Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Da série "Analisando de outro modo"

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Um belo dia estava em casa quando foi veiculada na TV uma propaganda de um parque de diversões, com muitas atrações, brinquedos. E no anúncio era dito que no parque tinha um brinquedo melhor do que o outro. Claramente o intuito era passar a idéia que era tudo muito bom, mas é aí que entro e proponho uma inversão do pensamento.

Um brinquedo só pode se melhor do que o outro se o atual for pior do que o próximo. E a frase da propaganda somente é válida se a ordem de escolha dos brinquedos forem dos piores para os melhores. Se algum 'infeliz' cidadão der o azar de começar pelos melhores, a impressão dele será de um brinquedo pior do que o outro, completamente o oposto da propaganda.

Ou seja, o atrativo da propaganda pode-se voltar contra ela mesma.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Proposta interessante

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Recebi este texto por email, e este foi creditado à uma advogada. Fiz uma pesquisa rápida na internet mas o que achei vinculado ao nome dela era somente em blogs, não achei nada em algum site com um pouco mais de credibilidade com relação à autoria, em razão disso deixo de publicar o nome. Mas independente disso o texto vale a pena ser lido, é uma excepcional proposta.


Prezado Senador Arthur Virgílio,

Agradeço a atuação de V. Excelência, objetivando recorrer ao STF para postular a quebra de sigilo inerente às despesas efetuadas pelo Sr. Presidente da República, através do cartão coorporativo.

Posso assegurar que seu pleito goza de amparo jurídico, qual seja, as disposições contidas no art. 37, “caput”, da Constituição de 1988.

Por oportuno, solicito que encaminhe a proposta que segue abaixo, à apreciação do Judiciário e do Legislativo.

PROPOSTA: O Presidente da República determinou o sigilo dos cartões corporativos, generosamente distribuídos aos servidores da Presidência da República em benefício da SEGURANÇA NACIONAL.

POR ANALOGIA, recorremos ao PRINCÍPIO DA ISONOMIA (todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza) para justificar que, na hipótese de deixarmos de entregar a “DECLARAÇÃO DE BENS E RENDIMENTOS”, exercício 2007, estaremos, apenas, salvaguardando a nossa SEGURANÇA PESSOAL.

É inegável que nestes dias de violência e impunidade, a nossa SEGURANÇA PESSOAL está mais ameaçada que a SEGURANÇA NACIONAL. Portanto, nada mais justo que não divulguemos os nossos BENS e RENDIMENTOS, com o escopo de, em defesa da nossa SEGURANÇA PESSOAL, evitarmos exposição que poderá derivar em seqüestros, homicídios, furtos, roubos e todo tipo de violência patrocinado pela criminalidade incontida posto que, neste país, qualquer valor é suficiente para justificar a perda de vidas humanas.

Fundamento jurídico: A proposta acima consignada está juridicamente amparada no artigo 37 da Constituição Federal que determina:

“Artigo 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência…”

Por ANALOGIA, se o Sr. Presidente da República considera “legal, impessoal, moral e eficiente” coibir a PUBLICIDADE de gastos com dinheiro público, furtando-se à observância do texto constitucional, nada mais coerente que adotemos todas as medidas necessárias a evitar as exposições que comprometem a SEGURANÇA PESSOAL, mormente, considerando que o Sr. Presidente está sujeito à observância do artigo 37 supra transcrito, o que NÃO É O CASO DOS MORTAIS CIDADÃOS BRASILEIROS.

No aguardo das providências que o assunto requer, subscrevo-me.

Atenciosamente,

Qualquer brasileiro ajuizado


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Assistencialismo

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Vivemos em um país assistencialista há muitas gerações, e parece-me que ultimamente este mal tem crescido vigorosamente. Tanto que dependendo do emprego de um cidadão é mais ‘vantajoso’ para ele não ser empregado e receber os bolsa-qualquer-coisa-que-a-pessoa-precise. Muitas vezes o valor disso é maior do que o que ele receberia trabalhando. Sem contar que ainda pode fazer algo por fora, afinal, não está trabalhando.

Não quero dizer que as pessoas menos abastadas mereçam nosso desprezo, mas sim que a forma de ajudá-las é que está errada. Antes quero passar o significado do termo assistencialismo.


sm.

