Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O que aprendi com meu gato

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Recentemente um companheiro de longa data partiu deste mundo, nos privando da sua companhia.

Este companheiro a que me refiro é, aos olhos de muitos, um mero gato, um animal irracional, que mia, pede comida, é ingrato e egoísta, mas aos meus olhos ele era bem mais que isso.

Concordo que era um animal, porém de irracional não tinha nada. Na verdade acho que o mais irracional era eu, que mais reclamava, pedia comida e era ingrato e egoísta era eu, e não ele.

Ao longo deste anos ele pôde me ensinar muito, mas muito mesmo. Foram inúmeros os ensinamentos que ele me pasou, e que puderam me tornar hoje uma pessoa melhor.

Aprendi com meu gato que produtos caros, de marca, que promovem status nada contribuiem para uma vida feliz e tranquila. Ele nunca teve nada disso, nunca utilizou os melhores produtos, nem saía na rua desfilando para os outros gatos, e nunca se aborreceu com isso, nem nunca reclamou de não ter nada além dele mesmo.

Aprendi que é possível ser feliz com rotina, sendo grato ao que se tem diariamente, mesmo que o que se tem seja sempre a mesma coisa.

Aprendi que quando se ama não é necessário aprisionar o amado, as portas e janelas podem ficar abertas e que mesmo assim se optará por continuar conosco, pelo simples fato de amar.

Aprendi que cada um tem suas manias, seus tiques, e é preciso aprender a respeitar e continuar amando mesmo assim.

Aprendi que cada pessoa pode querer ter seu momento de isolamento, de quietude, de solidão, e que isso não significa que deixou de nos amar, mas simplesmente é um direito da pessoa, e que quanto mais respeitado este direito mais amor gera.

Aprendi que se insultarmos as pessoas que amamos elas poderão até os ferir, instintivamente, e isso não quer dizer que deixou de nos amar.

Aprendi que amor não diminui com o distanciamento ou frequência, se algo diminui é paixão (= sofrimento), e não amor.

Aprendi que a inveja provoca alguns arranhões, antipatias (pois é, ele também tinha defeitos rs).

Aprendi que ser independente não significa não reconhecer os esforços dos outros, ou não amar ou não se preocupar com os outros, mas optar por se deliciar com sua própria presença.

Aprendi que se vive mais feliz se não se preocupa com os problemas dos outros (nunca vi meu gato resolver o problema de outro gato).

Foram muitas as coisas que aprendi, e olha que ele é o irracional da história.

Obrigado por todos estes ensinamentos, por todo este carinho e amor ao longo de todos estes anos (os arranhões eu dispenso rs).

Fique bem!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Eu fui o primeiro…

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Foi esta frase que ouvi que me fez pensar um pouco em que planeta nós estamos, para onde estamos indo, o que estamos ensinando as pessoas, que postura estamos espalhando pelo mundo.

Fui ao mercado comprar algumas coisas, entre elas alguns refrigerantes. Como são pesados, peguei um carrinho, fiz minha compra com uma quantidade de itens que me permitia ir na fila do caixa rápido. Quando entrei na fila uma das funcionárias me disse:

- “Senhor, não pode entrar com este carrinho aqui”.

Recado dado, saí da fila, e como estava com uma sacola retornável coloquei os itens dentro dela e voltei para a fila, e quis o destino que eu tenha sido atendido pela mesma pessoa que me alertou. Conversando com ela perguntei porque não podia entrar, e ela disse que não cabia (na verdade cabia, já fui em mercados com bem menos espaço e que “cabia” o carrinho), além de que tinha uma placa informando a proibição.

Disse que não havia visto a placa, e foi quando ela me disse:

- “Você foi a primeira pessoa que não me xingou”. - E olha que nem em pensamento eu a xinguei.

Juro que não sei se devo ficar feliz ou triste. Ela simplesmente transmitiu um recado, uma norma do estabelecimento onde ela trabalha, e por que isso deve ser motivo para as pessoas xingarem uma funcionária? Será que tudo tem que ser do nosso modo, sempre? Será que tudo tem que funcionar de acordo com a nossa vontade?

Que sociedade é esta que estamos criando? Uma sociedade que não consegue nem entender uma simples orientação conseguirá construir algo grandioso, com valores, uma sociedade mais justa, mais educada, mais avançada?

Não creio que imaginar uma sociedade onde somente a vontade da pessoa seja o pilar. Isso irá gerar infinitos conflitos, já que cada pessoa tem sua própria vontade.

