Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Sede é tudo

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Muita gente deve ter lembrado desta frase, que fez parte do slogan de um refrigerante, onde o começo do slogan era "Imagem não é nada...". Este é o motivo do título deste artigo, as imagens.
Na descrição do nome do meu blog, falo que atualmente muitas pessoas tem preocupações em parecer ter ou parecer ser algo. Vivemos numa era da imagem. O importante é parecer inteligente, parecer confiável, parecer bem de vida, parecer feliz. E para isso as pessoas criam imagens de si, com características que atendem ao que elas querem expressar, mas estão em desacordo com o que são.

Não precisamos ir muito longe para perceber isso. Que tipo de profissionais as empresas contratam? As que estão bem vestidas, que falam bonito, que se portam como a boa etiqueta pede ou as que são competentes no que fazem, possuem iniciativa, são honestas? Ah Carlos, mas a empresa busca pessoas com todas estas características. Sem dúvida, mas e se tivermos duas pessoas, uma em cada extremo? Qual será contratada? A que passa aos fornecedores ou clientes uma imagem boa ou a que é boa, porém com uma imagem não padrão? A aparência é mais importante que o conteúdo.
Certamente todas as pessoas criam uma expectativa sobre outras quando possuem um primeiro encontro, o que justifica uma preocupação com a imagem. Mas se o conteúdo for diferente da imagem, a decepção da pessoa será tão grande que dificilmente você terá algum relacionamento de sucesso e verdadeiro com ela.

O problema está onde as pessoas normalmente preferem investir seus recursos. Normalmente investem mais na imagem, deixando o conteúdo em segundo plano. E levam a vida assim, passando imagens boas até que as pessoas descubram o que há por debaixo da imagem. Então procuram outras pessoas para continuar usando a mesma imagem. Não há preocupação real de ser uma pessoa melhor, afinal, quem quiser 'subir' na vida precisa parecer, ter imagem, fazer uso de marketing. Ser honesto, verdadeiro, dedicado, eficiente são características de derrotados, que não 'sobem' na vida.
Coloquei o termo 'subir' entre apóstrofo pois este termo é extremamente relativo.

Digo as pessoas que não gosto nem um pouco de imagem, e que me preocupo muito com meu reflexo, pois o reflexo somente externa o que sou, deixando de lado qualquer impressão errada que posso passar aos outros.

Mas Carlos, se não usar o recurso da imagem terei menos chances do que os outros nas empresas, não terei as mesmas oportunidades, os mesmos contatos, o mesmo salário. Provavelmente está certo, mas quem constrói vidas sobre isso, sobre uma imagem, pode perder tudo rapidamente, e possivelmente nunca confiará nem será digna de confiança. Talvez fique a vida inteira sentindo que lhe falta algo, sem saber o que. Enquanto que os que se preocuparam com seu reflexo a vida toda pode não ter todos os bens, influência, status como os outros, mas poderão a vida toda sentir que estão fazendo a diferença na vida dos outros, e possivelmente escutarão coisas como "em você eu confio", o que nos contenta imensamente.

Será que o refrigerante não estava certo?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Confiança

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Nestes dias ocorreu algo comigo que infelizmente está ficando cada vez mais raro. Este fim de semana tive problema com meu carro, e foi necessário chamar mecânico, guincho, enfim, as pessoas necessárias para sanar o problema. No entanto eu tinha um problema maior, que era a falta de dinheiro em espécie ou cheque para poder pagar pelos serviços, e no momento em que tive o problema nem tinha como providenciar o dinheiro.
O mecânico que veio ver meu carro me indicou um serviço de guincho, e quando lhe expliquei que não tinha dinheiro em espécie ele disse que pagaria para mim, e que quando eu fosse pegar o carro acertaria com ele. O carro ficou pronto no outro dia, e ainda não havia passado em um caixa eletrônico para pegar o dinheiro. Perguntei para ele se eu não poderia passar no outro dia pela manhã para acertar. Ele disse que não teria problema, e assim o fiz. Fui logo pela manhã e acertei com ele, agradecendo-o pela confiança que depositou em mim a ponto de pagar um serviço de terceiro para mim e também de deixar eu levar o carro embora sem nenhuma garantia.
Perguntei a ele porque havia feito isso, e ele me disse que é porque eu passava a ele confiança. Não consigo expressar as minhas atitudes que deram esta impressão a ele.