1 Soc. O conceito e a prática de organizar e prestar assistência a membros ou camadas mais carentes de uma sociedade, ao invés de atuar para a eliminação das causas de sua carência.

2 Pej. Pol. Sistema ou prática populista, que circunstancialmente proporciona certos benefícios aos pobres com vistas ao seu aliciamento eleitoral.


Das duas definições acima nenhuma delas é nobre. E não me referirei somente aos programas bolsa que o governo criou (ou renomeou), mas sim a outros tipos de assistencialismo que há muito tempo já existe em nossa sociedade.

Quando você está trabalhando em uma empresa, alguns ‘malefícios’ lhe são concedidos, como o vale refeição, o vale alimentação, vale transporte, plano de saúde, plano odontológico, auxílio creche, etc. Não é em todas, mas isso é comum de se encontrar. Carlos, você escreveu ‘malefícios’, sendo que o correto é benefício. Explicarei meus motivos.

O salário mínimo foi criado no governo do Getúlio Vargas, em 1935, e na nossa última constituição, de 1988, foi definido que todo trabalhador tem direito a um salário mínimo, que precisa ser “capaz de atender a suas [do trabalhador] necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”. Ora, se o salário já contempla tudo isso, porque criar estes ‘malefícios’? Com todos estes ‘malefícios’ o que acontece é que eles retiram este valor do salário, obviamente. Não pensem que você está recebendo em duplicidade valores para a saúde, transporte, alimentação.

Estes valores somente foram desvinculados do salário. E este desvínculo é muito danoso às pessoas. Primeiro porque como ‘deixa’ de fazer parte do salário (nos termos legais) estes valores não são considerados para efeito de férias, 13º salário, aposentadoria. (E pelo que eu sei aposentado também se desloca, se alimenta, precisa mais ainda de atendimento médico). Enfim, é um mecanismo de retirar dinheiro do trabalhador.

E tem outro problema, o da retirada da liberdade de escolha das pessoas. Eles tiram o valor do transporte do salário e migram para o vale transporte. Mas este vale transporte é cheio de regras – aí já começa um problema, pois é preciso criar gerenciamento sobre isso – e caso a pessoa vá trabalhar de carro ela perde o benefício, ou então se mora perto e resolve ir a pé, também deixa de receber. Pergunto: qual a culpa da pessoa de ter um carro ou poder ir a pé ao trabalho, para perder uma parte do salário? Como dito na constituição o salário é quem tem que prover as condições de transporte, e se esta pessoa pode economizar com o transporte, por que não deixá-la gastar em outras áreas, como lazer ou saúde? Por que gerenciar neste ponto as pessoas? Igualmente ruim é o vale refeição e o alimentação – acho meio esquisita esta separação, pois em ambos as pessoas estão se alimentando, porém um ainda é mais restrito, e dá-lhe controle para gerenciar tudo isso – que obriga a pessoa a gastar o dinheiro em determinados lugares. E se o funcionário mora perto de casa e prefere ir almoçar em casa com a família? Ele tornou-se indigno de receber a parte do salário para pagar a comida? Ou então a comida da casa dele sai de graça?

Certamente não, e parece que ninguém vê isso. Parece que as pessoas ficam abobalhadas com o tanto de ‘benefícios’ que temos.

Seria tão mais simples a empresa pagar o salário correto para o funcionário, com todos os benefícios incorporados, e deixar ele livre para escolher como gastar. Isso no mínimo geraria uma obrigação da pessoa tornar-se mais responsável, pois não teria ninguém para pegar na mão dele e dizer como gastar o seu dinheiro.

E vejo mais benefícios ainda. Se diminuirá a quantidade de controles que precisam ser feitos, as fiscalizações. As empresas não teriam que ficar controlando vales, o governo não teria que ficar criando empregos para pessoas analisarem se o valor foi aplicado no seu devido destino. Isso diminuiria custos da empresa e do governo.

E vejo outro ainda. Para algumas pessoas sobrará mais dinheiro do que atualmente (os que andam a pé, ou os que almoçam em suas residências, por exemplo) e com este dinheiro eles poderão comprar mais coisas, fazer investimentos, aumentando a produção e fazendo a economia girar.

