Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

quarta-feira, 29 de julho de 2009

100% humano

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Esta semana ganhou um pouco de repercussão na mídia uma piada publicada pelo Danilo Gentili em seu Twitter (http://twitter.com/danilogentili). A piada foi considerada preconceituosa, e em função disso a polêmica foi criada.

Reproduzo a piada, a qual peguei do site da Folha (http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u601173.shtml):

"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"

Fico muito preocupado com a forma como as pessoas estão vivendo, ou não-pensando. Piada jamais será politicamente correta, senão deixará de ser piada. E piada é feita de qualquer coisa. Há piadas sobre negros, sobre brancos, sobre loiras, morenas, altos, baixos, alemães, italianos, europeus, asiáticos, homens, mulheres, enfim, qualquer agrupamento de pessoas. Tudo pode ser motivo de piada.

Mas quando alguém faz uma piada sobre negros então aí vem alguém e fala que isso é preconceito, e que deve responder legalmente sobre isso.

O que estão fazendo é aumentar o preconceito, ao invés de diminuir. Se os negros podem se ofender com piadas; e os alemães, homens, mulheres, brancos, japoneses não podem se ofender, estão criando leis diferentes para eles, ou seja, separando-os dos outros, reforçando o estúpido conceito de raça.

Se tiver uma pessoa negra na rua, e eu precisar chamar a atenção dele, não posso chamá-lo de “negão”, pois isso é preconceito. Mas creio não haver problema caso algum negro me chame de branquelo. Isso não é digno de ofensa, enquanto que o “negão” é.

Vejo pessoas elogiando as camiseta abaixo:

Porém se alguém utilizar a camiseta com os escritos “100% branco” ele estará sendo preconceituoso, e provavelmente será preso ou ameaçado por muitos. E pergunto: por que?

Muitos dirão que é por causa do passado ao qual os negros foram submetidos, e nesse caso pergunto: e daí? As pessoas não podem agirem em função de algo que ocorreu com outras pessoas, ainda mais há várias gerações. O que aconteceu com aquela geração aconteceu com aquela geração, e não com esta. Esta é outra geração, outras pessoas, outra sociedade.

Ficar culpando o passado para gerar desigualdade não melhorará nada.

Ficar criando distinções somente reforça que são diferentes.

Eu penso que pessoas com alta auto-estima não ficam se preocupando em processar os demais caso tenham falado algo (ou que a própria pessoa tenha interpretado como tal) que eles não gostem, pois eles sabem que não é verdade, e portanto o comentário em nada modificará suas vidas. Porém se a pessoa se sente mal é que ela já se sente inferiorizada, sem capacidade de superar isso, e portanto precisa de ajuda de algo. É como uma criança, que quando um colega o chama de bobo sai correndo até a saia da mãe e pede pra ela ir lá e resolver o problema.

Quando as pessoas entenderem que elas são responsáveis por seus sentimentos, qualquer piada feito pelos outros, mesmo com o intuito explícito de provocar desconforto, serão ignoradas, e não acontecerá nada. Ou talvez o que ocorra é a diminuição das piadas, afinal, por que eu falaria uma piada se não incomodasse ninguém?

E utilizar o passado também não é um argumento válido para as nossas atitudes. Fazer isso somente é querer responsabilizar outras pessoas pelos nossos atos, pois senão eu começaria a explorar as pessoas, já que este país nasceu para ser explorado e somente vinham para cá bandidos no começo da colonização. Esse é o passado do brasileiro, e este passado em nada me dá direito de fazer coisas erradas. A decisão é minha.

Que as pessoas entendam que cada um é responsável por sua vida, por como se relaciona com o mundo, por suas ações e consequências. Querer arrumar álibis para suas frustrações ou postura em nada ajuda a construir uma sociedade melhor, sem preconceitos.

E se é para exibir algum orgulho em nosso peito, que tal se todos usarem esta?

E 100% humano não no sentido de ser do gênero homo sapiens, mas sim na sua postura perante aos outros, de ajuda, cooperação, fraternidade, solidariedade, amor.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Ter opinião? Claro que não!!!!

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Opinião, algo muito raro ultimamente. Poucos são os que tem opinião – me refiro a opinião própria, baseada em seus valores, suas reflexões, seus questionamento e análises, e não na opinião da massa ou as que querem que adotemos – e mais raro ainda os que possuem atitude para expressá-la. Ou as pessoas são ferrenhas defensoras das opiniões e ‘reflexões’ da massa ou então se omitem, para não discordar da maioria, que para muitos possuem o pensamento correto, afinal, muitos assim ‘pensam’.

