Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

domingo, 2 de agosto de 2009

Gripe do porquinho

Agora este é o assunto da vez, a gripe do óinc-óinc, ou gripe A, ou suína, tanto faz. Todo lugar que você vai ouve notícias a respeito, quantos já morreram, quantos estão infectados. Também vemos notícia do total de pessoas que podem morrer em função da nova gripe, através do uso de cálculos de outras doenças em outras épocas. Aí chega-se ao número de milhões e pronto, criou-se o caos total.

As pessoas ficam hiper preocupadas, já evitam sair, compram álcool em gel para lavar as mãos, ficam mal se tem que cumprimentar alguém, ficam morrendo de medo ao ouvirem uma pessoa espirrar ao lado. Independente do motivo do espirro, agora todos são possíveis focos da doença, e portanto riscos à nossa saúde.

Estamos em uma paranóia total. As pessoas estão com muito medo de tudo. Ao menos isso teve um lado bom, a crise mundial, as milhões de demissões, as décadas de rescesão e crise financeira, o aumento da violência foram esquecidas, não é mais um problema.

Sou irônico ao dizer isso para dizer que as pessoas paracem adorarem viver com medo, e sempre precisam de um medo novo. Até um tempo atrás era a crise financeira, o desemprego, a retração da economia. E isso era muito falado e todos, mesmo os que tem uma vendinha simples numa cidade auto-sustentável e estável, ficaram com medo. Agora veio a gripe e a economia passou novamente a ficar saudável.

A gripe em nada mudou o panorama econômico. Ele continua funcionando como sempre funcionou. E no período que ele teve uma grande baixa foi justamente por falarem que ele teria baixa. Foi só falar que a economia entraria em crise que ela entrou em crise. As pessoas, com medo, passaram a tirar o dinheiro dos investimentos, passaram a segurar dinheiro, consumir menos, e consequentemente, teve a crise tão falada. A crise só existiu por medo. Lembram em 2004, na eleição do Lula, que o dólar chegou a R$ 4,00 e o risco Brasil foi nas alturar? Qual o motivo técnico para isso? O Brasil continuava com as mesmas empresas, mesmas leis, mesmos cidadãos, mas o medo das pessoas em ter um novo governo fez tudo piorar (teve até campanha política onde diziam “tenho medo”. Caso queiram ver, segue o vídeo). Depois o que ocorreu? Lula foi eleito e o dólar voltou ao patamar anterior, o risco Brasil despencou.

Agora a moda é a gripe do porquinho. Qualquer pessoa espirrando gera um medo maluco nas pessoas. Qualquer atchim já faz com que a pessoa vá correndo até os hospitais em busca da salvação. E como muitos fazem isso, o que ocorre? Bingo para quem disse que sobrecarrega os hospitais, as filas ficam ainda pior, faltam medicamentos. E vamos pensar um pouco, se uma pessoa tiver a gripe do porquinho ela estará no hospital, e se eu, que somente espirrei, for ao hospital, será maior a minha chance de ficar curado ou de doente, afinal, em casa não estou exposto e no hospital eu estou. Quanto mais pessoas com simples espirros forem ao hospital, mais pessoas ficarão doentes.

Na década de 80 era a AIDS que assutou o mundo, e todos ficaram pirados. Depois, nos anos 90 teve o Ebola (lembram-se dele, que matava pessoas em questão de horas?), e agora a gripe do porquinho. As pessoas somente mudaram o tipo de medo, porém não mudaram o comportamento de terem medo. Claro que a AIDS, o Ebola e a gripe A são doenças, algumas fatais e outras com tratamento, e devem ser tratadas devidamente. Mas é preciso parar com a paranóia. Deixe a gripe do porquinho ser somente a gripe do porquinho, e não o motivo de preocupação nosso.

Para ilustrar um pouco da minha linha de raciocínio, proponho um desafio. Como vocês fariam para que os estoque de água nos mercados e empresas especializadas acabassem?

Poderíamos pensar em baixar uma nova norma dificultando a comercialização, ou então cobrar preços mais altos, tentanto inviabilizar. Ou então considerar como criminosos os que vendessem ou comprassem a água.

Ou a solução mais simples, dizer a população que a água vai ficar rara. Basta isso e em poucas horas sumirão todas as águas disponíveis para venda. O medo das pessoas faria com que elas fizessem justamente o que se está dizendo, mesmo que o dito (água ficar rara) não tenha o menor fundamento técnico.

Posso dar-lhes outro exemplo. Há um tempo atrás as pessoas estavam com medo de viajar de avião, afinal, depois de um desastre de grande repercussão na mídia “passou a cair um avião toda hora”, e o risco de viajar de avião aumentou exponencialmente (sugiro darem uma olhada nas estatísticas para ver que nada mudou). O que mudou não foi o aumento do risco em utilizar o transporte aéreo, mas o medo que as pessoas sentem em viajar de avião que aumentou.