Será que algum dia deixaremos de ser um país assistencialista e passaremos a ser um país consciente?


sábado, 23 de fevereiro de 2008

O retorno do mesmo

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Há um tempo atrás escrevi um artigo de nome Quem tem medo do mesmo? onde eu criticava o incentivo à irresponsabilidade das pessoas, a desobrigação delas serem responsáveis por suas próprias vidas e decisões. Citei até algumas coisas que creio que possam vir a ocorrer brevemente.

E façamos um exercício de futurologia nesta área de retirada de responsabilidades. Imagino as seguintes frases nos produtos:
- Porta: “antes de atravessá-la, verifique se a mesma encontra-se aberta”
- Faca: “antes de cortar, verifique se seus dedos não estão embaixo”
- Janela: “não saia por ela caso ela esteja a mais de 1.5m do chão”
- Fogão: “não coloque nenhuma parte do corpo sobre a chama, pode queimar”

Antes e depois de escrever este artigo escutei de pessoas que isso era um exagero meu, que o aviso sobre o 'mesmo' não era assim tão perigoso. Tomo a liberdade então de transcrever uma pequena nota publicada pela revista Época, de 18 de fevereiro de 2008, pág. 26, Primeiro Plano. Segue na íntegra o texto.

Segurança: Vão proibir até o esconde-esconde?

A Corrida de Panquecas, uma tradicional competição infantil que marca o início da Quaresma, é um evento anual que as crianças inglesas adoram. Não há notícia de acidentes acontecidos enquanto algúem corria carregando uma panqueca nos 600 anos da competição. Neste ano, porém, a cidade de Ripon, no norte do país, cancelou a corrida para "garantir a segurança dos participantes". O caso ilustra os exageros que estão sendo cometidos na Grã-Bretanha em nome da segurança. A pressão dos "especialistas em risco" é tamanha que o primeiro-ministro, Gordon Brown, criou uma comissão para eliminar as restrições mais absurdas. Exemplos:

* Uma escola de Carlisle obrigou alunos a usar óculos de segurança industrial para brincar no recreio.
* Outra, de Wilshire, vetou bolos caseiros em aniversários por medo de alergia.
* Atores de peças infantis foram proibidos de jogar doces na platéia para não correr o risco de ferir alguma criança.
* O salva-vidas Paul Waugh foi demitido por quebras as normas de segurança ao descer um penhasco para resgatar uma menina de 13 anos.

Rodrigo Amaral, de Londres

Será mesmo que a placa pedindo para a pessoa verificar se o elevador está no andar é tão inofensiva? Ou será somente um sintoma dessa paranóia que a sociedade está gerando de transferência da responsabilidade da vida da pessoa da própria pessoa para o Estado?

Estão retirando nossa iniciativa, possibilidade de aprendizado, com os acertos e erros. Daqui a pouco terá lei para nos poupar de qualquer problema ou sofrimento que possa existir nesse mundo. Só estão esquecendo de uma coisa. Estão, com isso, retirando a vida das pessoas também. Estamos retirando nossa liberdade. Já temos sérias restrições de ir e vir (e estar) por causa da violência, estamos numa onda de cerceamento da expressão de opiniões pois qualquer coisa que seja dita e que alguém não goste é motivo para processo. E teremos também a retirada de liberdade de nossas escolhas, aprendizados, responsabilidade.

Não duvido que quem esteja tomando tais medidas esteja fazendo isso pensando no melhor para a sociedade. A minha dúvida é o que eles possuem dentro da cabeça.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Nossos queridos políticos

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É tão bom morar em um país com políticos sérios, que respeitam o dinheiro do contribuinte, aplicando nas necessidades da população. E quando eles ainda se preocupam com a preservação da cultura? É muita felicidade.

Deixo este link de um vídeo de algo que certamente engrandece qualquer nação.

