa, somente com novos números. E o que fazia era relatar os erros que ocorreram no sistema, e providenciar a correção. É aí que não entendo. O que nós fazíamos era repetitivo, e sistemas já detectavam isso, pois podiam imprimir estes erros. E tudo que é repetitivo é possível de ser programado em um sistema, então por que não melhorar o sistema e eliminar estes erros?
Simples e racional né? Sim, para a mentalidade privada, não para a pública. Eu imagino que no meu setor, onde tinham 20 pessoas aproximadamente, com mudanças no sistema seriam necessárias no máximo 2, ou seja, 10%. E o resto? Eu iriam fazer cafezinho ou teriam que ser despedidas. Eis o problema. Despedir funcionários públicos? Nunca. Não creio que nenhum político seja louco a este ponto, afinal, se ele fizer isso, mesmo trazendo benefícios para o população (menores gastos, maior agilidade, presteza dos servicos...) isso poderia ser mortal para sua candidatura. É melhor deixar do jeito que está. E não evoluindo o sistema é melhor, assim fica mais 'fácil' justificar a presença das pessoas. Sem contar o sindicato, que ao invés de defender o interesse do país defende o interesse da manutenção de benefícios e regalias, a manutenção dos empregados ineficientes, a manutenção desta mentalidade, a manutenção da burocracia. Concordo sim com a existência de sindicatos, mas que defendam os interesses certos, justos.
Teve outra situação que ocorreu lá. Tinham algumas pessoas que usavam a máquina fotocopiadora para fins particulares, e os líderes sabiam disso. Mas como não podiam fazer nada, afinal, não se pode demitir, resolveram dificultar a vida de todos. Para qualquer cópia a ser feita era necessário preencher um papel, informar quantas cópias seriam tiradas, o motivo e levar para a diretora assinar. Somente depois disso era possível tirar cópias. Tentem imaginar o custo de uma cópia....

Consegui sobreviver pouco tempo lá dentro. Saí e perdi benefícios, 'estabilidade' e outras coisas mais, no entanto ganhei a possibilidade de pensar no meu trabalho, de propor melhorias, de me desenvolver, de não me atrofiar tampouco colaborar com aquela mentalidade.

E é por isso, pelo que vivi e pelo que sei de outras pessoas que trabalham em setores públicos, que quero que a mentalidade pública vá para a privada. Se forem necessárias algumas descargas, que sejam dadas.

ps. Se algo no setor público funciona é devido a funcionários que apesar de tudo o que age contra eles arregaçam a manga e fazem o que tem que ser feito, do melhor modo possível, em prol da população. A estes meus parabéns por se dedicarem ao povo, aos seus clientes, e não à sua estabilidade e segurança dos seus empregos.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Dessiliconados

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Vocês já repararam que agora os carteiros passaram a trabalhar de bermuda? Vocês também já repararam que os policiais também passaram a trabalhar de bermuda? Talvez nem tenha prestado atenção nisso, ou então talvez tenha visto, e encarou como normal, afinal, vivemos em um país extremamente quente. Mas já parou para pensar que até algum tempo atrás eles eram obrigados a trabalhar de calça, afinal, estavam trabalhando e bermuda não é algo de gente séria e comprometida com o trabalho?

Mas Carlos, qual é o problema de um carteiro ou um policial trabalhar de bermuda? Para mim nenhum, assim como também não é nenhum problema nenhum profissional trabalhar deste modo – ressalva feita a algumas profissões que por questões de higiene o uso de roupas é exigido. Por acaso os ladrões agora estão assaltando mais porque os policiais não são mais pessoas sérias? E será que agora as cartas não estão mais sendo entregues, ou entregues com atraso? Nada disso ocorreu, porque não é a roupa que faz o profissional, mas sim sua postura, sua competência, seu comprometimento.

Então Carlos, mas o que você quer dizer com isso? Quero deixar a seguinte pergunta. Por que todos os outros profissionais precisam trabalhar ‘fantasiados’ de eficientes e sérios? Nunca vi uma calça, um terno, um sapato ou uma bolsa tornarem uma pessoa mais inteligente, mais competente. Vejo até o contrário, que muitas pessoas por acreditarem nisso deixam de investir em si e passam a investir em coisas fúteis e somente com valor financeiro. Sei que nossa sociedade está acostumada com padrões, e qualquer coisa que saia deste padrão é alvo de atenção. Mas esse alvo da atenção é somente no momento da mudança, depois que as pessoas se acostumam ninguém mais repara. Basta analisar os carteiros e os policiais. Alguém aqui hoje em dia fica escandalizado ou incomodado por isso? Ou isso já virou paisagem?

