Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Janeiro e os desastres eternos

Pois é, chegou o mês de janeiro, e com ele os desastres que nos acometem a muito, muito tempo.

Como sempre muitas pessoas prejudicadas, perdendo tudo, e tendo que se acostumar com isso, achar que isso é parte da natureza, que o melhor que podem fazer é tentar sobreviver aos estragos provocados.

Pois é, é nestes meses de chuva que fica evidenciado um grande problema nosso, os políticos. Não estava falando da chuva, mas deles. Os desastres que ocorrem não tem a ver com a quantidade de chuva, mas sim com as omissões e interesses desta classe, que lembram da população somente nos meses antes da eleição, e depois se esquecem plenamente.

Chuva é um fenômeno natural, que sempre ocorreu e se Deus quiser sempre ocorrerá. Aqui na região sudeste já sabemos que nosso verão é com forte calor e pancadas de chuva.

Quem anda por São Paulo hoje vê os rios Pinheiros e Tietê (além dos inúmeros secundários) canalizados, “retinhos”, dentro de um caminho 100% delimitado. No entanto os rios não possuíam estes formatos atuais. Sei que o rio Pinheiros era estremamente sinuoso, parecendo cobra, havia uma área de várzea muito grande, para que quando as chuvas de antigamente ocorriam a água tivesse onde ficar. E aí veio o homem e falou “Rio, você está ocupando muito espaço, e isso não pode. Precisamos deste espaço para liberar construções, construir vias, assim a população vai ver tudo o que estamos fazendo por eles. Povo adora ver obras” e assim fizeram. Não se importaram se isso diminuiria a capacidade de vazão do rio, ou então a capacidade de retenção das águas das chuvas.

Ah, mas a culpa é dos lixos que ficam acumulado nas ruas e entope tudo. Sei que o lixo causa isso, e que é a população que joga. Mas quem é responsável por educar (e punir) a população? Não é dever do estado (consequentemente dos políticos) educar a população, falar dos males que estes atos de jogar lixo podem causar e dar condições para a população jogar o lixo em lugares corretos, bem como prover as cidades de um excelente sistema de coleta de lixo?

E as mortes que ocorrem nos morros, aí o prefeito não tem nada a ver. Ledo engano. As pessoas não podem morar em zonas de risco, devastando as matas dos morros, empilhando casas sem segurança nenhuma. Existem equipes que possuem como função percorrerem estas regiões e alertar os moradores, e é dever da prefeitura impedir estas construções, e retirar as pessoas destes pontos, restaurando a mata. Mas isso é ruim pra imagem do político, aparecer na capa dos jornais e nas manchetes da TV explusando moradores, mas é bem melhor para eles aparecerem tomando chuva, com os barracos destruídos atrás falando que darão dinheiro (que muitas vezes jamais aparece) para as pessoas reconstruírem sua vida, mostrando o quão bom são.

Obras de prevenção, demolição de casas em zona de risco, desapropriação de imóveis nas várzeas dos rios para restauração do que a natureza deu de graça, educação da população, coleta de lixo mais eficiente não dá voto, não aparece, e isso é algo que eles não querem.

Então parece que estamos fadados a eternamente sofrermos deste mal. Ao menos as emissoras de TV terão matéria farta para exibirem, apresentadores poderão gritar a vontade, e as lojas de móveis e eletrodomésticos terão mais clientes, comprando em suaves prestações o direito a um mínimo de dignidade, dignidade esta que é retirada pelos nossos representantes.

Um comentário:

Arthurius Maximus disse...

A maior tragédia que se abateu sobre nós é nosso próprio povo inconsequente e cego de suas responsabilidades e de seu dever.