Esta semana o mundo perdeu uma pessoa de nome Steve Jobs, e como é comum para os recém mortos, ele era uma pessoa maravilhosa, sempre fazia coisas maravilhosas e coisas do gênero.
Não sei o quanto é verdade ou não o que falaram sobre ele, tampouco se as verdades ditas foram exageradas ou não, no entanto sei que ele de fato conseguiu modificar este planeta.
Vi em uma reportagem que ele, nos inúmeros anos que ficou a frente da Apple, nunca realizou uma pesquisa de mercado para ver o que fazer, e isso me chamou muito a atenção.
E o argumento dele na verdade era uma frase dita por Henry Ford. Henry disse: “Se eu perguntasse a meus compradores o que eles queriam, teriam dito que era um cavalo mais rápido”.
Modo muito interessante de se pensar. Não significa que sempre estará certo, como podemos perceber através de alguns fracassos na história profissional do Steve Jobs, mas significa que pode sim fazer a diferença, e de um modo muito mais intenso e arrebatador do que qualquer ação proveniente de uma pesquisa de campo.
Mas se você trabalha em uma empresa, e sugere fazer algo sem um estudo de campo, baseado na sua percepção de mundo, nos seus conhecimentos, sua habilidade, suas análises e suposição tenho certeza que um percentual muito grande de empresas nem bola dará para você, falarão que não é assim que se faz, que quem é você para dizer o que deve ser feito, se existem métodos “eficazes” de se descobrir isso.
Ou será que estou errado neste pensamento?
Imaginem o mundo atual sem a brilhante mente do Steve Jobs? Como estaríamos? Será que no mesmo ponto? Possivelmente não, pois se estivéssemos no mesmo ponto, as pessoas não diriam tão entusiasticamente que ele mudou o mundo. E o que precisaria acontecer para que tudo o que ele criou não fosse criado? Somente que as pessoas ao seu redor dissessem que ele estava errado, que não era assim que se criava um produto, que pesquisa de campo era necessário e mais um monte de coisas que nos “ensinam” nos cursos caros e que nos dão um grande status e “respeito” onde quer que trabalhemos.
Agora quantos que não possuem a mesma capacidade de persistência, ou de auto-confiança, ou então a mesma capacidade financeira do Jobs são tolhidos diariamente de suas ideias, suas propostas, seus planos de um mundo melhor, somente por não seguirem o que a sociedade chamou de “certo”, de procedimentos necessários para se conseguir alguma coisa.
Quando se faz algo do modo como nos ensinam, somente se é possível ir até onde se foi, nunca ninguém mudou o mundo fazendo as mesmas coisas que todos fazem. Vejam a história, analisem as grandes personalidades.
Se sairmos do ambiente empresarial e formos para o escolar, também podemos imaginar que milhares de mentes são mortas diariamente, pois não “pensam” como “se deve” pensar, não se faz do modo que se deve fazer, não escrevem do modo como se deve escrever. As escolas optam por matar os “Steve Jobs” existentes dentro de cada um para que todos sejam reprodutores dos padrões existentes. Qualquer pessoa “fora da curva” é ridicularizada, tratada como complicada, difícil, como arrogante.
E o mais engraçado de tudo isso é o paradoxo das pessoas. As mesmas pessoas que “matam” o potencial de milhares de pessoas são as mesmas a valorizar os que saíram da curva, porém com o dinheiro e a fama conquistados passaram de complicados, arrogantes, temperamentais para geniais, pessoas a frente do seu tempo.
Acho que se as pessoas pararem de se esforçar para moldar os demais poderemos em breve ter um mundo melhor, pois esta “preguiça” permitirá que as pessoas explorem todo o potencial que possuem, criem, experimentem, errem, acertem e sejam seres humanos melhores, pois terão realizado algo, ao invés de somente se permitirem serem levados pela manada.
Um comentário:
Falou e disse.
Abraço
ngela
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