E as críticas com relação à diferença muitas vezes são pura inveja, pois como as pessoas não conseguem ser como você, muitas tentam destruí-lo, anulando assim essa ameaça a mediocridade dele. Tem um ditado popular que diz “quem desdenha quer comprar”.

E o que vejo são pessoas que precisam se ‘fantasiar’ para trabalhar com inveja da forma como estes outros profissionais trabalham, suspirando para a possibilidade de um dia terem o mesmo direito.

Analisem também alguns exemplos de empresas como Microsoft e Google, como é o ambiente de trabalho lá. Levam animais de estimação, levam familiares, enfeitam as suas mesas, não tem que bater ponto para mostrarem-se competentes, escutam musica, dormem durante o expediente, jogam vídeo game. Como podem? Será que não trabalham? Deixo o tamanho e importância das empresas falarem por si.

Ahhhhh, o título deste artigo. Vejo que em muitos lugares essa mudança não ocorre, pois as pessoas não têm peito para bancar a idéia, não tem coragem para dizer “Aqui nós nos preocupamos com o trabalho, não com aparência, posições, status. Aqui o que vale é a competência e profissionalismo da pessoa.”, preferem a comodidade de jamais serem agentes modificadores, mesmo que passem a vida toda olhando para o vizinho e imaginando como deve ser bom fazer do outro modo. Quem sabe um pouco de silicone nestas pessoas não lhes dêem a coragem de tomar atitudes.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Ser da turma

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Não sei se é nato do ser humano querer pertencer a algum grupo, qualquer que seja. Já até li algo a respeito dizendo que todo ser humano quer se sentir pertencente à algo, algum grupo, alguma organização. Estudos antropológicos a parte, todos nós pertencemos não somente a um grupo, ou turma, mas sim há muitas turmas, e por inúmeros motivos.
E não vejo problema em pertencer a alguma turma. Vejo como problema pessoas fazendo coisas para pertencer a turmas. Isso é o que me preocupa. Certamente você já viu aqueles filmes onde para uma pessoa entrar para uma Irmandade tem que fazer coisas estúpidas e muitas vezes vexatórias. Por que as pessoas se submetem a isso? Será que é mais importante pertencer a uma turma que gosta de humilhar possíveis integrantes a permanecer fora desta turma, porém sem se submeter a tais ações?
E continuando esse pensamento de turma, hoje em dia tem uma turminha muito forte, que infelizmente consegue arrebanhar muitas pessoas. É a turminha do álcool. Parece-me que é quase uma obrigação beber, e mais, se embriagar. Se você não fizer isso você é careta, é chato, não serve, fica de escanteio. Se quiser participar do grupo tem que aprender a beber, afinal, é dali que provém a alegria deles - se bem que nunca vi nenhum estudo confirmando que alegria está contida em álcool.
Vejo pessoas organizando festas e ao invés de se preocuparem com a comida que levarão, se preocupam somente se terá cerveja. E muita, claro, porque beber e não ficar bêbado também é coisa de gente fraca. Macho que é macho entorna o caneco. Não vejo as pessoas se preocupando em estarem em um lugar legal, com pessoas legais. Vejo pessoas se preocupando com o álcool.
Outro dia escutei algo que creio ser de algum sócio dessa turma. Outra pessoa reportou que teve um problema de saúde, e o comentário desta pessoa foi "então não pôde aproveitar a festa", pois esta outra pessoa estava tomando remédio.
Como assim "não pôde"? É somente na bebida que está a alegria? E quem não bebe, está fadado à infelicidade?

E nesta semana começou um programa onde se exibe o 'melhor' do ser humano, o BBB. Não vou emitir comentários prós ou contra, no entanto o que se vê muito lá (nesta e nas outras edições) é que enchem as pessoas de álcool para elas ficarem 'alegres'. Claro que este é um recurso utilizado para que eles possam ter o que colocar no ar, mas será que eles tem noção do poder de influência nas pessoas (com baixo poder crítico) que isso pode provocar? Afinal, muitos assossiarão a bebida a possibilidade de estar na TV e ser alguém famoso (???).

Pertencer a uma turma é algo natural nosso, mas fazermos coisas para pertencer a uma turma é uma decisão nossa.

Deixo com vocês um clip do Simple Plan - Untitled.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Exemplo

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Neste espaço procuro falar sobre valores, boas posturas. Já escrevi um artigo onde comento quem considero heróis de verdade, e navegando pela internet li uma notícia que certamente merece ser divulgada à todos, pois o exemplo é maravilhoso.

Eis a matéria.

O mais legal desta matéria é o argumento do pai, que disse "Para mim, o que importa é dar um bom exemplo para os meus filhos". Isso sim é um pai comprometido com os verdadeiros valores que devem ser passados para os filhos, e não com os valores que nossa sociedade quer nos passar, como esperteza, fama, dinheiro, status.

