Acabei de ver na TV uma notícia simplesmente ridícula. Estão vendendo um copo de mate usado, que 'reza a lenda' foi utilizado pelo ator norte americano Thomas Cruise Mapother IV, conhecido popularmente como Tom Cruise.
Pois é, estão leiloando um copo de mate sujo e amassado. Aos que tiverem interesse, vejam no Mercado Livre.
E olha que o valor pedido não é nada insignificante, nada menos que R$ 5.000,00. Ou aproximadamente 11 salários mínimos. E o pior de tudo, não duvido nada que este copo seja vendido. E isso sem comprovação nenhuma, pois as fotos mostram o ator segurando o copo, depois uma embalagem do mesmo produto no lixo.
Deste mesmo ator já houve outro ato similar. Um 'artista' esculpiu o primeiro cocô da filha do ator, e leiloou, e até o momento da reportagem o valor estava em R$ 5.100,00 dólares (vejam matéria).
O que leva um ser humano a se submeter a tal coisa? Não estou me referindo a quem vende, pois estes somente estão se aproveitando da burrice alheia, mas sim aos seres que compram tal coisa. Mesmo que o tal copo tenha sido verdadeiramente utilizado pelo ator, que diferença faz? Continua sendo um copo. Ah, mas é um copo utilizado pelo Tom Cruise. Sim, e daí? Ele deu o copo a você, foi algo ofertado, e consequentemente com valor, ou foi algo jogado no lixo?
Se a lógica for simplesmente ter sido utilizado pela pessoa, daqui a pouco estarão pegando papel higiênico usado e guardando como lembrança (aos que duvidam sugiro que revejam a matéria do cocô da filha do ator).
Ter admiração por alguém é algo plenamente saudável, mas é preciso alguns cuidados. Primeiro a admiração tem que ser pelas atitudes da pessoa, pela postura, pela vida, pelo caráter. Admirar por coisas materiais ou superficiais também é extremamente perigoso. Admirar alguém porque ele é rico, bonito, influente é se desvalorizar, é achar o outro melhor. A admiração tem que ser por boas posturas, formas de agir.
E mesmo nesse caso, é preciso distinguir admiração, respeito, orgulho e referência de obstinação e fanatismo. Não se pode admirar tanto alguém a ponto de querer ser ele, nem ao ponto de crer que qualquer coisa que ele faz é perfeito, e tudo dele é inquestionável.
Os exemplos que citei acima estão explorando o fanatismo, as pessoas que são tão obcedadas por outras que creem que qualquer coisa feita por seu admirado é especial e vale muito dinheiro.
O fanático age sem pensar, é uma obediência cega. Encara tudo como dogmas, que não podem ser questionados, e deixam de ouvir aos outros, e principalmente a si mesma.
Eu também tenho a quem uso de referência, a quem valorizo as atitudes e posturas (prefiro estes termos à fã, pois fã é uma forma reduzida de fanático). Mas paro por aí. Não mato nem morro por isso, nem pago horrores por nada da pessoa. Assim como também jamais venderia, por nenhum valor, algo que me fosse dado por estas pessoas, pois estas coisas (que poderia ser um copo plástico) não possuem valor, e portanto, não podem ser vendidas nem compradas.
Um comentário:
É amigão, não faz sentido mesmo.
Enquanto houver quem compre tudo será vendido. Até a fé.
Fanatismo é algo fora da razão e sendo assim merece ser tratado.
Um belo e profundo texto. Como sempre.
Abração do amigão
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