Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Michael Jackson: descanse em paz

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Semana passada faleceu Michael Jackson, cuja morte foi amplamente divulgada. É comum dizermos nesse momento que foi-se o ser humano, e ficou o mito. E nesse caso é a mais pura verdade. As pessoas, gostando ou não das suas músicas, seu estilo, sua dança sabem que ele modificou muito o mundo, influenciou milhões para ser modesto, criou moda, ditou moda, chegou em todos os cantos do planeta.

O mito agora começará a ganhar força, ainda mais em função da forma e momento da morte. Possivel complicação em função dos remédios e a véspera de um retorno aos shows depois de mais de uma década de ostracismo. Certamente muitos lembrarão dele por muito e muito tempo.

Mas deixarei o mito para a imprensa, os fãs. Me aterei mais ao ser humano Michael Joseph Jackson, o quinto filho. Mesmo antes da morte dele era sabido do que ele sofreu na infância, e agora parece que mais informações chegam a tona.

Vi algumas reportagens sobre a vida dele, e depoimentos de pessoas que trabalharam com ele, e do próprio Michael. Michael foi uma pessoa que não teve infância, tampouco felicidade na idade onde deveria ter sua infância. Começou a cantar aos 5 anos, e desde pequeno seu pai sempre o mal tratava, e como o próprio Michael disse em uma entrevista, o seu pais sempre dizia que ele era feio. Tento imaginar o quanto isso pode afetar a cabeça de um ser humano. Como será que uma criança de 5 anos, que já tinha agendados compromissos de adultos, apanhava e escutava que era feio se sentia? Como será que um adulto se sentiria?

Pergunto-me hoje se o motivo de tanta cirgurgia plástica, mudança no rosto, nariz, cabelo e pele não teve nada a ver com o que ocorreu. Pergunto-me se sua frágil saúde – como foi dito por várias pessoas que conviveram com ele e pela publicação que ele tomava grandes quantidades de remédio – não era consequência dessas doenças psicológicas (ver psicossomática).

Será que não era uma forma que ele tinha de tentar encontrar a sua beleza, mesmo que em vão?

Vi também depoimentos dizendo que ele somente era feliz no palco. Creio ser possível sim, pois no palco era o único lugar do planeta onde ele era ele mesmo, podia fazer o que gostava, podia viver de fato.

Uma brasileira, que cozinhou por ele por 20 anos, disse que ele não tinha domínio sobre sua própria vida. Dinheiro não era ele quem controlava, o valor dos show também não, a compra de bens também não, onde estaria também não, seus vôos também não, sua alimentação também não. Outras pessoas sempre diziam o que ele deveria fazer, onde e de que modo. Fico imaginando como fica a cabeça dele. Era prisioneiro de sua própria vida. Vocês se imaginam sem autonomia para decidir os rumos da sua própria vida? Isso é prisão, e talvez ele estivesse aprisionado, dentro do seu sucesso.

Parece que Michael hoje somente queria ser a criança que o impediram de ser. O parque de diversões que ele criou não deve ter sido criado sem motivo. E se ele gostava de crianças por perto, será que não é por que ele queria voltar à idade, a ingenuidade delas, ser feliz? Pessoas que conviveram com ele disseram que ele era muito ingênuo, nesse sentido de puro, de ver bondade.

Se é verdade eu não sei, nem estou aqui para fazer papel de advogado, mas somente colocando perguntas que talvez nunca possam ser respondidas, mas ao menos poderão nos servir para refletirmos um pouco, se nossas certezas são tão certas assim.

E pela primeira vez vi a letra de uma música dele. A música é Man in the mirror. Vi uma frase que me chamou muita a atenção:

Eu vou fazer uma mudança de uma vez em minha vida.
Vai ser bom de verdade, vou fazer uma diferença,
Vou fazer isso direito...

Enquanto eu dobro a gola do meu casaco de inverno favorito,
Este vento está soprando minha mente.
Eu vejo as crianças nas ruas, sem o suficiente para comer.
Quem sou eu para estar cego,
Fingindo não perceber suas necessidades?

Uma indiferença de verão, um pião [feito] de uma garrafa quebrada
E uma alma de homem.
Eles seguem uns aos outros no vento, você sabe,
Porque eles não tem nenhum lugar para ir.
É por isto que eu quero que você saiba:

REFRÃO:

Eu estou começando com o homem no espelho,
Eu estou pedindo a ele para mudar seus modos.
E nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara:
Se você quer fazer do mundo um lugar melhor,
(Se você quer fazer do mundo um lugar melhor)
Olhe para si mesmo, e então faça uma mudança.
(Olhe para si mesmo, e então faça uma mudança)

Se queremos um mundo melhor, é melhor olharmos realmente para o homem do espelho, pois ele é o único nesse mundo que pode mudar algo.