E o que é pior, onde fui não era um mercado “de vila”, onde seria possível aplicar a “desculpa” que são pessoas mais humildes, mais simples, que não tiveram instrução. É um lugar em uma área importante da cidade, com pessoas que certamente tiveram um nível de educação bem superior ao da maioria dos brasileiros.

Pois é, acho que está faltando ensinarem as pessoas algumas velhas palavrinhas mágicas, que nossos ídolos modernos (ex-bbb´s, mulheres frutas, peladões e peladonas, espertalhões) não costumam falar, como “por favor”, “obrigado” e “desculpe”.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Ateu, graças a Deus

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Já ouvi esta frase, e achei ela propícia para dar título a este texto.

Li ontem que o apresentador Datena expressou alguns “pensamentos” em seu programa, que fez com que o Ministério Público Federal queira uma retratação.

Segue o link para verem mais a respeito do assunto.

Pelo conteúdo do link é possível ver algumas "afirmações” do apresentador, que responsabiliza os ateus pelos males do mundo, pelos crimes que ocorrem, dizendo que somente pessoas que não creem em Deus é que são capazes de cometer crimes.

Fico aqui tentando imaginar em qual realidade este apresentador vive. Se ele frequentou escola, se aprendeu sobre história da humanindade, se vê documentários ou lê livros. Porque se ele faz alguns destes itens certamente não pensaria deste modo. É só abrir os olhos e enxergar a realidade.

Será que ele nunca ficou sabendo que grandes genocídios foram feitos em nome de Deus (que pode ter outro nome dependendo da crença)? Quantas guerras-santas (quanta incoerência) foram feitas neste planeta, quanto sangue derramado, somente para impor aos outros a crença de um grupo. E o que acho engraçado é pelo que sei um dos ensinamentos da religião é o respeito ao próximo, mas tem um asterisco nisso. Respeito ao próximo sim, desde que ele creia na mesma coisa que eu, caso contrário ele é uma série ameaça a tudo o que eu acredito, e como ameaça, necessita ser destruído.

Infelizmente algumas das pessoas mais inflexíveis que conheci, que em nenhum momento se permitiram pensar em pensar de uma forma diferente, crer que podem existir outras formas de ver o mundo, a sociedade, os problemas foram pessoas ligadas a religião, certamente com muito Deus no coração.

Há uma brincadeira que diz que se você quer encontrar pessoas com Deus no coração é somente ir a um presídio. lá certamente se encontrará muitas pessoas que creem em Deus.

Se não me engano eu vi um caso onde uma pessoa recebia a sua “propina de cada dia” e orava, agradecendo. Esta certamente tem Deus no coração, tanto que até orava em agradecimento.

Então por que somente os ateus é que são os responsáveis pelos problemas do mundo?

Uma organização, uma crença, uma filosofia não faz uma pessoa boa ou má. Se fosse isso, seria muito fácil obrigar todo mundo a ser de uma organização, ou então obrigar todas as organizações a fazerem determinada atitude e certamente todas as pessoas seriam boas.

O que faz uma pessoa ser boa ou má (tirando fatores psiquiátricos que alteram o estado de consciência da pessoa) é a educação que ela tem, é a consciência que nela foi despertada a respeito das coisas, dos valores (não os que anunciam na TV em blocos de 30 segundos), das pessoas, da sociedade, de justiça, de ética. São os exemplos que esta pessoa recebeu, não somente os discursos.

Datena certamente prestou um desserviço à sociedade atacando um grupo com uma crença diferente da dele. Muitas pessoas que viram, e que ainda não tenham se desenvolvido o suficiente para analisar o que foi dito, filtrar e processar tudo acabarão crendo que ele está certo, e que precisam combater os ateus. É a indústria da intolerância e do desrespeito sendo alimentada, e neste caso, por uma pessoa que acredita em Deus.

Quem faz mais bem ao planeta? Os ateus ou os crentes? Sinceramente, não me importa, e isso não me preocupa nem um pouco. O que eu quero é que os ateus façam bem ao planeta, assim como os crentes. Quero que um entenda que o outro tem o direito de pensar de outra forma, independente se a forma da pessoa pensar tem fundo mais racional ou mais de fé, se há provas para acreditar ou provas para não acreditar. Isso não faz diferença.

Certamente em qualquer agrupamento haverão pesssoas boas e pessoas ruins, e o papel das boas é tentar levar as que estão fazendo o mal a sociedade um pouco de consciência, mesmo que isso faça com que a pessoa passe a acreditar em algo diferente do que nós mesmo acreditamos.

O todo é importante, é maior, e se as pessoas entrarem em guerra para ver quais delas é a certa, o planeta perde.