Pois é, isso é algo que o estado adora cobrar nas provas, ENEM, concursos, vestibulares e por aí vai. Mas acho que não é necessário cobrar, mas sim que se ensine. Caso o governo não saiba, as pessoas não aprendem quando se cobra, mas sim quando se ensina. E se ensinado foi, não é necessário cobrar, mas isso é outra discussão.
Hoje vi uma manchete no portal UOL que me chamou a atenção, e fui ler. O título do texto é
"SBT divulga mensagem de apoio a grupo que amarrou homem nu em poste". O texto pode ser visto por este link.
Abaixo relatarei o trecho dito pela jornalista.
“Num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível”
Reparem que a palavra dita é "compreensível", e não "apoiada". Compreender é entender os motivos que levaram a(s) pessoa(s) a fazer(em) o que fizer(am). Eu posso compreender um caso onde uma pessoa tenha matado outra, mas posso não apoiar. Compreender não possui relação com concordar com isso. Por exemplo, é possível compreender os motivos pelos quais Hitler fez o que fez, na compreensão é necessário entender o contexto da época, da sociedade, da economia, o histórico pessoal, tudo isso certamente influenciou nos atos que ele optou por fazer. Compreender isso somente nos possibilita entender os motivos que uma pessoa teve para fazer algo, e só. Posso compreender 100% os motivos que uma pessoa teve para fazer algo, e ao mesmo tempo discordar de 100% das ações tomadas por ela.
Portanto, considero que o autor do artigo não interpretou muito bem o que foi dito.
Outra frase dela:
“O Estado é omisso, a polícia desmoralizada, a Justiça é falha… O que resta ao cidadão de bem, que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro”
Gostaria que alguém me apresentasse uma mentira nesta frase. O Estado nada faz (tirando as propagandas que está tudo ótimo e perfeito), polícia não pode dar tiro porque pode acertar um bandido (que são protegidos por lei) e terá que prestar contas do motivo pelo qual atirou, isso quanto tem munição. Justiça é algo cuja existência no nosso dicionário me causa estranheza. E quanto ao se defender, o que mais podemos fazer? Infelizmente aqui quando perguntamos "Ó, e agora, quem poderá nos ajudar?" não tem ninguém que apareça.
E a última frase citada no artigo:
“O contra-ataque aos bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite”
Ela fala claramente de conta-ataque, de defesa legítima. Pois é Carlos, ela está falando claramente que ela defende o contra-ataque, o revide, que ter amarrado o bandido ao poste é a atitude certa a se fazer. Pois bem, vamos pensar um pouco. Ela falou isso sim, mas não somente isso. Ela falou condicionando a alguns fatores. Os fatores são "em uma sociedade sem Estado" e "numa violência sem limite". Ou seja, este pensamento está condicionado a estes dois fatores. Num país onde o estado de faz presente, e a violência esteja dentro das estatísticas das pessoas com problemas e incapazes de viver em sociedade, este contra-ataque não é apoiado.
Quem sabe se nosso governo investisse realmente em educação os motivos deu escrever este texto inexistiria. Primeiro porque a jornalista não precisaria dizer isso pois teríamos uma sociedade mais justa, educada, um Estado presente, e segundo porque as pessoas saberiam interpretar o texto.
Um comentário:
É a mais pura verdade. O Brasil experimenta um momento de profunda infelicidade em todas as áreas. 72% da população adulta é analfabeta funcional e as autoridades desejam apenas aparecer para se promoverem visando a manutenção de privilégios. Não temos quadros realmente preocupados com o futuro da nação e tudo o que resta ao cidadão de bem é rezar para sobreviver mais um dia.
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