Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Direitos e Deveres

A primeira recordação que tenho a respeito de direitos e deveres é de uma aula de história, quando o professor nos passou uma relação dos direitos e deveres dos colonos das capitanias hereditárias.

Deste então passei a compreender tais conceitos. Direi com minhas palavras o que penso a respeito de cada um destes conceitos:

Direitos: o que eu posso fazer, desde que decida por isso. O exercício ou não do direito não pode ser definido por outra pessoa.

Deveres: o que eu devo fazer, sem a possibilidade de abrir mão. Não pode ser transferido para terceiros.

Após a segunda guerra mundial foi criado a Declaração Universal dos Direitos Humanos, visando a construção de um mundo melhor, onde as pessoas tenham condições de desenvolverem seu potencial, sua cidadania, e consequentemente construírem um planeta melhor.

E ouso de perguntar se isso foi bom. Certamente muitas pessoas já começarão a preparar os argumentos para me dizer que esta minha ousadia não tem nexo, que onde já se viu questionar algo como a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Questiono pelo seguinte motivo. Existe a Declaração Universal dos Deveres Humanos? Pesquisando rapidamente no Google não achei nada. Estanho não é? Como pode haver um documento dos direitos e não tem nenhum dos deveres? Estes dois conceitos, para mim, sempre andam juntos. A existência somente de um provoca um desequilíbrio.

Vamos pensar um pouco. Você tem um filho, e passa para ele somente os seus deveres, sem direitos nenhum. Ele somente precisa cumprir seus deveres (que certamente possui o objetivo de torná-lo uma pessoa melhor), nada mais. Será que ele será uma boa pessoa? Será uma pessoa feliz? Será uma pessoa consciente?

E em um relacionamento. Imaginem o cônjuge tendo somente deveres. Tem que limpar a casa, levar o lixo pra fora, dar atenção ao parceiro, e mais um montão de coisas. Será este um cônjuge feliz?

Pelo que percebem, ter somente direitos não é nada agradável, mesmo que o objetivo seja o melhor possível. E ter somente direitos, também não é igualmente perigoso?

A partir da declaração os seres humanos passaram a ter inúmeros direitos (de forma oficial), que visa dar uma melhor condição de vida a ele, mas quais deveres ele tem? Nenhum? Então ele pode fazer o que quiser que mesmo assim continuará tendo todos os direitos? Afinal, ele não descumpriu nada.

Pensem nas reportagens que veem sobre o direitos humanos dos assassinos e estupradores. Sempre tem gente defendendo o direito deles, mas nunca vi ninguém cobrando os deveres. Será que é por que não existem?

Se a existência somente de deveres pode gerar pessoas revoltadas, a existência somente de direitos gera pessoas sem o menor senso de respeito, humanidade, comunidade. Passamos a gerar pessoas que creem que o próprio umbigo é o centro do universo, e todos precisam satisfazer sempre seus direitos.

Nunca vi ninguém cobrando das pessoas o respeito ao próximo, o não levar vantagem, a transparência, a bondade. Mas gente exigindo direito isso tem ao monte.

Vejo o governo dando um monte de dinheiro a vagabundos sobre o nome de bolsa-família, bolsa-gás, bolsa-transporte, bolsa-cultura, porém não vejo o governo exigindo que para isso a pessoa trabalhe em obras para as cidades, ou entidades assistenciais. Tais pessoas somente sabem exigir seus direitos.

Então volto ao questionamento. Será que a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi boa? Será que a ação não ficou meio capenga?

2 comentários:

Arthurius Maximus disse...

Muito bom o seu artigo. Direitos sem obrigações levam apenas a preguiça e a anarquia. O ser humano deve compreender os seus limites e que suas garantias jamais podem ultrapassar a garantia de outros ou da coletividade.

Alessandra B disse...

Muito interessante a reflexão ocasionada por seu artigo! Agregou muito valor ao meu conhecimento. Como um ponto tão importante e crucial para a homeostasia das relações no planeta não tenha sido considerado na elaboração dos direitos humanos? Muito curioso.