Que sigamos essa idéia dele, e que ele, finalmente, descanse em paz.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Diploma pra que?

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Está sendo bem discutido nestes dias a decisão que permite que pessoas sem o curso superior de jornalismo exerçam a profissão de jornalista. Há muita polêmica – não entendo o motivo – sobre o assunto. Vejo muitos jornalistas defendendo a obrigatoriedade do diploma, pois na faculdade se estuda técnicas, procedimentos, ética, e vários outros assuntos.

Me pergunto qual o motivo do jornalista que cursou universidade estar preocupado com o assunto. Será que é por que se entrarem pessoas com menos competência passará a ter notícias sem credibilidade, falsas chegando até nós? Se for isso, não vejo motivo para preocupações, afinal, isso já existe e faz tempo, e com os jornalistas que passaram pelas universidades. E olha que hoje basta pagar para ter o diploma, pois tem cada máquina caça-níquel faculdade que vou te contar. Basta deixar o RG na entrada e depois de 4 anos você será um profissional incompetente para exercer tal profissão.

Ou será que o motivo da preocupação é saber que a pessoa investiu milhares de reais no diploma (conhecimento pode ser obtido por quem quiser, e sem pagar nada) para poder ser jornalista, e agora qualquer um pode exercer a mesma profissão? Se for este o motivo – direito adquirido – será que esta pessoa concorda com os benefícios direitos adquiridos por políticos?

Ou será que o motivo da preocupação é saber que agora ele concorrerá com mais pessoas, e se o nível dele não for bom o suficiente ele ficará para trás, mesmo tendo mais dinheiro que outras pessoas? Antes a profissão era limitada a poucas pessoas, as que tem mais condições financeiras (ou para estudar em escola particular para passar em universidade pública ou então estudar em universidade particular), e agora está aberta. Há mais concorrência.

Será que esta mesma pessoa que defende a manutenção do diploma defende o fim do comércio entre países? Será que prefere o Brasil de anos atrás, onde não havia importados e tínhamos que nos contentar com produtos ruins e sem concorrência?

Duvido que qualquer empresa séria vai querer um jornalista sem competência, independente de ter feito faculdade ou não. E mesmo que entre um incompetente (com faculdade ou não), duvido que ficará no cargo por muito tempo. O que importa é o conhecimento, a capacidade de aprender, de pensar, de questionar. O que fará com que um profissional consiga ser jornalista passará de ser um texto impresso em pele de carneiro com lindas letras góticas, mas passará a ser a competência de cada um. Mas competência não se compra, então…

Sou plenamente a favor do fim do diploma, e não somente para esta profissão, mas para todas. E lhes digo o motivo. Para mim, o que importa não é o papel, mas o conhecimento, que como disse pode ser adquirido em qualquer lugar, ainda mais com a internet hoje em dia e acesso a cursos online.

Sei que com o fim do diploma pode aparecer picaretas dizendo que sabe disso e daquilo. Mas é aí que entra a outra parte da história, que também tem que ser competente. O consumidor precisa aprender a separar o joio do trigo, a analisar o passado, ver os serviços feitos. Tratar o consumidor como pobre coitado é mantê-lo sempre neste estado. Se você deixar claro que o consumidor torna-se responsável pelo que adquire, você automaticamente faz com que os produtos melhores, os serviços melhores, afinal, o consumidor também será responsável por isso. Claro que picaretas devem ser punidos no rigor da lei, mas tratar o consumidor, que querendo pagar menos do que o comum opta por contratar um profissional duvidoso, como coitado é incentivar o medíocre.

Quando se exige diplomas ou provas para exercer determinada profissão somente se está excluindo a possibilidade de pessoas competentes exercerem a profissão, e certamente não dão a garantia de competência que eles tanto defendem, afinal, para ser advogado gasta-se muito dinheiro, passa-se em um prova difícil e mesmo assim vocês sabem a fama deste setor profissional.

Criar “castas” somente serve para continuar separando pessoas, mantendo quem está no poder no poder e quem é pobre pobre, além de piorar a concorrência e inflacionar os preços. Se não, por que advogados cobram uma fortuna para entregar um simples papel no forum? E por que pessoas “normais” não podem entregar o papel?