E quando aparece alguém que emite sua opinião, vem o poder injusticiário e promove ações calando ou intimidando.

Escrevo isso em função de uma notícia que li esta semana. A apresentora Ana Maria Braga foi multada em R$ 150 mil por danos morais a uma pessoa com o ofício de juíza (leiam a íntegra).

Pela notícia, a juíza soltou um rapaz que havia agredido e mantido a namorada como refém. O rapaz foi preso, mas a profissional mandou soltar, alegando “bom comportamento”. Aqui vale um parênteses. Como que alguém que agride e sequestra alguém, ainda mais a namorada, pode ser avaliado como possuidor de bom comportamento? Será que na casa da profissional ele poderia morar? Ao sair, voltou a sequestrar a moça, a matou e posteriormente se matou.

É de se imaginar que tal postura gere um algo grau de inconformismo, principalmente quando nos colocamos no lugar dos familiares da moça. E a apresentadora, ao expor sua opinião e incorformismo foi alvo de processo, e perdeu em primeira instância.

Será que agora não podemos mais expor nossas opiniões a respeito das coisas? Será que não posso mais achar errado as coisas? Será que não posso mais discordar do que não concordamos? Será que seremos obrigados a concordarmos com atitudes como essa, pois se discordarmos seremos processados por isso?

E sobre o valor dos danos morais? Qual foi o dano que esta juíza sofreu para receber R$ 150 mil? E o valor que a família da moça recebeu por danos morais, quanto foi? Duvido que tenha sido mais que nada. A vida da moça, que foi morta por uma pessoa avalidada como boa pela juíza, não vale nada. Mas se sentir ‘ofendidinda’ por ter sua decisão publicada (vale ressaltar que as decisões não são sigilosas) isso sim vale R$ 150 mil, e corre bem rápido na justiça.

Que pesos e medidas diferentes hein? A opinião de uma pessoa sobre um fato (liberação do assassino) rende uma punição imensa, enquanto que a morte de uma pessoa em função da decisão de outra pessoa não rende nada.

Pois é, censura não temos no país, somente temos que pagar um alto preço para nos expressarmos, pois agora qualquer um que se sentir ‘ofendidinho’ entra na justiça para nos estorquir exigir danos morais.

Infelizmente muitos políticos (da velha filosofia e postura) também tem adotado tal prática. Eles fazem falcatruas, e se alguém expressa isso, ou demonstra a sua indignação, rapidamente é processado. Como se expressar a verdade nada edificante de uma pessoa passasse a ser um crime.

Sou dos que pensam que, se não quero que falem mal de mim, é necessário que eu faça as coisas certas. Processar alguém que falou algo ruim de mim, mas que é a mais pura verdade, é somente uma tentativa de esconder (inocuamente) sua fraqueza de caráter de si mesmo.

 

ps. Sei que os juízes somente podem fazer o que está escrito nas leis, e se nela está determinado que deveria soltar, ou havia argumentos que possibilitassem tal decisão, a mesma seria tomada. A minha preocupação é o que estão fazendo com quem se expressa. E também os vários pesos da justiça, que rapidamente conseguiu punir em R$ 150 mil em prol de uma juíza e demora anos para liberar direito de muitos aposentados, danos para os familiares das pessoas que morreram esperando atendimento médico, ou a legalização da sua aposentadoria de um salário mínimo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Legalização da incompetência pública

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Hoje pela manhã acordei e vi uma notícia que já me deixou descontente um pouco mais com este país. Aqui realmente é o paraíso das coisas mais absurdas que se possam inventar. Quer coisa maluca, sem sentido? Venha para o Brasil. Quer inversão de valores? Venha para o Brasil?

A notícia que vi é que em Brasília o flanelinha e limpador de para-brisa agora virará profissão, regulamentada e tudo. É isso mesmo, agora aquelas pessoas, que não trabalham, ficam vagando nas ruas, não se esforçam, não estudam, e fazem seu carro de refém para que você seja obrigado a dar um dinheiro para eles serão profissionais reconhecidos. E olha que eu que fiz faculdade de tecnologia, antes fiz curso técnico na área, trabalho há anos ainda não tenho minha profissão regulamentada. Será que devo sequestar algo de alguém para que minha profissão seja reconhecida?

Alguns links com a notícia:

Pegarei alguns textos do primeiro artigo.