Pessoal, vamos botar a cabeça para funcionar, vamos ver a seriedade das pessoas e do sistema.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Criatividade

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Não duvido do potencial humano, de que somos capazes de fazer qualquer coisa, de no superarmos sempre, inovarmos, modificarmos o mundo. E sei que o ser humano pode usar este potencial para o bem ou para o mal, isso sempre será uma decisão pessoal.
Recebi um vídeo onde vejo um brilhante uso deste potencial, aliado a uma grande criatividade. E o resultado deixo para vocês verem.
O vídeo é de um artista de nome Ennio Marchetto (visitem o site) e é uma compilação de momentos do show dele. No Youtube vocês podem ver vários vídeos dele, assim como no próprio site.



Agradeço à minha amiga Silvia, que foi quem me proporcionou o conhecimento de tal trabalho.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O futuro do Brasil

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“Olá, meu nome é ....., bem, acho que não é importante o meu nome, mas o que sou e faço. Sou um jovem de 21 anos, o futuro deste país.

Sou um jovem normal desta sociedade, criado dentro dos atuais princípios e valores amplamente difundidos pela mídia, é claro. Essas coisas de valores tradicionais, familiares é coisa do passado, e quem vive do passado é museu. Eu sou moderno, atual, pra frentex. É incrível como um aparelhinho pode educar tão bem uma pessoa. Você quer saber como se comportar numa festa, veja a TV. Tem muitos exemplos que mostram como os jovens de hoje em dia devem se comportar. E eu como uma pessoa respeitadora desta entidade faço tudo direitinho, não devo desobedecer quem me ensina valores. E hoje é melhor ainda do que antes, pois agora tenho a internet onde posso aprender tudo, sem nenhum tipo de opinião chata e restringente dos parentes. Vejo o mundo como ele é, sem censura. Posso fazer amigos pelo mundo inteiro, expor minha vida e ver a vida de todo mundo. Consigo rapidamente saber o que meus novos amigos gostam, onde freqüentam, o que odeiam. Muito melhor do que antigamente, onde para isso era necessário contato, muitos encontros, conversas. A facilidade atual é realmente maravilhosa.

Meus pais também são muuuuuuuuuuito legais, sou um felizardo por ter pais assim. Nunca briguei com eles, já que sempre me apoiaram. Até mesmo quando todas as outras pessoas me diziam que o que eu havia feito era errado, que havia prejudicado os outros, meus pais me apoiaram. Nunca deixaram que eu sofresse por causa daquele bando de desocupados que somente querem estragar o prazer dos outros. Sei até que além do sim existe a palavra não, mas meus pais nunca usaram contra mim. Acho que somente pais que não gostam dos próprios filhos é que dizem não. Imagina, negar coisas a um filho? Deve ser algo de gente muito má. Mas meus pais não faziam somente isso por mim. Eles pensavam muito no meu futuro, certamente. Para isso trabalhavam muito mesmo, ficando até altas horas nos empregos, viajando semanas inteiras. Feliz o filho que não tem pai vagabundo. E eles faziam isso para que eu pudesse me preparar para o futuro. Passava o dia inteiro em escola e cursos, de tudo quanto é coisa, afinal, o mundo é globalizado, a competição é com pessoas do mundo inteiro e somente os fortes sobreviverão, e meus pais não queriam que eu fosse um fracassado na vida. Mas eu tinha super pais. Em todo retorno de viagem eu ganhava presentes, muitos presentes. Viviam me enchendo de presentes. Um mais caro que o outro. O preço era diretamente proporcional ao tempo que ficavam longe de mim.

E quando passei no vestibular – de uma universidade de pouco nome, particular, mas isso não vem ao caso – eles me deram um carro importado. Fiquei tão feliz!!!! Só achei tonta a postura de um conhecido meu que passou na USP e não ganhou nada dos seus pais, a não ser um abraço. E o pior é que ele estava muito feliz. Tem gente que se contenta com pouco mesmo, nunca serão nada na vida. Bom, mas deixa aquele tonto de lado.

E claro que eu já sabia dirigir, comecei aos 14 anos. Sou um cara muito precoce, não sou bobão como os outros que precisam completar 18 anos. Já peguei o meu carro e fui pela cidade exibi-lo. Meti o som no último, claro, afinal, para que ter som somente para mim? O legal é que todos possam perceber que eu tenho som no carro. Acelerei tudo o que pude, fazendo o motor urrar no máximo. É muito bom sentir essa sensação de poder. A gente fica mais forte ainda. Teve uns tontos que reclamaram do barulho, mas não dou bola para pessoas invejosas, que nunca terão condições de ter um carro como o meu.