Deixo aqui meus parabéns a este pai, e este artigo como fonte de inspiração para nós.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Burrocracia

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Este é um termo que muitos de nós já acostumamos a falar para retratar a nossa forma das coisas ‘acontecerem’ neste país. É um termo muito apropriado.

Recentemente me deparei com uma destas situações. Por causa do meu novo serviço precisei fazer o exame admissional, onde um médico deve analisar a situação do funcionário para verificar se o mesmo encontra-se apto para o serviço, se não apresenta nenhum problema. E a análise que foi feita é algo fantástico. Ele me perguntou se eu estava tomando medicamento – o que é plenamente possível de mentira – e também aferiu minha pressão. E acabou. Peguei o meu papel que comprovava que eu havia passado por exames, inclusive ergonométricos.
Devo estar agradecido por ter encontrado um médico tão bom que em poucos segundos foi capaz de zelar pela minha integridade.
Ironia a parte esse é um retrato do nosso país. Todos sabem que neste país este é somente um dos inúmeros exemplos que nos acometem diariamente. E com relação a este exame médico há uma (in)inteligência no processo, pois o que se avalia não é a pessoa, mas sim o profissional que entra e sai de uma empresa, independente de ser o mesmo. Explicarei melhor. Se eu estou mudando de emprego, preciso fazer o demissional para a empresa onde estou e o admissional para a empresa para onde irei, são dois exames, dois pagamentos, sendo que ambos podem ser feitos no mesmo dia e avaliarão a mesma pessoa. Então por que 2 exames? Minha pergunta é somente no aspecto racional, não faço essa pergunta no aspecto financeiro.
No aspecto citado acima se vê que existe uma burrice na aplicação, e também um desrespeito ao cidadão ao não se verificar a sua saúde, e preocupar-se somente em pagar para receber um papel para ficar tudo dentro da lei, independente da veracidade ou não das informações. E aí me pergunto se o médico poderia agir diferente, pois por R$ 10,00 cobrado fazer um exame tal qual como manda a lei seria prejuízo certo para ele. Aí caímos naquela de que o sistema assim exige que seja feito. Nós criamos coisas para nos proteger, e criamos mecanismos para nos livrar dela, e o pior, de modo não ético, e é tudo aceito normalmente. Duvido que qualquer pessoa que tenha passado por esta mesma experiência não tenha percebido o quão ‘para inglês ver’ é este procedimento.
Não estou dizendo que não se deva ter preocupação com a saúde do funcionário, se avaliar se houve algum problema com ele, no entanto isso deveria ser verdadeiro, e não da forma atual.
E este é somente um dos exemplos da nossa forma de gerenciar as coisas. Posso citar um outro que ocorreu em um processo onde eu não tinha um comprovante se um determinado pagamento ocorreu na data prevista ou se havia ocorrido no dia seguinte. A pessoa me falou que se o pagamento não houvesse sido feito no dia correto eu poderia requerer uma multa. Disse a ele que mesmo que tivesse ocorrido em outro dia não usaria deste direito. Sem chance, foi obrigado a providenciar o comprovante com a data do pagamento, marcar outro dia, perder mais algumas horas para ele ver que o pagamento havia sido feito fora do prazo. Ele registrou isso, e tudo continuou como eu havia falado anteriormente, pois não iria fazer nada. E a resposta dele é que ele precisa fazer isso, está no procedimento. E é aí que não consigo entender. Se eu, a pessoa interessada, abri mão, não poderiam ignorar o documento ou então escrever que eu abria mão, independente do deposito no dia certo? Qual o ganho em fazer uma pessoa perder horas de serviço, de deslocamento e tudo mais para nada acontecer?
E o pior de tudo é que isso é algo tão enraizado em muitos de nós que acreditamos piamente que é assim que as coisas funcionam. E é uma postura dessa que torna o sistema cada vez mais solidificado. Neste país até se criou um Ministério da desburocratização, no governo Figueiredo. Possivelmente para se solicitar alguma melhoria era necessário preencher alguns papéis.

E o que nós, cidadãos regidos por leis podemos fazer para acabar com isso? Imediata e diretamente não vejo nada, mas se passarmos a nos indignarmos e em nossas empresas, escolas, associações fizermos as coisas de modo mais eficiente e desburocratizado contribuiremos para formarmos pessoas com uma visão diferente da imperante, e dessas pessoas, as que chegarem até algum posto onde seja possível mudar as leis e o sistema, quem sabe as coisas comecem a mudar? Fazer a nossa parte pode não resolver este problema imediatamente, no entanto é a forma de se modificar algo.