Por que citei este caso? Pelo motivo que hoje em dia confiança é algo que infelizmente está rareando. Andamos na rua desconfiado de tudo e de todos, dependendo da caracterização da pessoa em algumas situações até mudamos de calçada, de rumo, entramos em lojas. Omitimos muitos fatos de nossa vida das outras pessoas porque desconfiamos que elas possam utilizar estas informações contra nós, assinamos uma infinidade de documentos quando entramos em uma empresa pois há desconfiança sobre uso indevido dos recursos e das informações, para qualquer acordo é necessário contrato, com assinatura reconhecida.
Quantos atualmente se socializam com seus vizinhos, os conhecem, trocam informações? Claro que o mundo infelizmente não está fácil, há muitas pessoas querendo enganar, usar as informações contra nós, nos explorar, e ignorar isso não é nada inteligente. Porém achar que todas as pessoas são assim, e então tratá-las com desconfiança não melhora nada, pior, somente torna as pessoas mais frias, solitárias, receosas, presas em seu próprio mundo, onde tudo o que importa é ela mesma. E quanto mais segura a pessoa, menos insegura o mundo. Vivemos em numa sociedade, e assim como nós precisamos de segurança, precisamos que a sociedade também precise estar em segurança, e um destes fatores é a confiança.

Dar crédito à alguém não é idiotice, mas respeito. É preciso entender que uma pessoa desonesta e não confiável não nos dá o direito de desconfiar de todas as outras. É preciso começar um círculo virtuoso, como se diz, onde uma confiança creditada a você gere uma confiança depositada por você em outra pessoa.

Novamente é o trabalho de formiguinha. Se cada um fizer um pouco, aos poucos começará a ter muita confiança, tornando as pessoas mais felizes, abertas, dispostas. E creio que motivando alguns que naturalmente são desconfiados, mostrando-lhes os benefícios da confiança.

No exemplo do meu mecânico, o que a confiança dele gerou de benefício? Digamos que qualquer problema que meu carro venha a ter novamente eu o procurarei em primeiro lugar, também o recomendarei para amigos meus que peçam referência. E ele não gastou um centavo a mais para isso, mas teve uma atitude extremamente positiva.

sábado, 22 de setembro de 2007

Só de Sacanagem

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O texto abaixo foi declamado por Ana Carolina, durante um show. O texto é realmente fantástico, e creio ser um motivador para fazermos as coisas certas.

SÓ DE SACANAGEM
(Elisa Lucinda)

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até hábeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!



quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Fuga de responsabilidades

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É incrível como hoje as pessoas fogem de responsabilidades. Parece que somos treinados desde crianças e nunca assumir nada, não sermos responsáveis por nossas vidas, nossas escolhas, o que ocorre conosco. Preferimos achar que tudo é culpa do destino, e se deu certo é porque tinha que ser, e se deu errado é porque não era a hora ainda. Quando que as pessoas começarão a assumir suas falhas, assumir os problemas que essas falhas causam, e também assumirem seus acertos, e colher os benefícios destes acertos?

Acho realmente que somos treinados desde crianças, não com ensinamentos diretos, como em uma escola, mas com a forma mais eficiente de ensino, que é o exemplo. Quantos exemplos não damos a eles diariamente?

E quando digo que não assumimos responsabilidade não digo que as pessoas são irresponsáveis, que fazem tudo errado. Entre o responsável e o irresponsável há o omisso, e este também é um problema. Pecar pela omissão. Há uma cultura popular que diz que é melhor se arrepender do que fez do que se arrepender de não ter feito. Claro que atitudes sabidamente prejudiciais não precisamos fazer, mas muitas outras podemos, e devemos, fazer. Vamos a alguns exemplos:

  1. Hoje em dia quem são os responsáveis pela educação dos filhos (não confundam educação com conhecimento)? Muitos pais atribuíram esta tarefa as escolas, as igrejas, tirando de si esta responsabilidade, sendo que os únicos responsáveis são eles mesmos. Preferem culpar a vida moderna, as inúmeras atribuições, o congestionamento. Se esquecem que foram somente eles que decidiram ter um filho, e junto com toda decisão vem as responsabilidades. Isso muitos não querem mais, é mais 'cômodo' para eles deixarem a cargo da escola (particular), e caso o filho não se torne uma pessoa com valores, princípios culpar a escola, afinal eles pagaram - e caro - por este 'serviço'. Assumir sua parcela de culpa não está nos planos.
  2. Hoje em dia quem são os responsáveis pela contratação de funcionários? Em muitas empresas essa função, além de estar relacionada ao departamento de pessoas, muitas vezes é terceirizada e faz uso de psicólogos. Promove-se inúmeros testes, faz-se dinâmicas de grupo, dá-se objetos estranhos para provas que quase ninguém consegue ver o menor sentido naquilo, muitas entrevistas, analisam a expressão corporal, caligrafia, o uso correto das palavras, verifica se o candidato utiliza as frases que os entrevistadores querem ouvir, vestem-se impecavelmente, enfim, um longo e complicado processo. E para que isso? Claro que para contratar pessoas certas para a empresa, que tenham caráter, honestidade, comprometimento, ambição na medida certa, e claro que também o conhecimento. Pois bem, se tudo isso é feito, como é que nas empresas ainda tem muitas pessoas desmotivadas, mentirosas, sem caráter, ambiciosas além da conta? Será que depois de inventarem essa forma de contratação realmente o nível humano das pessoas ficou melhor? Creio que não deva haver muita mudança, até porque se a regra de contratação é definida, certamente podemos criar métodos para nos ajustar ao processo.
    Então por que esse processo não é retirado? Creio que é porque nenhum gerente ou dono de empresa quer assumir a responsabilidade de colocar dentro da empresa um mau caráter. É preferível dizer "Bom, fiz o possível, contratei os profissionais adequados, promovi os testes adequados, enfim, fiz o que pude".
Esses são somente dois exemplos, poderia citar inúmeros outros, porém somente reforçariam estes dois, não acrescentariam novidade.

É a essa responsabilidade que me refiro. As pessoas hoje em dia preferem atribuir culpa aos outros, ou a até seres não humanos. Quantas vezes vocês já ouviram um casal dizendo que tiverem muitos filhos porque Deus quis? Isso também é responsabilidade nossa.

Somente conseguiremos um mundo melhor, mais justo, mais honesto, com pessoas mais comprometidas. Se cada um começar a assumir a sua responsabilidade sobre seus atos. Isso pode ser complicado no começo, vermos os nossos defeitos, as nossas falhas, mas somente assim poderemos evoluir, nos desenvolver, e resolvermos os nossos próprios problemas, sem deixar para que outros os resolvam por nós.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Podemos criticar nossos políticos?

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Se há algum assunto que haja quase unanimidade é a postura de nossos políticos, de qualquer âmbito: municipal, estadual e federal. Praticamente todas as pessoas criticam nossos políticos, as politicagens que são feitas, os acordos, os inúmeros benefícios, as maracutaias mesmo, e infelizmente sabemos que isso é uma triste realidade no país. Sei também que há bons políticos, que fazem o que tem que ser feito, que pensam no povo. No entanto a idéia deste artigo não é comentar sobre os atos de nossos políticos, mas sim sobre os nossos.

Que atire a primeira pedra quem nunca criticou um político. Possivelmente nenhuma pedra será atirada. Estamos errados então? Não podemos considerar errada as atitudes deles? Claro que não, atitudes incorretas devem ser alertadas, corrigidas, sanadas, e dependendo do caso, punidas. Mas a questão é: temos moral para criticá-los? Será que não somos uma versão menos abastada deles? Afinal, os políticos de hoje são pessoas como nós, com cultura similar, conhecimento similar, estruturas familiares similares. Ou será que quando uma pessoa torna-se política baixa uma entidade neles que os fazem completamente diferente de nós?

Reportarei um fato ocorrido comigo para tentar mostrar o que quero dizer. Mesmo antes de entrar na faculdade sempre fui contra qualquer tipo de trote, nunca vi o menor sentido nisso. Quando entrei na faculdade fui obrigado a raspar o cabelo, fui pintado, alvo de brincadeiras idiotas, essas coisas que infelizmente a sociedade gosta de achar que é normal, que é assim mesmo, que é um rito de passagem. Pois bem, passou-se um ano e no ano seguinte tinham novos bixos, e então a minha turma o que fez? Exatamente o mesmo com os outros. Quando eu questionava o motivo de fazerem aquilo, ouvia muitas respostas do tipo: "Fizeram isso conosco, por que não fazer com eles?", ou "É hora da vingança!", ou "Todo mundo faz isso!".