Quando comecei a faculdade começaram as aulas chatas, insuportáveis. Não tenho paciência para ficar escutando umas pessoas que ganham uma merreca falar sobre um monte de besteiras que não me interessam. Da faculdade me interessa o diploma, somente isso. Então como muitos dos meus amigos também não assistiam às aulas, íamos a bares – que por coincidência do destino ficavam bem à frente da universidade – e bebíamos muita cerveja. Falávamos sobre coisas realmente interessantes, como ‘como pegar mulher’, ‘quem saiu com Fulana’, ‘quantas consegue tomar sem cair’, ‘carros’ e outras coisas dos gêneros.

E em pouco tempo comecei a freqüentar umas festas muito legais, as rave’s. Não eram estas festinhas chatas que acabavam em poucas horas, essas duravam até dias. Muita diversão. A música era demais. A variação de sons devia chegar a 2 ou 3 no máximo. E para aproveitar toda a festa certamente era necessário uns aditivos. Tinham os mais fraquinhos – energéticos – e os bons mesmo, que além de deixar a gente ligadão deixava a festa melhor ainda, tudo ficava mais divertido, as pessoas mais legais. Uma diversão total!!!!

É tão bom ficar alienado deste mundo, daquelas pessoas chatas que ficam falando que devemos fazer tal coisa, não devemos fazer. É impressionante como tem pessoas chatas neste mundo, que não gostam de diversão e por causa disso tentam tirar a diversão dos outros.

E como o legal desta vida é ter histórias para contar no futuro, posso dizer com orgulho que já acumulei muitas delas.
Como das vezes que fui preso por dirigir embriagado e causar acidente; ou então preso por meter a mão na cara de um babaca que não me deixou furar a fila, e ao invés de resolver no braço queria argumentar – eita coisa de fraco; ou então das inúmeras minas que embriaguei para dar um créu – 4 tiveram filhos meus, mas aí pago a pensão e tudo fica resolvido; ou então das inúmeras internações em clinicas de recuperação; ou dos subornos que dei há muitas pessoas para que eu pudesse ter o tratamento privilegiado que mereço. É muito história, e olha que só tenho 21 anos.

Enfim, este é um pequeno resumo de minha vida, e sei que ainda tenho muitos anos de vida onde poderei contribuir para o crescimento deste país.”

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Liberdade de expressão

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Nestes dias um caso tem ganho grande repercussão na mídia. É sobre várias pessoas pertencentes à uma organização religiosa que entraram com processos contra uma jornalista e o jornal onde trabalha. Se vocês tem acompanhado os telejornais (acho que somente numa emissora isso virou notícia) sabem do que estou falando.

Vi algumas destas reportagens e fiquei preocupado com a situação. Os processos estavam baseados em algumas frases escritas, onde se usava o termo seita para designar. E muitos se sentiram ofendidos com isso. Alegaram que o termo era ofensivo. Vi no dicionário e não reparei nenhum sentido negativo na acepção da palavra. Transfiro os termos que achei.

sf.
1 Rel. Grupo de seguidores de uma crença (seita religiosa)
2 Fig. Rel. Conjunto de pessoas que professam a mesma doutrina religiosa
3 P.ext. Grupo de pessoas que seguem qualquer doutrina, princípio, sistema etc.
4 P.ext. Qualquer organização social cujos componentes defendam os mesmos princípios; PARTIDO; FACÇÃO
5 Doutrina de um mestre seguida por diversos discípulos
6 Soc. Grupo de indivíduos que se organiza voluntariamente e se fixa em lugar afastado do convívio social

[F.: Do lat. secta -ae.]

Ouvi depoimento de uma pessoa falando que no senso comum seita possuía um sentido negativo.

No artigo da jornalista ela disse que há a hipótese que tal coisa, e como essa tal coisa não é coisa boa, também se sentiram ofendidos. Creio que o significado de hipótese também deve ter sido esquecido.

