Atualmente há uma exigência muito forte onde nós “necessitamos” conhecer um segundo idioma, e se possível um terceiro, já que isso é imprescindível no mundo “moderno”.
E aí se proliferam escolas de idiomas, principalmente o inglês, porém com a crescente cobrança de um terceiro idioma surgem várias de espanhol, italiano e até chinês.
Pergunto: pra que tudo isso?
Há os que dirão que sem isso não conseguiremos trabalho, que o mundo atualmente é globalizado, que a concorrência está muito grande e mais um monte de blábláblá.
E o motivo da minha pergunta é: se nem o português as pessoas sabem, como é possível saber um segundo idioma?
Hoje, em poucos minutos, presenciei 3 situações que demonstram, em vários níveis, o desconhecimento da nossa língua.
Numa farmácia eu perguntei para a atendente qual o efeito do remédio. ela me disse que ele desintoxica. A palavra eu escrevi corretamente, porém a pronúncia dela foi terrível. O som do X ela não pronunciou com CS (de táxi), mas sim como CH (de caixa), “ficando” a palavra parecida com “desintochica”.
Atendente de uma farmácia, para constar.
Depois, em casa, um comercial, daqueles produtos “milagrosos” que resolvem rapidamente todos os problemas da pessoa, e elas ficam felizes e saudáveis rapidamente. A pessoa do comercial (uma senhora) disse que após tomar o remédio passou a fazer “tudo o que não poderia fazer”.
Interessante isso, o remédio, além de recuperar a saúde da senhora, também retirou dela o senso do que é correto e ela agora passou a fazer tudo de errado, ou seja, tudo que não se poderia fazer. Agora que ela pode fazer exercícios imagino ela andando pela rua, tocando a campaninha das casas e saindo correndo.
O correto seria ela dizer “tudo o que não conseguia fazer”.
E para finalizar, na TV, já vi inúmeras vezes apresentadores do telejornal dizendo, quando começará os comerciais “voltamos já”. Voltamos é somente quando já houve o retorno, quando haverá um espaço de tempo deve-se utilizar “voltaremos já”.
E olha que isso é na maior rede de televisão do país.
Não vou nem citar os exemplos de “português” que vemos diariamente na internet, é cada caso mais escabroso que outro.
É por isso que questiono esta necessidade de se “aprender” outro idioma. Claro que aprender é sempre bom, se desenvolve, pode-se conhecer novas culturas, ampliar a visão. Mas fazer isso antes do nosso “dever de casa” me soa mais como preocupação com aparência do que um real acréscimo de conhecimento.
3 comentários:
Depois que entrei no universo blogueiro, fiquei pasmo com a quantidade de assassinatos ao português que as pessoas fazem. E o pior é que elas floreiam as palavras, tentam escrever textos complexos, mas cometem erros terríveis como "as pessoas é" ou "agente" ao invés de a gente.
Tudo bem, até mesmo eu cometo erros de português, mas tem certos momentos nos quais acho isso absurdo.
Esperar o que de um país em que o próprio ministério da Educação diz ser certo falar "a gente vamos" e "os livro". Estamos entregues...
A internet ajuda bastante nesse processo inexorável de burrificação (palavra inexistível, eu sei) em massa.
E a coisa só piora.
É só ver a reforma ortográfica (chamada por muitos de reforma burra)que, ao invés de ajudar, só piorou, já que incitou o brasileiro a se esforçar menos para ler e, consequentemente, interpretar um texto corretamente.
Enquanto vivermos com o fantasma do colonialismo cultural (se é que dá pra chamar EUA de cultura)nas costas, não chegaremos a lugar nenhum.
Valeu.
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