Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

terça-feira, 7 de julho de 2009

Legalização da incompetência pública

Hoje pela manhã acordei e vi uma notícia que já me deixou descontente um pouco mais com este país. Aqui realmente é o paraíso das coisas mais absurdas que se possam inventar. Quer coisa maluca, sem sentido? Venha para o Brasil. Quer inversão de valores? Venha para o Brasil?

A notícia que vi é que em Brasília o flanelinha e limpador de para-brisa agora virará profissão, regulamentada e tudo. É isso mesmo, agora aquelas pessoas, que não trabalham, ficam vagando nas ruas, não se esforçam, não estudam, e fazem seu carro de refém para que você seja obrigado a dar um dinheiro para eles serão profissionais reconhecidos. E olha que eu que fiz faculdade de tecnologia, antes fiz curso técnico na área, trabalho há anos ainda não tenho minha profissão regulamentada. Será que devo sequestar algo de alguém para que minha profissão seja reconhecida?

Alguns links com a notícia:

Pegarei alguns textos do primeiro artigo.

De agora em diante, quem quiser tomar conta de carros nas ruas da capital federal terá de fazer por um curso de capacitação que inclui noções de cidadania, leis de trânsito, defesa do consumidor e ensina uma nova técnica de trabalho - a da biolavagem dos carros

Vamos ver, será que aquelas pessoas que são flanelinhas possuem dinheiro para fazer o curso, tempo para isso (afinal, o tempo parado para eles é tempo não trabalhado) e terão dinheiro para comprar os produtos para lavar os vidros dentro da técnica da biolavagem?

A regulamentação resolve o problema. O fato de haver um flanelinha treinado e identificado, com crachá e jaleco, alivia um dos principais problemas enfrentados pelo motorista nas grandes cidades. Mas é necessário um grande controle e fiscalização

Só se for o da ilegalidade, não o da imoralidade e da ineficiência do estado em nos dar a proteção que é direito e pagamos por ela. E sem contar que se for necessário mais fiscalização, mais dinheiro sairá dos nossos bolsos para contratarem fiscais, que certamente serão sempre insuficientes.

O flanelinha somente existe devido a incompetência do estado em dar estudo e condições das pessoas buscarem seu lugar ao sol, trabalhando dignamente e lutando pelo seu pão de cada dia. O estado, ao tirar o direito das pessoas serem cidadãs dignas (não falarei da corrupção, verbas qualquer-coisa-que-exista-no-planeta, aposentadorias milionárias com 8 anos de vida pública, ….) as torna mais propensas a procurarem ‘alternativas’, mesmo que seja mediante extorsão ou coação. E o estado falha novamente em não punir estas pessoas, tratando-as como paisagem e achando isso natural. E ao achar isso natural, surge a estúpida fantástica idéia de regulamentar a incompetência pública e prestigiar as pessoas que nada acrescentam a sociedade, nos ameaçam, e tiram mais ainda nosso dinheiro.

É uma forma de resolver problemas das mais estúpidas possíveis. Se fazem algo ilegal, ao invés de coibir isso, somente tornam legal. Assim não terá gente na ilegalidade, e tudo estará perfeito.

Será que é por isso que nossa educação está tão fantástica na avaliação do governo? Ao invés de darem mais educação e incentivos, aumentam as facilidades para se tirarem nota. Deste modo, o nível ficará bom. Se os alunos mesmo assim repetem de ano, que tal promover a aprovação automática, assim não teremos mais repetição. São verdadeiros demagogos gênios que pensam nestas incríveis soluções.

Então tomo a liberdade de ter alguns devaneios, e seguir a linha destes ilustres pensadores. O número de sequestros relâmpagos está aumentando, e o governo nada faz. Diz que não tem lei específica para isso (Nos EUA a constituição é a mesma desde a independência, e lá qualquer coisa eles resolvem). Então, ao invés de arrebentar estes marginais que tal regulamentar a profissão? Basta o sequestrador fazer um curso de como abordar pessoas sem ser notado pelos demais, quais os horários e pontos mais lucrativos, quais dias da semana mais lucrativos, como identificar vítimas clientes em potencial. Mas claro, como deverão aprender cidadania também, deverão ter um tratamento cordial com o cliente, sentá-lo confortavelmente no banco de trás do carro, com o cinto de segurança. Também darão um comprovante para o cliente dizendo que este cliente comprou o serviço deles, para que o mesmo cliente esteja isento no período de 6 meses da necessidade de compra de outro serviço do gênero.

Sinceramente não duvido do que escrevi. É a legalização da incompetência pública, dos espertos, dos exploradores, dos tortos. É um soco de direito na cara de quem luta para viver sendo honesto, trabalhando duro dirariamente para ganhar o seu 7/12 de salário (5/12 vai para o governo em impostos), estudar e abrir mão de certas coisas em prol de um futuro melhor para si e seus filhos.

7 comentários:

Elaine dos Santos disse...

Oi, Carlos! Obrigada pela visita e pela leitura do post sobre a educação. De fato, as posturas inverteram-se significativamente. Também não sou daquele tempo (sou um pouco mais nova), mas ainda vivi a fase em que o professor era respeitado. Agora, antes de abandonar de vez o magistério, vi, em muitos momentos, o exercício da docência ser questionado e o meu comprometimento com o aluno era dado como exigência demasiada...desisti do magistério...o que temo é que as pessoas passem a desistir da moral, do respeito, da dignidade... c'est la vie! abçs :)

Climão Tahiti disse...

Como se regulamentar desse ética a alguma classe... =/

Arthurius Maximus disse...

Simplesmente ridículo e uma demonstração da incompetência do Estado.

Ricardo Soares disse...

esse é o Brasil... jornalistas sem diploma e flanelinhas regulamentados... depois não sabem dizer porque somos o que somos...abs

Ricardo Soares disse...

aproveito para lhe avisar que estou corrigindo um vacilo. Vc gentilmente me tem linkado em seu blog e eu , por desatenção, nunca tinha feito o mesmo. Agora considere-se linkado... abs

GUARACI CELSO PRIMO disse...

Então Henrique,
Há uma quebra do código de ética dos ditos homens públicos, que legislam em causa própria. Além disso, o que vivemos é uma inversão total na escala valores. Quiça o código penal e civil fosse revisto. Ele não serve mais. Precisa ser revisto com urgência.
Mais uma vez você coloca muito bem uma questão de imcompetência politica.
Um abraço.

Anônimo disse...

que ridículo
é o que vc falou. tanta profissão aí que não tem regulamentação e agora isso.
Lamentável!