Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

domingo, 20 de janeiro de 2008

Deixar como está?

Recentemente foi divulgada na mídia a anulação de um concurso público por fraude onde um ser mais esperto que os demais queria passar de um modo especial. E como a fraude foi descoberta antecipadamente os organizadores foram obrigados a cancelar o concurso.

Imaginem o quanto de dinheiro foi perdido por isso. Desde toda a organização, meses de planejamento, elaboração das provas, impressão, logística, aluguel das salas, organizadores. Isso só na parte da organização, e quanto aos milhares de candidatos? Imaginem quanto dinheiro não foi gasto em concursos preparatórios, deslocamentos até a cidade da prova, alimentação. Nem sei se tem como calcular tudo isso, mas sei que é um valor muito grande.


E tudo isso devido a um ser espertinho. E o que acontecerá com este ser? Pelo que vejo deste nosso país, creio que nada. Quem tem dinheiro o suficiente para bolar e financiar um esquema desses de fraude certamente terá um bom dinheiro para os advogados, e deve ter uma família influente. E na justiça deve ter muitos argumentos para diminuir a pena, se levará em consideração que ele é réu primário, é um amor de pessoa, deve ter tido um momento de bobeira, coisa pequena, e que não irá repetir o fato. Ou seja, alguém em sã consciência planeja um esquema, contrata profissionais, gera um grande prejuízo e praticamente nada ocorrerá. Ou mesmo que vá para a cadeia garanto que em pouco tempo estará em liberdade e prestando novamente o mesmo concurso, ou outros, e quem sabe tentando a mesma estratégia, pois agora ele já sabe o que não fazer para ser pego.


E é essa impunidade que me incomoda muito. Nada de eficaz é feito contra este tipo de pessoa, e isso somente estimula todos a tentarem fazer o mesmo, afinal, ser esperto é que é bom.


Eu tenho uma idéia sobre uma boa punição que este tipo de pessoa de ter. Primeiramente confiscar todos os bens dele, dos pais, filhos, e o dinheiro ser utilizado para cobrir as despesas geradas por ele. Depois o proibir de prestar qualquer concurso pelo resto da vida, nunca mais ele terá a possibilidade de ingressar via concurso, mesmo por vias honestas – se o que for fraudado for um vestibular, impedir a pessoa de se formar em qualquer profissão, deixando-a no máximo com o segundo grau.


Quanta maldade Carlos, a punição não é pesada demais? O que os pais têm a ver com a ação do filho? E ele não pode se arrepender e mudar?


Vamos pensar um pouco, os pais são responsáveis pela educação do filho, são eles que possuem a responsabilidade de formar um cidadão, e se não formaram um, por que estariam isentos? Vejo isso como uma forma de ‘pressionar’ um pouco os pais a agiram na educação dos filhos, ao invés de deixarem para a TV e babás esta função.


E com relação à proibição pelo resto da vida, ele não pode se arrepender e mudar de comportamento? Certamente poderá, mas imagine se essa chance não lhe é tirada. Ele terá totais condições de fazer novamente o mesmo ato, além de incentivar demais pessoas a tentarem, pois sempre terão outra chance. A chance de fazerem as coisas do modo honesto sempre é dada a todas as pessoas, e estes não souberam aproveitar a sua. Daremos chance então aos demais que sabem utilizar a chance. E sem contar que esta pessoa, se perder muito dinheiro para pagar o gasto gerado e nunca mais tiver a chance de atingir seu objetivo provavelmente dirá a qualquer pessoa que pense em fazer isso para não fazer, pois o ‘castigo’ é pesado. Isso gera um desestímulo, e digamos que pode ‘corrigir’ possíveis desvios de conduta de algumas pessoas.


Tudo isso que escrevi pode soar muito forte, muito pesado, não tenho a menor dúvida disso. Mas já pararam para pensar em todos os problemas que temos por querermos ser sempre bonzinhos com as pessoas? É um tal de ‘coitadinho, o pai não o deve ter amado’, ou ‘coitadinho, ainda não aprendeu limite’, ou ‘ele prometeu que não vai fazer de novo’. É uma compaixão desmedida com o infrator e ignorância às perdas dos outros que honestamente lutam por seu lugar.


Certo, mas e quanto ao tempo da punição. Nunca mais ele poderá? Não é demais?


Então vamos pensar o seguinte. Esta pessoa se forma advogado, e anos depois tua família sofreu uma injustiça e recorreu a este advogado. E o atual advogado, com sua esperteza vê que pode conseguir algo muito bom para ele, com sua família perdendo uma causa relativamente fácil. Isso que acontecerá com tua família sumirá depois de quantos anos? A punição ao atual advogado acabou, mas e a punição – injusta – que tua família sofreu? Acabará?

Imaginem quanto advogados, médicos, engenheiros, enfermeiros, políticos podem ter sido beneficiados por nossa compaixão, e podem estar fazendo coisas que marcarão profundamente pessoas até o fim de suas vidas.

O que fazer? Deixar como está?

ps. Citei estas profissões pois elas tem grande responsabilidade sobre a vida das pessoas, podendo modificá-las de um modo muito significativo e rápido.

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