Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sociedade de papel

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Estamos cada vez mais construindo uma sociedade com papel, e como é de se imaginar, ficando cada vez mais frágil.

Se um carro for construído de papel, ou uma casa, poderá até ser visualmente interessante, chamar a atenção, no entanto em pouco tempo virá abaixo, qualquer intempérie “destruirá” tudo o que foi construído. E é assim que está sendo construída nossa sociedade.

Há um bom tempo o que é valorizado são os papéis (de celulose) que as pessoas adquirem ao longo da vida, e não o conhecimento, o raciocínio, o desejo de melhorar, a criticidade, a busca da melhoria contínua.

Basta entrarmos em qualquer sala de aula, de pós graduação, de faculdade, de cursos de extensão que vemos claramente aquelas pessoas que estão lá para pegar o papel. Muitas vezes somente vão até a sala para assinarem a lista de presença e depois somem, outras vezes pedem para seus “amigos” assinarem a lista, quando estão presencialmente na sala de aula estão ausentes de mente, ou então ficam atrapalhando a aula, mas certamente ao final do curso estarão lá com seu lindo papel em mãos, exibindo-os muitas vezes nas paredes de seus escritórios. E olha que alguns trabalhos de conclusão de curso são comprados.

Mas o pior não é isso, o pior é que a sociedade valoriza estes papéis. Se você for buscar emprego, será que aquele candidato que possui pós graduação, cursos de extensão e treinamentos terá menos chances do que outro candidato, que de fato sabe bem mais, porém nunca foi atrás dos papéis mas sim do conhecimento e competências?

Creio que a maioria vai olhar somente os papéis (isso não dá trabalho para analisar, um simples sistema de computador consegue analisar isso) e desprezar completamente a postura da pessoa, seu comprometimento, seus conhecimentos.

E o resultado disso, empresas mais frágeis, produtos mais frágeis, no entanto embalagens lindíssimas, propagandas fantásticas, afinal, foi isso que aprenderam, que podem ser do modo que forem, porém se usarem lindas embalagens, escrever nesta embalagem todos os “benefícios” que se obterá com este produto certamente as pessoas se encantarão e comprarão. Aí, quando descobrirem que o produto não era tudo o que estava na embalagem já será tarde, já se terá investido todo o tempo e dinheiro que possuíam, e aí é se “acostumar” com o que se adquiriu.

Como diria nosso ex-presidente “nunca na história deste país se teve tantas pessoas com diplomas”, mas posso dizer também que nunca na história deste país houve tão poucos profissionais, tão poucas pessoas valorosas, tão poucas pessoas compremetidas com o serviço, as pessoas e a sociedade.

Digo que pessoas sem instrução alguma e sem ferramentas construíram Machu Picchu, as pirâmides do Egito, e olha que isso foi há muito tempo, estão de pé até hoje e nos desafiam até hoje de como conseguiram. E hoje, nossa sociedade “evoluída” não consegue construir uma parede reta nas casas e apartamentos. Facilmente encontramos tudo torto, coisas que até leigo olhando percebe, mas nossos profissionais, com “papéis”, não conseguem fazer.

Mas a culpa não é das pessoas. É claro que elas compram a idéia, e poderiam não comprar, no entanto se compram a idéia é porque tem alguém vendendo isso, e são as empresas. São elas que optam pelos papéis, que dão mais chance a quem tem mais destes papéis, que muitas vezes criam recompensas financeiras pela quantidade de papéis, muitas pessoas nada verão de errado nisso, afinal, é “assim que é”.

Que nossa sociedade valorize o conhecimento, e não o papel.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Janeiro e os desastres eternos

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Pois é, chegou o mês de janeiro, e com ele os desastres que nos acometem a muito, muito tempo.

Como sempre muitas pessoas prejudicadas, perdendo tudo, e tendo que se acostumar com isso, achar que isso é parte da natureza, que o melhor que podem fazer é tentar sobreviver aos estragos provocados.

Pois é, é nestes meses de chuva que fica evidenciado um grande problema nosso, os políticos. Não estava falando da chuva, mas deles. Os desastres que ocorrem não tem a ver com a quantidade de chuva, mas sim com as omissões e interesses desta classe, que lembram da população somente nos meses antes da eleição, e depois se esquecem plenamente.

Chuva é um fenômeno natural, que sempre ocorreu e se Deus quiser sempre ocorrerá. Aqui na região sudeste já sabemos que nosso verão é com forte calor e pancadas de chuva.

Quem anda por São Paulo hoje vê os rios Pinheiros e Tietê (além dos inúmeros secundários) canalizados, “retinhos”, dentro de um caminho 100% delimitado. No entanto os rios não possuíam estes formatos atuais. Sei que o rio Pinheiros era estremamente sinuoso, parecendo cobra, havia uma área de várzea muito grande, para que quando as chuvas de antigamente ocorriam a água tivesse onde ficar. E aí veio o homem e falou “Rio, você está ocupando muito espaço, e isso não pode. Precisamos deste espaço para liberar construções, construir vias, assim a população vai ver tudo o que estamos fazendo por eles. Povo adora ver obras” e assim fizeram. Não se importaram se isso diminuiria a capacidade de vazão do rio, ou então a capacidade de retenção das águas das chuvas.

Ah, mas a culpa é dos lixos que ficam acumulado nas ruas e entope tudo. Sei que o lixo causa isso, e que é a população que joga. Mas quem é responsável por educar (e punir) a população? Não é dever do estado (consequentemente dos políticos) educar a população, falar dos males que estes atos de jogar lixo podem causar e dar condições para a população jogar o lixo em lugares corretos, bem como prover as cidades de um excelente sistema de coleta de lixo?

E as mortes que ocorrem nos morros, aí o prefeito não tem nada a ver. Ledo engano. As pessoas não podem morar em zonas de risco, devastando as matas dos morros, empilhando casas sem segurança nenhuma. Existem equipes que possuem como função percorrerem estas regiões e alertar os moradores, e é dever da prefeitura impedir estas construções, e retirar as pessoas destes pontos, restaurando a mata. Mas isso é ruim pra imagem do político, aparecer na capa dos jornais e nas manchetes da TV explusando moradores, mas é bem melhor para eles aparecerem tomando chuva, com os barracos destruídos atrás falando que darão dinheiro (que muitas vezes jamais aparece) para as pessoas reconstruírem sua vida, mostrando o quão bom são.

Obras de prevenção, demolição de casas em zona de risco, desapropriação de imóveis nas várzeas dos rios para restauração do que a natureza deu de graça, educação da população, coleta de lixo mais eficiente não dá voto, não aparece, e isso é algo que eles não querem.

Então parece que estamos fadados a eternamente sofrermos deste mal. Ao menos as emissoras de TV terão matéria farta para exibirem, apresentadores poderão gritar a vontade, e as lojas de móveis e eletrodomésticos terão mais clientes, comprando em suaves prestações o direito a um mínimo de dignidade, dignidade esta que é retirada pelos nossos representantes.