O nome deste artigo é uma frase da música "Longe de você" (Charlie Brown Jr). Após ouvi-la coloquei a frase no meu MSN, e algumas pessoas comentaram comigo que gostaram muito da frase, e conhecem situações em que esta frase poderia ser aplicada.
Eu também faço parte destas pessoas, conheço pessoas que se preocupam mais com a moldura do que com o próprio quadro. Tirando a metáfora são pessoas que se preocupam mais com o aspecto exterior, com sua imagem, suas roupas, jóias, e não se preocupam – ou preocupam-se em menor intensidade – com sua integridade, valores, postura perante os outros, com seu desenvolvimento.
E por que tantas pessoas optam por isso? Será que elas acreditam que tal postura as tornarão melhores? Serão mais felizes se preocupando com o aspecto exterior? Eu tenho a certeza que não, no entanto elas não pensam do mesmo modo.
Infelizmente nossa mídia tem incentivado em muito esta preocupação com o exterior. Sempre se valoriza a roupa nova, um produto novo, uma forma “moderna” de ser, e nos deixam claro que se não tivermos tudo isso não seremos as pessoas que o mundo quer, estaremos “out”, e consequentemente, “perderemos” o nosso valor.
Quanta ironia, nos fazem acreditar que nosso real valor tem a ver com o valor em real que gastamos. E lá vão as pessoas, comprando tudo, se endividando até além do limite, tudo em nome da busca do nosso “valor”.
E isso, ao longo de anos e anos, somente faz com que as pessoas passem a adotar como padrão este comportamento, e por ser padrão para ela, consequentemente passa a ser o certo. E se estão fazendo o certo, por que mudar? Então, lá vão estas pessoas, crescendo, prosperando financeiramente, tornando-se “responsáveis” pelo destino de inúmeras pessoas.
Quem dera mais pessoas ouvissem a frase da música e parassem um pouquinho para refletir. O mundo não precisa de molduras boas.
3 comentários:
Eu me cuido, gosto de me arrumar, mas não perco meu tempo valorizando isso demasiadamente nem em mim e nem nos outros. Estava outro dia comentando com um amigo o quanto pessoas vaidosas demais, que querem parecer bonitas demais acabam me cansando. Geralmente elas tem pouco conteúdo.
Sempre segui nadando contra a correnteza e você sabe disso. Aliás, fez parte e sentiu e sente na pele como é difícil ser fiel aos seus conceitos e quanto pessoas fúteis são preconceituosas.
Hoje mais que nunca valoriza-se o exterior, aquilo que parece ser. Mulheres e homens apelam para o silicone para parecer "melhores". Na verdade acabam mercadoria e sendo apelidados com nomes de frutas (gostosas) para serem consumidas. Mas e depois??? Jogamos a casca fora???
Tem também muitas pessoas que não usam o recurso da vaidade mas escondem-se atrás de máscaras. Fora de casa são simpáticas, parecem boas pessoas, vão à missa, etc, mas em casa são completamente diferentes. Agradam os de fora mas tratam mal a mulher e os filhos e continuam posando de bonzinhos. Usam uma moldura que na verdade não conseguem elevar o valor do conteúdo e somente pessoas mais atentas conseguem enxergar e realmente avaliar.
Infelizmente o mundo é assim. "Mais vale a aparência que a essência."
Bom dia
angela
Uma vez li que numa cidade grande onde não temos tempo de conhecer todo mundo, mas precisamos de dados rápidos para a convivência, adotamos o externo (roupas, posturas, posição social) para nos guiar sobre quem é a pessoa. A tática serve para nos orientar, o problema é que esquecemos que isso é só um método para usarmos de vez em quando, e passamos a achar que é o que vale para valorizar as pessoas...
É bom lembrar que podemos usar o tempo e a observação do comportamento para conhecer melhor os outros.
Bjes!
Postar um comentário