De agora em diante, quem quiser tomar conta de carros nas ruas da capital federal terá de fazer por um curso de capacitação que inclui noções de cidadania, leis de trânsito, defesa do consumidor e ensina uma nova técnica de trabalho - a da biolavagem dos carros

Vamos ver, será que aquelas pessoas que são flanelinhas possuem dinheiro para fazer o curso, tempo para isso (afinal, o tempo parado para eles é tempo não trabalhado) e terão dinheiro para comprar os produtos para lavar os vidros dentro da técnica da biolavagem?

A regulamentação resolve o problema. O fato de haver um flanelinha treinado e identificado, com crachá e jaleco, alivia um dos principais problemas enfrentados pelo motorista nas grandes cidades. Mas é necessário um grande controle e fiscalização

Só se for o da ilegalidade, não o da imoralidade e da ineficiência do estado em nos dar a proteção que é direito e pagamos por ela. E sem contar que se for necessário mais fiscalização, mais dinheiro sairá dos nossos bolsos para contratarem fiscais, que certamente serão sempre insuficientes.

O flanelinha somente existe devido a incompetência do estado em dar estudo e condições das pessoas buscarem seu lugar ao sol, trabalhando dignamente e lutando pelo seu pão de cada dia. O estado, ao tirar o direito das pessoas serem cidadãs dignas (não falarei da corrupção, verbas qualquer-coisa-que-exista-no-planeta, aposentadorias milionárias com 8 anos de vida pública, ….) as torna mais propensas a procurarem ‘alternativas’, mesmo que seja mediante extorsão ou coação. E o estado falha novamente em não punir estas pessoas, tratando-as como paisagem e achando isso natural. E ao achar isso natural, surge a estúpida fantástica idéia de regulamentar a incompetência pública e prestigiar as pessoas que nada acrescentam a sociedade, nos ameaçam, e tiram mais ainda nosso dinheiro.

É uma forma de resolver problemas das mais estúpidas possíveis. Se fazem algo ilegal, ao invés de coibir isso, somente tornam legal. Assim não terá gente na ilegalidade, e tudo estará perfeito.

Será que é por isso que nossa educação está tão fantástica na avaliação do governo? Ao invés de darem mais educação e incentivos, aumentam as facilidades para se tirarem nota. Deste modo, o nível ficará bom. Se os alunos mesmo assim repetem de ano, que tal promover a aprovação automática, assim não teremos mais repetição. São verdadeiros demagogos gênios que pensam nestas incríveis soluções.

Então tomo a liberdade de ter alguns devaneios, e seguir a linha destes ilustres pensadores. O número de sequestros relâmpagos está aumentando, e o governo nada faz. Diz que não tem lei específica para isso (Nos EUA a constituição é a mesma desde a independência, e lá qualquer coisa eles resolvem). Então, ao invés de arrebentar estes marginais que tal regulamentar a profissão? Basta o sequestrador fazer um curso de como abordar pessoas sem ser notado pelos demais, quais os horários e pontos mais lucrativos, quais dias da semana mais lucrativos, como identificar vítimas clientes em potencial. Mas claro, como deverão aprender cidadania também, deverão ter um tratamento cordial com o cliente, sentá-lo confortavelmente no banco de trás do carro, com o cinto de segurança. Também darão um comprovante para o cliente dizendo que este cliente comprou o serviço deles, para que o mesmo cliente esteja isento no período de 6 meses da necessidade de compra de outro serviço do gênero.

Sinceramente não duvido do que escrevi. É a legalização da incompetência pública, dos espertos, dos exploradores, dos tortos. É um soco de direito na cara de quem luta para viver sendo honesto, trabalhando duro dirariamente para ganhar o seu 7/12 de salário (5/12 vai para o governo em impostos), estudar e abrir mão de certas coisas em prol de um futuro melhor para si e seus filhos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Reféns da culpa e medo

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É assim que vejo que nossa sociedade se encontra. Tornamo-nos reféns da culpa e do medo. Podemos ser livres por estarmos fora da cadeia, com emprego, podendo ir e vir para onde queremos, mas internamente temos nos tornados reféns desses dois sentimentos.

Eu não sei quem é que nos ensina isso, mas sei que ensinam muito bem. Nos fazem um processo de lavagem cerebral tão grande ao longo de nossa vida que passamos a crer que o único modo de vida é este, e que qualquer coisa diferente é irreal, que não existe, que é devaneio de malucos.

