Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Diploma pra que?

Está sendo bem discutido nestes dias a decisão que permite que pessoas sem o curso superior de jornalismo exerçam a profissão de jornalista. Há muita polêmica – não entendo o motivo – sobre o assunto. Vejo muitos jornalistas defendendo a obrigatoriedade do diploma, pois na faculdade se estuda técnicas, procedimentos, ética, e vários outros assuntos.

Me pergunto qual o motivo do jornalista que cursou universidade estar preocupado com o assunto. Será que é por que se entrarem pessoas com menos competência passará a ter notícias sem credibilidade, falsas chegando até nós? Se for isso, não vejo motivo para preocupações, afinal, isso já existe e faz tempo, e com os jornalistas que passaram pelas universidades. E olha que hoje basta pagar para ter o diploma, pois tem cada máquina caça-níquel faculdade que vou te contar. Basta deixar o RG na entrada e depois de 4 anos você será um profissional incompetente para exercer tal profissão.

Ou será que o motivo da preocupação é saber que a pessoa investiu milhares de reais no diploma (conhecimento pode ser obtido por quem quiser, e sem pagar nada) para poder ser jornalista, e agora qualquer um pode exercer a mesma profissão? Se for este o motivo – direito adquirido – será que esta pessoa concorda com os benefícios direitos adquiridos por políticos?

Ou será que o motivo da preocupação é saber que agora ele concorrerá com mais pessoas, e se o nível dele não for bom o suficiente ele ficará para trás, mesmo tendo mais dinheiro que outras pessoas? Antes a profissão era limitada a poucas pessoas, as que tem mais condições financeiras (ou para estudar em escola particular para passar em universidade pública ou então estudar em universidade particular), e agora está aberta. Há mais concorrência.

Será que esta mesma pessoa que defende a manutenção do diploma defende o fim do comércio entre países? Será que prefere o Brasil de anos atrás, onde não havia importados e tínhamos que nos contentar com produtos ruins e sem concorrência?

Duvido que qualquer empresa séria vai querer um jornalista sem competência, independente de ter feito faculdade ou não. E mesmo que entre um incompetente (com faculdade ou não), duvido que ficará no cargo por muito tempo. O que importa é o conhecimento, a capacidade de aprender, de pensar, de questionar. O que fará com que um profissional consiga ser jornalista passará de ser um texto impresso em pele de carneiro com lindas letras góticas, mas passará a ser a competência de cada um. Mas competência não se compra, então…

Sou plenamente a favor do fim do diploma, e não somente para esta profissão, mas para todas. E lhes digo o motivo. Para mim, o que importa não é o papel, mas o conhecimento, que como disse pode ser adquirido em qualquer lugar, ainda mais com a internet hoje em dia e acesso a cursos online.

Sei que com o fim do diploma pode aparecer picaretas dizendo que sabe disso e daquilo. Mas é aí que entra a outra parte da história, que também tem que ser competente. O consumidor precisa aprender a separar o joio do trigo, a analisar o passado, ver os serviços feitos. Tratar o consumidor como pobre coitado é mantê-lo sempre neste estado. Se você deixar claro que o consumidor torna-se responsável pelo que adquire, você automaticamente faz com que os produtos melhores, os serviços melhores, afinal, o consumidor também será responsável por isso. Claro que picaretas devem ser punidos no rigor da lei, mas tratar o consumidor, que querendo pagar menos do que o comum opta por contratar um profissional duvidoso, como coitado é incentivar o medíocre.

Quando se exige diplomas ou provas para exercer determinada profissão somente se está excluindo a possibilidade de pessoas competentes exercerem a profissão, e certamente não dão a garantia de competência que eles tanto defendem, afinal, para ser advogado gasta-se muito dinheiro, passa-se em um prova difícil e mesmo assim vocês sabem a fama deste setor profissional.

Criar “castas” somente serve para continuar separando pessoas, mantendo quem está no poder no poder e quem é pobre pobre, além de piorar a concorrência e inflacionar os preços. Se não, por que advogados cobram uma fortuna para entregar um simples papel no forum? E por que pessoas “normais” não podem entregar o papel?

Quando se cria as categorias, quem perde é a sociedade, tanto na qualidade, quanto no atendimento.

2 comentários:

Climão Tahiti disse...

Abro aspas para profissões que lidam diretamente com vida e morte.

Profissões cujos exercícios lidem diretamente com a vida de pessoas (medicina, engenharia, etc), devem ter diploma sim.

Outras cujo único diferencial está em ler livros, deveriam ter apenas requisitos de cursos técnicos/específicos ou práticos, além do tradicional estágio e experiência em carteira.

Arthurius Maximus disse...

Concordo plenamente com tudo o que disse. Diploma é totalmente dispensável para jornalistas e não acontecerá esse apocalipse profissional que os alarmistas apregoam.