Antes de prosseguir quero fazer um parênteses para informar que não participei dos trotes.

E o trote foi feito. Agora vem minha pergunta? O que deu direito dos alunos do segundo ano fazerem isso com os que estavam entrando? Quem lhes deu este direito? O direito baseia-se somente no fato deles terem feito um ano de faculdade, nada mais. E por causa deste 'direito' que eles adquiriram, deste 'poder' eles passaram a ter o direito de promoverem aquelas atitudes com os alunos, o que considero um legítimo abuso de poder.

Mas o que tem a ver o trote na universidade com nossos políticos? Quando um político faz algo ilícito, rouba, desvia verba, ele também não está abusando do poder a ele conferido? Ele está também violentando pessoas, talvez não diretamente como no caso do trote, mas muitas pessoas, de modo indireto. É abuso de poder do mesmo modo. A única diferença é que o poder que um político tem é muito maior do que o poder que um veterano tem, mas ambos abusaram deste poder. O ato foi o mesmo, somente o 'nível de estrago' que cada um pode fazer é que é diferente.

Quando comentava isso com os outros alunos do meu curso não conseguia convencer nenhum. Para todos era diferente, não se podia comparar a atitude ilícita de um político com a que ele estava fazendo. Bom, ou ele não conseguia ver que o ato era o mesmo e se apegava ao 'tamanho' do estrago, ou então ele percebia que o ato era o mesmo, mas num instinto de defesa falava que não, afinal nenhuma pessoa gosta de assumir seus próprios erros.

Agora, será que estas pessoas que deram trote no passado, quando assumirem algum cargo gerencial em uma empresa, ou tornar-se político, não abusarão do poder do mesmo modo? Afinal, eles já se treinaram em abuso do poder, o que mudará é somente o poder que eles terão.

Temos moral para criticar?

Desigualdade Social

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O nome do título desta postagem é o mesmo nome de uma poesia que eu escrevi há muitos anos, mais precisamente em 12/09/1991 (8ª série), que resolvi transcrever.
Para que isso fosse possível foi fundamental que meus pais guardassem este documento durante tantos anos.

Desigualdade Social

Pobre, sem onde morar.
Rico, sem onde gastar.
Pobre, lutando para viver.
Rico, sem saber o que comer.

Pobre, sempre lutando.
Rico, sempre gozando.
Pobre, mal do rico.
Rico, torcendo por Zico.

Pobre, grande maioria.
Rico, no mundo da fantasia.
Pobre, comendo resto.
Rico, homem desonesto.

Pobre, vivendo na miséria.
Rico, nos discursos pessoas sérias.
Pobre, vivendo com o coração.
Rico, comandando a nação.

Brasil, país das desigualdades.
Pessoas, procurando a felicidade.
Aqui, nós temos que crer.
Mas é aqui que quero morrer.

Carlos Henrique Leda - 12/09/91

domingo, 16 de setembro de 2007

Heróis de verdade

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O nome desse título é o mesmo do livro de Roberto Shinyashiki, o qual recomendo que leiam. A mim ele me proporcionou uma boa reflexão, e reforço de vários conceitos.

Que eu saiba, os seres humanos, desde sempre, sempre buscam se espelhar em heróis, pessoas diferenciadas, que possuem qualidade as quais ainda nos faltam, então eles nos servem de referências, de um norte para nossa vida. E isso é muito bom, nos ajuda a chegar a algum lugar, a buscar algo que ainda não tenhamos, a sermos amanhã diferente do que somos hoje. E esta é uma das maiores riquezas do ser humano, essa imensa capacidade de se adaptar, evoluir, desenvolver-se, até o fim de sua vida.

Então ter heróis é bom, certo? É o que eu acredito, e tenho os meus heróis, certamente. Mas há um problema. E o problema não é ter heróis, mas sim ter os heróis errados. Como dito no parágrafo anterior, heróis são pessoas às quais nós procuramos nos espelhar, então vai a pergunta: quais são as pessoas (ou tipos de) que a sociedade hoje em dia mais valoriza e procura se espelhar?

