Esta semana ganhou um pouco de repercussão na mídia uma piada publicada pelo Danilo Gentili em seu Twitter (http://twitter.com/danilogentili). A piada foi considerada preconceituosa, e em função disso a polêmica foi criada.
Reproduzo a piada, a qual peguei do site da Folha (http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u601173.shtml):
"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"
Fico muito preocupado com a forma como as pessoas estão vivendo, ou não-pensando. Piada jamais será politicamente correta, senão deixará de ser piada. E piada é feita de qualquer coisa. Há piadas sobre negros, sobre brancos, sobre loiras, morenas, altos, baixos, alemães, italianos, europeus, asiáticos, homens, mulheres, enfim, qualquer agrupamento de pessoas. Tudo pode ser motivo de piada.
Mas quando alguém faz uma piada sobre negros então aí vem alguém e fala que isso é preconceito, e que deve responder legalmente sobre isso.
O que estão fazendo é aumentar o preconceito, ao invés de diminuir. Se os negros podem se ofender com piadas; e os alemães, homens, mulheres, brancos, japoneses não podem se ofender, estão criando leis diferentes para eles, ou seja, separando-os dos outros, reforçando o estúpido conceito de raça.
Se tiver uma pessoa negra na rua, e eu precisar chamar a atenção dele, não posso chamá-lo de “negão”, pois isso é preconceito. Mas creio não haver problema caso algum negro me chame de branquelo. Isso não é digno de ofensa, enquanto que o “negão” é.
Vejo pessoas elogiando as camiseta abaixo:
Porém se alguém utilizar a camiseta com os escritos “100% branco” ele estará sendo preconceituoso, e provavelmente será preso ou ameaçado por muitos. E pergunto: por que?
Muitos dirão que é por causa do passado ao qual os negros foram submetidos, e nesse caso pergunto: e daí? As pessoas não podem agirem em função de algo que ocorreu com outras pessoas, ainda mais há várias gerações. O que aconteceu com aquela geração aconteceu com aquela geração, e não com esta. Esta é outra geração, outras pessoas, outra sociedade.
Ficar culpando o passado para gerar desigualdade não melhorará nada.
Ficar criando distinções somente reforça que são diferentes.
Eu penso que pessoas com alta auto-estima não ficam se preocupando em processar os demais caso tenham falado algo (ou que a própria pessoa tenha interpretado como tal) que eles não gostem, pois eles sabem que não é verdade, e portanto o comentário em nada modificará suas vidas. Porém se a pessoa se sente mal é que ela já se sente inferiorizada, sem capacidade de superar isso, e portanto precisa de ajuda de algo. É como uma criança, que quando um colega o chama de bobo sai correndo até a saia da mãe e pede pra ela ir lá e resolver o problema.
Quando as pessoas entenderem que elas são responsáveis por seus sentimentos, qualquer piada feito pelos outros, mesmo com o intuito explícito de provocar desconforto, serão ignoradas, e não acontecerá nada. Ou talvez o que ocorra é a diminuição das piadas, afinal, por que eu falaria uma piada se não incomodasse ninguém?
E utilizar o passado também não é um argumento válido para as nossas atitudes. Fazer isso somente é querer responsabilizar outras pessoas pelos nossos atos, pois senão eu começaria a explorar as pessoas, já que este país nasceu para ser explorado e somente vinham para cá bandidos no começo da colonização. Esse é o passado do brasileiro, e este passado em nada me dá direito de fazer coisas erradas. A decisão é minha.
Que as pessoas entendam que cada um é responsável por sua vida, por como se relaciona com o mundo, por suas ações e consequências. Querer arrumar álibis para suas frustrações ou postura em nada ajuda a construir uma sociedade melhor, sem preconceitos.
E se é para exibir algum orgulho em nosso peito, que tal se todos usarem esta?
E 100% humano não no sentido de ser do gênero homo sapiens, mas sim na sua postura perante aos outros, de ajuda, cooperação, fraternidade, solidariedade, amor.