Sentimo-nos mal em muitas situações. Se não conseguimos o sucesso profissional, se não conseguimos o sucesso nos relacionamentos, se não conseguimos o sucesso nos estudos. E quando me refiro ao sucesso, falo do sucesso idealizado e proferido aos quatro cantos pela mídia. Falam como se só tivesse um tipo de sucesso profissional, sentimental. Você só terá sucesso profissional se virar um grande executivo ou dono de uma grande corporação. Só terá sucesso emocional se encontrar a pessoa perfeita, formando a família perfeita. Só terá sucesso educacional se se formar com louvor e na melhor universidade do país. Qualquer coisa abaixo disso é fracasso, e você deve se sentir culpado por ter sido ineficiente na conquista destes objetivos.

É uma brutal violação dos sentimentos humanos. Nos ensinam que devemos ser perfeitos em tudo, e nos ensinam também que devemos ficar mal caso não consigamos isso. E o que posso afirmar é que jamais alguém conseguirá isso, o que consequentemente gerará pessoas infelizes e culpadas segundo a premissa.

Também nos ensinam a ter medo das coisas. Agora a moda é ter medo da crise econômica, da falta de crédito, do emprego mais escasso. Há um tempo atrás era o medo da hiperinflação, do dólar alto. A cada 4 anos é o medo da troca de comando político.

Se somos jovens, temos que ter medo do futuro, de não passar em uma universidade, depois teremos que ter medo de não conseguir pagar o ensino, depois temos que ter medo de não conseguirmos emprego, depois temos que ter medo de não o perdermos. Depois temos que ter medo com a concorrência com os ‘sem diploma’. Depois temos que ter medo dos profissionais de outros países. É a troca de um medo pelo outro. Parece que temos a obrigação de termos medo. Se não tivermos, não somos seres humanos.

Temos medo da violência, do desemprego, da economia, dos relacionamentos, de ousar, de agir, de tomar decisões. Creio até que chegamos no ponto em que temos medo de ter medo.

Se não dermos um basta nisso, não será possível vivermos. Passaremos nossa vida somente sobrevivendo, não aproveitando a plenitude da vida, os imensos momentos bons, a quantidade exacerbada de coisas boas, de gestos bons, humanos. Precisamos quebrar esta lente que nos colocaram para começarmos a ver o mundo sob outra ótica. Sob a ótima do otimismo, da solidariedade, da confiança, do amor. Precisamos deixar de ouvir os outros, e ouvirmos nós mesmos. Ouvir o que nossa consciência nos fala, seguir os caminhos que nos dá.

Não digo que devemos passar a ser inconsequentes, fazer as coisas sem a menor preocupação com o futuro, suas consequências, mas dizendo que devemos a ver os obstáculos como oportunidade de nos prepararmos para o caso de termos que enfrentá-las.

Se temos receio de como será a aposentadoria, que tal ao invés de ficar preocupado passarmos a fazer uma economia e colocar na poupança, para que tenhamos menor dependência das políticas do governo?

Se temos receio de não encontrarmos um amor, que tal investirmos em nós, nos tornando melhores pessoas, para facilitar isso?

Se temos receito de perder o emprego para os ‘sem diploma’, que tal estudarmos mais, fazermos cursos, sermos mais honestos, íntegros e profissionais?

Basta encararmos de outro modo. E se o que fizermos não der certo, por que ficarmos com sentimento de culpa? Não é melhor olharmos para o ocorrido, analisar as atitudes que tomamos e quais as consequências, e o que poderemos fazer de diferente para que não repitamos o mesmo erro?

E fazer isso não nos livra da responsabilidade sobre os nossos atos, pois isso é algo intrínseco às nossas decisões, mas somente evita de nos paralizarmos, de ficarmos tristes, preocupados por ter afetado outras pessoas, imobilizando-nos perante a repetição do novo desafio ou de novos desafios.

Todos os nossos atos trazem consequência, e consequentemente responsabilidade. Até mesmo o ato de não fazer nada. Isso também é um ato, e também traz consequências. Então que entendamos isso, que percebamos que evitar riscos é um esforço inócuo, e que o melhor é utilizarmos nossas energias em pensar em como acertar, como melhorar, como agirmos sempre de um modo melhor.

Temos uma vida só, e pouco tempo pra aproveitá-la. E utilizarmos nossas energias tentando digerir medos e culpas somente diminuirá nossa vida, mesmo que vivamos uma centena de anos.

E que possamos passar as pessoas mensagens positivas, sem culpas ou medos. E que jamais tolhamos nossas crianças.