Possivelmente nas respostas estarão grandes artistas, empresários, esportistas, modelos. Todos ricos, com carrões, mansões, podendo viajar de férias a cada três meses para qualquer canto do planeja, sempre bem vestidos e muito paparicados, idolatrados. Para grande parte da sociedade estas pessoas são sinônimos de sucesso, de felicidade, e é o que devemos ser para sermos também felizes e pessoas de sucesso.

Pergunto então: estas pessoas são realmente felizes? Realmente elas tiveram sucesso em sua vida? Obviamente não posso afirmar, mas quem quiser pode pesquisar um pouco a vida destes famosos. Quantos casaram-se somente uma vez? Quantos não se envolveram em drogas (considero álcool como uma)? Quantos conseguem ver seus filhos crescerem, estando presente e fazendo diferença no dia a dia do filho? Certamente poucos, de qualquer um destes tipos que citei.

Então todos os citados serão infelizes, amargurados? Claro que não, nem estou discutindo isso. O que me preocupa é a preocupação das pessoas em serem iguais a eles, acharem que somente com a fama igual a deles, com o dinheiro igual ao deles é que poderão ser felizes, e como isso é impossível (se todos forem iguais, não haverá mais famoso ou desconhecido, rico ou pobre), tornam-se infelizes, acham que são um fracasso, entram em depressão, tomam remédios, espalham sentimentos negativos, desestímulos por onde quer que passem.

Passam a vida toda lamentando não serem tão ricos quanto um empresário, tão belas quanto uma modelo, tão talentosos quanto um esportista, sendo que o que as pessoas precisam fazer é comparar-se como o melhor que elas podem ser em cada atividade. Sem jamais comparar-se com os outros. Mas Carlos, aquele esportista consegue correr 100m em 10s, e eu somente consigo correr em 20s. Isso é um fracasso.
Será? Será que este corredor consegue trabalhar tão bem com internet como eu trabalho? Possivelmente não, então ele passou a ser o fracasso. O que quero dizer com isso? Todos nós temos habilidades específicas, as quais conseguimos fazer mais facilmente do que outras. Existem milhões de qualidades a serem desenvolvidas, e é impossível ser bom em todas, na verdade é impossível ser bom em mais do que algumas. Então por que comparar-me com os melhores de cada atividade? Bobagem isso.

Creio que os heróis que escolhemos é que devem ser bem escolhidos. Quem não acha herói uma pessoa com a função de tratorista de uma prefeitura que após a ordem de despejo de uma família, devendo destruir a casa, se recusa, e vai preso por isso? Quem não acha herói uma pessoa que cata lixo, que mora na rua, e que acha um envelope com muitos cheques e dinheiro e devolve este dinheiro? Ou então um faxineiro de um aeroporto que também acha dinheiro e o devolve? Quem não acha herói um pai e uma mãe, que morando em uma favela, com pouco dinheiro e pouca instrução, faz das tripas coração para que o filhos não seja 'adotado' pelo tráfico, seja honesto, trabalhador?

Para mim, estes são os verdadeiros heróis, os que fazem o certo mesmo tendo toda a chance (e justificativa) de fazerem o oposto, o comum.

Fazer boas ações quando temos toda a condição do mundo é simplesmente nosso dever. Fazer boas ações quando não temos estas condições é heróico.

sábado, 15 de setembro de 2007

Origem

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Olá a todos.

Esta é a minha primeira experiência em blog, nem leitor de blog sou, portanto o formato do meu texto ainda não deverá estar no formato mais adequado, o tamanho do texto, e até o foco, mas se não tomarmos iniciativa de fazer algo, mesmo que ainda não saibamos tudo a respeito, possivelmente nem teríamos nascido, portanto me permito este começo, com o objetivo de melhorar com o tempo, lapidar o texto, o foco.
Há responsáveis pela criação deste blog? Certamente. Um grande responsável sou eu mesmo, que sempre gostei muito de questionar as coisas, conversar com as pessoas, trocar idéias, informações. Também gosto de escrever, ainda não tenho o hábito, o que pretendo criá-lo. Outros incentivadores são os meus pais, que freqüentemente me falavam que eu deveria escrever um livro com minhas opiniões, questionamentos, visões, enfim, minha maneira de ser. E o responsável mais específico pelo canal de comunicação a ser escolhido por mim ser um blog é o Menga, um amigo meu, que após uma das minhas conversas com ele me propôs isso. Não me lembro se à época eu disse que não, no entanto pensei sobre isso, e hoje tomei a decisão.