Quando se cria as categorias, quem perde é a sociedade, tanto na qualidade, quanto no atendimento.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Gente fina

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Gente fina, é aquela pessoa que é tão especial, que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa.
Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Todos a querem por perto.
Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões, quando necessário.
É simpática, mas não bobalhona.
É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir, sem agredir.
Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana.
Te ajuda, mas permite que você cresça sozinho.
Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar.
Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia.
Gente fina não julga ninguém - tem opinião, apenas.
"Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera". O que mais se pode querer?
Gente fina, não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa.
Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros.
Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra.
Gente fina é que tinha que virar tendência.
Porque, colocando na balança, é quem faz toda a diferença.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sociedade pendular

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Não sei se uma imagem vale mais que 1000 palavras, nem me preocupo em contar para verificar tal vericidade, no entanto que algumas coisas podem ser muito sintetizadas e tornarem-se límpidas através das imagens, isso sim.

Vejam esta imagem.

 Educação 1969 x 2009

Não sou da primeira época, mas mesmo na minha época ainda vigorava (ao menos na minha escola / cidade) a primeira postura, onde o aluno ficava envergonhado em tirar notas baixas, e cobrava-se dele o baixo resultado, e não da professora. E agora, se o aluno tira nota baixa, a culpa responsabilidade é da professora, e não mais do aluno.

Mas convenhamos que as duas épocas são bem extremadas. Enquanto que na primeira sempre a culpa responsabilidade era sempre do aluno, na segunda passou a ser somente da professora.

Foi-se de um extremo a outro, um verdadeiro pêndulo de valores. O que estava na direita passou a ficar na esquerda, e vice-versa, e este movimento já me chamou a atenção. Vejo muitas situações onde os valores sofreram inversão, e fico pensando no motivo disso. Será que o ser humano gosta de radicalismo? Ou pode tudo ou nada pode? Ou será que isso ocorre pois é mais fácil de gerenciar, afinal, a análise fica bem binária, pois o caminho do meio é sempre mais difícil de ser gerenciado.

Em outra oportunidade conversei com um amigo a respeito deste pêndulo social, que uma hora pode tudo, outra pode nada, depois volta a poder tudo, e por aí vai. Ele quase que concordou plenamente, somente acrescentando uma observação que passei a compartilhar com ele.

A sociedade vive neste pêndulo, nesse vai e vem de valores, mas jamais retorna a um extremo já obtido. Sempre que se ‘retorna’ a um extremo, a sociedade fica um pouco distante daquele extremo. E assim sucessivamente. É como se registrássemos os limites de um pêndulo ao longo do tempo, sofrendo atrito. O pêndulo vai de um limite ao outro sempre, porém cada vez mais perto do equilíbrio, até que um dia chegará nele.

O atrito que faz o pêndulo diminuir os extremos é o ar, e na sociedade creio ser a análise do passado, ver os exageros da outra época e então fazer um pouco menos.

Não tenho idéia do tempo que este pêndulo já está se deslocando, nem quanto falta para que o atrito o deixe em equilíbrio. Só sei que o meu pêndulo tentarei sempre mantê-lo o mais próximo possível do centro, independente do pêndulo da sociedade onde estou inserido.

Imagino a evolução social representada neste gráfico:

MHSOnde o valor zero do eixo X seria o equilíbrio, e o eixo Y representa o tempo decorrido.

sábado, 6 de junho de 2009

Me engana que eu gosto

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Moro em condomínio, e pude presenciar uma “mudança muito interessante”.

Antigamente era permitido a cobrança de 20% de multa, caso o pagamento fosse feito após a data de vencimento. E quem pagasse até o vencimento, ou fosse fiel ao pagamento, não obtinha nenhum desconto. Depois veio uma lei que limitou ao máximo de 2% o valor da multa. E o que aconteceu? Criou-se o desconto fidelidade.

Na verdade o que houve foi o acréscimo da multa no valor do próprio condomínio, mas quem pagar até o vencimento terá direito ao desconto fidelidade, que a única coisa que faz é somente retornar o valor ao anterior, da época da multa de 20%.

Não há nada de desconto nisso, somente o não acréscimo. Se a pessoa deixar de pagar no prazo, ele perderá o “desconto” e também terá a multa de 2%, e o valor final é exatamente igual ao valor antigo com a multa de 20%. Incrível isso, não?

Será que era para ficarmos felizes com o desconto fidelidade? Certamente quem fez isso sabe muito bem matemática, e criou uma forma de ter a multa de 20% ainda, mas e as pessoas que fizeram a lei? Será que não possuem o menor conhecimento matemático? Será que não poderiam escrever na lei “O valor a ser pago, após o vencimento, não poderá sofrer variação maior que 2%”? Deste modo, não vinculariam 2% a palavra multa mas sim a variação, que contempla tanto desconto quanto juros.

Bom, mas vivemos em um país de aparências, onde fingem que se preocupam, nós fingimos que acreditamos, fingimos que está bom e continuamos fingindo…