Bom, fiz esta introdução toda para dizer que fico preocupado com a liberdade de expressão, que vejo sendo atacada por esta situação. Agora não se pode dizer nada que ofenda ninguém - creio que a ofensa está em quem aceita, e não em quem a profere, independente de intencionalidade ou não e isso é motivo para entrar na justiça lutar por uma grana alegando perdas morais. Acho isso uma imoralidade muito maior do que qualquer motivo que possa ter levado alguém a entrar na justiça.

Não sou favorável à ofensas gratuitas, ou com o objetivo de destruir a imagem de alguém, ainda mais quando o objetivo disso é tirar proveito do problema gerado ao outro. Mas emitir opiniões, obviamente sensatas e baseadas em análises considero um direito de qualquer cidadão. Hoje já estamos sendo cerceados no que diz respeito a nossa liberdade de estar nos lugares, pois o excesso de violência criou um sistema de toque de recolher. E agora além de ficarmos cada vez mais em nossas casas passaremos cada vez mais a pensar e dizer cada vez menos, afinal, qualquer um que se sentir ofendido com algo que dissermos poderá entrar na justiça e acabar conosco. Então por que nos arriscarmos?

Fico imaginando nosso breve futuro. Vejo alguém pulando de cabeça no chão e se machucando todo, digo que o que ele fez foi uma besteira e ele me processa por tê-lo chamado de besta, independente do que ele ter feito ter sido uma besteira. (Aqui vale um comentário que dizer que a atitude foi uma besteira não é o mesmo que o chamá-lo de besta, o comentário é puramente restrito ao ato, e não à pessoa)

Tenho visto também recentemente vários humoristas tomando processos por causa de imitações que fazem. Humor é para ser escrachado, exagerado mesmo. Não consigo conceber um humor politicamente correto.

Será que daqui a pouco os caricaturistas também passarão a ser alvo? Afinal, eles também emitem as opiniões deles, porém com imagens, e certamente nada contidas.

Que sociedade é esta que estamos criando? Onde pararemos?

Defendo sim a liberdade de expressão, porém condeno as ofensas com dolo.

Aos que
tiverem interesse em ler algo do que foi publicado, seguem alguns links:
-
Juízes dão mais duas decisões a favor da Folha
-
Juiz vê "assédio judicial" em ações de fiéis da Universal

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Da série "Analisando de outro modo"

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Uma das coisas que normalmente faço é analisar situações ou frases de outro modo, de outra óptica. E isso gera situações incomuns.

Hoje na aula a professora disse a todos que espera que este ano (2008) seja o melhor ano de nossas vidas. Não tenho dúvida de que o desejo dela foi o melhor possível, mas façamos uma pequena análise. Se este realmente for o melhor ano de nossas vidas isso significa que todos os outros anos que ainda virão serão piores do que este, ou seja, sempre terminarenos os anos a partir de 2009 com o pensamento "este ano foi pior do que o ano de 2008", nunca teremos uma expectativa de algo melhorar, somente piorar.

Algo como "desejo que este ano seja o melhor de suas vidas, até agora" já resolveria o 'problema'.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Deixando para trás as trevas da caverna

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Platão conta uma alegoria que ilustra precisamente esta reflexão. Denominamo-la a alegoria da caverna. Vou contá-la com as minhas próprias palavras.

Imagine homens que vivem numa caverna subterrânea. Estão virados de costas para a entrada, presos com correntes, pelas mãos e pelos pés; por isso só podem olhar para a parede da caverna. Por detrás deles há um muro alto, e atrás desse muro passam por sua vez vultos humanos que levam diversos objetos por cima do muro. Uma vez que atrás desses objetos arde uma fogueira, eles provocam sombras bruxeleantes na parede da caverna. A única coisa que os homens da caverna podem ver é portanto este "teatro de sombras". Estão ali desde que nasceram e para eles as sombras são tudo o que existe.

Imagina agora que um destes habitantes da caverna consiga libertar-se da prisão. Primeiro, questiona-se de onde é que vêm estas imagens na parede da caverna. O que é que achas que sucede quando ele se volta para as figuras que são levadas por cima do muro? De início, fica ofuscado pela luz brilhante. A visão dos objetos com contorno nítido ofusca-o - até então, ele vira apenas as suas sombras. Se pudesse subir pelo muro e passar o fogo até sair para fora da caverna, ficaria ainda mais encandeado. Mas depois de ter esfregado os olhos veria também como tudo é belo. Pela primeira vez, veria cores e contornos nítidos.

