Vocês já repararam que agora os carteiros passaram a trabalhar de bermuda? Vocês também já repararam que os policiais também passaram a trabalhar de bermuda? Talvez nem tenha prestado atenção nisso, ou então talvez tenha visto, e encarou como normal, afinal, vivemos em um país extremamente quente. Mas já parou para pensar que até algum tempo atrás eles eram obrigados a trabalhar de calça, afinal, estavam trabalhando e bermuda não é algo de gente séria e comprometida com o trabalho?
Mas Carlos, qual é o problema de um carteiro ou um policial trabalhar de bermuda? Para mim nenhum, assim como também não é nenhum problema nenhum profissional trabalhar deste modo – ressalva feita a algumas profissões que por questões de higiene o uso de roupas é exigido. Por acaso os ladrões agora estão assaltando mais porque os policiais não são mais pessoas sérias? E será que agora as cartas não estão mais sendo entregues, ou entregues com atraso? Nada disso ocorreu, porque não é a roupa que faz o profissional, mas sim sua postura, sua competência, seu comprometimento.
Então Carlos, mas o que você quer dizer com isso? Quero deixar a seguinte pergunta. Por que todos os outros profissionais precisam trabalhar ‘fantasiados’ de eficientes e sérios? Nunca vi uma calça, um terno, um sapato ou uma bolsa tornarem uma pessoa mais inteligente, mais competente. Vejo até o contrário, que muitas pessoas por acreditarem nisso deixam de investir em si e passam a investir em coisas fúteis e somente com valor financeiro. Sei que nossa sociedade está acostumada com padrões, e qualquer coisa que saia deste padrão é alvo de atenção. Mas esse alvo da atenção é somente no momento da mudança, depois que as pessoas se acostumam ninguém mais repara. Basta analisar os carteiros e os policiais. Alguém aqui hoje em dia fica escandalizado ou incomodado por isso? Ou isso já virou paisagem?
E as críticas com relação à diferença muitas vezes são pura inveja, pois como as pessoas não conseguem ser como você, muitas tentam destruí-lo, anulando assim essa ameaça a mediocridade dele. Tem um ditado popular que diz “quem desdenha quer comprar”.
E o que vejo são pessoas que precisam se ‘fantasiar’ para trabalhar com inveja da forma como estes outros profissionais trabalham, suspirando para a possibilidade de um dia terem o mesmo direito.
Analisem também alguns exemplos de empresas como Microsoft e Google, como é o ambiente de trabalho lá. Levam animais de estimação, levam familiares, enfeitam as suas mesas, não tem que bater ponto para mostrarem-se competentes, escutam musica, dormem durante o expediente, jogam vídeo game. Como podem? Será que não trabalham? Deixo o tamanho e importância das empresas falarem por si.
Ahhhhh, o título deste artigo. Vejo que em muitos lugares essa mudança não ocorre, pois as pessoas não têm peito para bancar a idéia, não tem coragem para dizer “Aqui nós nos preocupamos com o trabalho, não com aparência, posições, status. Aqui o que vale é a competência e profissionalismo da pessoa.”, preferem a comodidade de jamais serem agentes modificadores, mesmo que passem a vida toda olhando para o vizinho e imaginando como deve ser bom fazer do outro modo. Quem sabe um pouco de silicone nestas pessoas não lhes dêem a coragem de tomar atitudes.
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