Bom, créditos dados, vamos ao conteúdo. Não sei exatamente se tudo o que postarei aqui terá um único foco, ou se serão situações vividas por mim, opiniões sobre diversos assuntos, e isso deixo a cargo do tempo definir. Também não tenho nenhum planejamento quanto a freqüência de postagem. Na verdade não gosto muito de regras, pois elas impedem espontaneidade, o que propicia um valor maior as coisas. Fazer algo por prazer, e não por obrigação, é sempre muito melhor. Mesmo que o resultado apresentado seja o mesmo, a forma como foi feita é que faz a diferença.

Explicarei um pouco melhor o nome que dei ao meu blog, Mundiota. Como disse na descrição do blog o nome propositadamente foi criado para dar a impressão de mundo idiota, e creio que muitos acreditam nisso. Mas por que este mundo é idiota? Posso citar alguns motivos. As pessoas estão demasiadamente preocupadas com o mundo das imagens e aspectos financeiros, então valorizam em excesso o TER, e mais recentemente o PARECER SER e PARECER TER. A embalagem tornou-se mais importante do que o conteúdo, a quantidade torno-se melhor do que a qualidade. E isso gera pessoas vazias, preocupadas e centradas somente em si, fazendo coisas muitas vezes lamentáveis em busca da imagem perfeita, dos bens que a tornariam 'mais respeitadas', ou pior, 'mais felizes'.
Estatística não tenho a respeito, no entanto creio que há um número significativo de pessoas assim, e o resultado que isto está gerando é muito perigoso. Pessoas sem valores, sem verdadeiros sentimentos, sem o amor, não me refiro a relacionamento com um homem ou uma mulher, mas sim consigo mesmo, com seus companheiros de trabalho, com sua família, seus vizinhos, e pessoas do outro lado do mundo também.
Então o motivo do nome é este, certo? Não, não é. O nome provém de uma adaptação do termo designado a quem defende um país: PATRIOTA. Pois bem, numa analogia bem simples MUNDIOTA seria a pessoa que defende o mundo então, e como absolutamente todas as pessoas vivem no mesmo mundo, todos defenderiam a mesma coisa, todos estariam no mesmo barco. Deste modo acabariam-se as defesas de interesses egoístas. Defender o interesse da minha classe profissional, do meu estado, da minha cidade, do meu sexo, da minha crença, do meu time de futebol, da minha família, enfim, qualquer agrupamento possível de ser feito. O interesse a ser defendido seria o de todos, o que for melhor para todo mundo, mesmo que em algumas vezes o melhor para todos não ser o melhor para nós mesmos.
Complicado isso hein!? Ô, demasiadamente. Por isso é que é tão raro vermos isso. Somos criados com uma cultura do egoísmo, onde o importante é NÓS estarmos bem, independente do nosso vizinho ou amigo de serviço.

Nossa Carlos, mas que legal esta idéia!!! Você já faz tudo isso? Não, não faço, e sei que ainda há um grande caminho para trilhar até conseguir chegar neste ideal. No entanto creio que o mais importante não é chegar lá, mas estar sempre trilhando este caminho, se aperfeiçoando, desenvolvendo-se. Muitas vezes o caminho é mais importante do que o destino. E estou me esforçando para estar neste caminho.

Como eu disse no início deste texto, o foco deste blog não está plenamente definido, então poderão vir outros textos sobre situações que vi, que li, que presenciei, atitudes boas tomadas por outras pessoas, enfim, procurarei sempre ter textos que possam promover um pouco de reflexão nas pessoas.

Minha única pretensão com isto é ter um espaço para expor idéias, sentimentos e ter retorno das pessoas.

Bom, encerro esta minha primeira postagem aqui, e sugestões serão sempre bem vindas.

Felicidade a todos