Veria animais e flores verdadeiros - dos quais as figuras na caverna eram cópias. Mas nesse momento, perguntar-se-ia de onde é que os animais e as plantas vêm. Vê o sol no céu e compreende que o sol dá vida às flores e aos animais na natureza, da mesma forma que o fogo da caverna fazia com que ele pudesse ver as sombras.

O feliz habitante da caverna poderia sair a correr para a natureza e alegrar-se com a sua liberdade recém adquirida. Mas ele pensa em todos aqueles que ainda estão na caverna. Por isso, regressa. Logo que chega lá, tenta explicar aos outros habitantes da caverna que as sombras na parede são apenas cópias trêmulas de coisas verdadeiras, mas ninguém acredita nele. Eles apontam para a parede da caverna e afirmam que o que aí vêem é tudo o que existe. Por fim, matam-no.

Aquilo que Platão descreve na alegoria da caverna é o percurso do filósofo, desde as opiniões confusas até às idéias reais por detrás da natureza. Pensa também em Sócrates, que os "habitantes da caverna" assassinaram por destruir as opiniões habituais e por lhes querer mostrar o caminho para o verdadeiro conhecimento. Desta forma, a alegoria da caverna torna-se uma imagem da coragem e da responsabilidade pedagógica do filósofo.

Para Platão, a relação entre a escuridão da caverna e a natureza lá fora corresponde à relação entre os objetos da natureza e o mundo das idéias. Ele não queria dizer que a natureza era escura e triste, mas que ela é escura e triste em comparação com a claridade das idéias.

A fotografia de uma jovem bonita também não é sombria e triste, pelo contrário, mas é apenas uma fotografia.


Trecho do livro "O Mundo de Sofia", Jostein Gaarder, ed. Cia. das Letras

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Precisa-se de matéria prima para construir um país

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A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não esteja no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a 'ESPERTEZA' é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as “EMPRESAS PRIVADAS” são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu 'puxar' a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem 'gatos' para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros.

Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica. Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.

Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser 'comprados', sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem 'molhei' a mão de um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.

Como 'Matéria Prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'ESPERTEZA BRASILEIRA' congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa “outra coisa” não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados.... igualmente sacaneados!!! É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.

Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro...... Somos nós os que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

E você, o que pensa? .... Medite!!!!

João Ubaldo Ribeiro

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Deixarei vocês com um comentário que achei na internet sobre este texto. A pessoa preferiu o anomimato. (© Copyleft http://www.midiaindependente.org)

É fácil sentar no rabo e criticar o povo
UM 02/12/2005 01:04

Era só o que me faltava. Agora a culpa da corrupção é do povo? Fácil pra ele nos comparar com um país da Europa e nos chamar de corruptos. Se ele já esteve lá com certeza não lhe falta grana pra comprar jornal, mas pro cara desempregado que passa e ver um monte de jornal na calçada tem que pegar uns dez mesmo e vender o resto. Puxar a tv a cabo do vizinho? mas é claro. Se o nosso amigo não sabe o vizinho não paga nada a mais por isso, quem paga é a empresa, e acho que o empresário não vai ficar mais pobre por isso. Cultura de leitura??? Quem é esse cara pra me falar em cultura de leitura num país onde as pessoas não têm dinheiro pra compra comida? É claro que eu vou comprar um certificado médico porque sai mais barato que a consulta. Num país onde todos os governos sempre deixaram faltar até água para seu povo, esse cara vem me dizer que a culpa dessa sujeira é nossa? Acho que esse in-feliz não conhece a realidade do brasileiro. Não sabe que um cara que "rouba" lápis na empresa pro filho é porque ele deve tá limpando o chão da sala do Jornal onde ele fica sentado escrevendo merda. E provavelemente se ele pega esses objetos não é pra fazer coleção ou bancar o espertinho, é porque o salário mínimo que ele ganha mal dá pra comer. Acho que ele precisa passar um mês, só um mês com 300,00 no bolso, e depois me dizer se o brasileiro tá querendo bancar o esperto ou apenas sobreviver.