Então, que as pessoas aproveitem o momento para analisarem se vale a pena ficar trocando de medo, ou se vale a pena estar ciente deles, mas continuar vivendo, com felicidade e alegria.

 

Vi um texto que fala também um pouco sobre isso, no UOL Notícias.

6 comentários:

Nanda Botelho disse...

Concordo! Somos mesmo viciados em medo, e quando alguém não tem é taxado de alienado!

Depois que a mídia esquece o medo passa...

É uma loucura rentável, para os anunciantes e os vendedores de álcool e sabonete!

Abraços!

Marise von disse...

Também concordo!
O medo,ainda não aprendemos a lidar com ele.
A mídia é o grande poder, ou o principal veículo de quem está por trás

Recebi por e-mail de vários amigos:

Dá o que pensar.

PANDEMIA DO LUCRO


Que interesses económicos se movem por detrás da gripe porcina???

No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária que se
podia prevenir com um simples mosquiteiro.

Os noticiários, disto nada falam!

No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarreia que se poderia
evitar com um simples soro que custa 25 centavos.

Os noticiários disto nada falam!

Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas, provoca a a
morte de 10 milhões de pessoas a cada ano.

Os noticiários disto nada falam!

Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves......os
noticiários mundiais inundaram-se de noticias...

Uma epidemia, a mais perigosa de todas...Uma Pandemia!

Só se falava da terrífica enfermidade das aves.

Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas, em 10
anos...25 mortos por ano.

A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão
contra 25.

Um momento, um momento. Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe
das aves?

Porque atrás desses frangos havia um "galo", um galo de crista grande.

A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflú vendeu milhões
de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflú seja de duvidosa
eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a
sua população.

Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas
farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de
lucro.

-Antes com os frangos e agora com os porcos.

-Sim, agora começou a psicose da gripe porcina. E todos os noticiários do
mundo só falam disso...

-Já não se fala da crise económica nem dos torturados em Guantánamo...

-Só a gripe porcina, a gripe dos porcos...

-E eu pergunto-me: se atrás dos frangos havia um "galo"... ¿ atrás dos
porcos... não haverá um "grande porco"?

A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflú. O
principal accionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro,
Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George Bush, artífice da guerra
contra Iraque...

Os acionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as mãos,
estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidoso
Tamiflú.

A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da
saúde.

Não nego as necessárias medidas de precaução que estão a ser tomadas pelos
países.

Mas se a gripe porcina é uma pandemia tão terrível como anunciam os meios
de comunicação.

Se a Organização Mundial de Saúde se preocupa tanto com esta enfermidade,
porque não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza o
fabrico de medicamentos genéricos para combatê-la. Prescindir das patentes
da Roche e Relenza e distribuir medicamentos genéricos gratuitos a todos os
países, especialmente os pobres. Essa seria a melhor solução.

Abraços,
Marise.

Tiago Ferreira da Silva disse...

Esse medo é alimentado pelo interesse da mídia em caçar novos leitores, para compartilhar sempre esse pavor.

Isso é cíclico, como você mostrou, mas não melhora em nada as coisas. A única coisa boa que deve se aproveitar de tudo isso é se prevenir e tomar cuidado, mas não limitar suas regras sociais, como apertar a mão de um amigo por exemplo.

Acho que a mídia alarma demais justamente para manter esse poder de dominadora da realidade.

Como disse uma excelente jornalista: 'a verdade tá nas ruas, não no papel'.

angel disse...

Isto me fez recordar uma antiga piada.
Vou contar de forma resumida:
Um cidadão vivia feliz em sua cidadezinha enquanto a mídia publicava todos os dias sobre a possibilidade iminente da guerra. Todos os outros habitantes, apavorados, não entendiam porque aquele senhor ainda cantava enquanto tabalhava pacificamente em sua oficina.
Inconfromados com tamanha calma foram falar com ele.
- O senhor ouviu falar da guerra?
- Sim, respondeu ele.
- E não está com medo?
- Por que deveria?
- Porque o senhor pode ser chamado a lutar e morrer.
Ele calmamente continuou.
- Se a guerra de fato acontecer, duas coisas podem ocorrer: posso não ser chamado e assim, não terei com que me preocupar, ou posso ser chamado.
Se eu for chamado, duas coisas podem ocorrer, pode ser que eu não seja enviado ao campo de batalha e assim não terei com que me preocupar, ou pode ser que seja enviado.
Se eu for enviado, duas coisas podem acontecer: pode ser que eu não fique no fronte da batalha, assim não terei com que me preocupar, mas seu for para o fronte, duas coisas podem acontecer.
Pode ser que eu não seja atingido, assim não terei com que me preocupar ou pode ser que eu seja ferido.
Mas, se eu for ferido, duas coisas podem acontecer: pode ser que o ferimento seja leve, aí não terei com que me preocupar ou pode ser que ele seja muito grande.
Se ele for muito grande, duas coisas podem acontecer: Pode ser que eu seja removido para um hospital e depois de algum tempo me restabeleça e volte para casa, assim não terei com que me preocupar ou pode ser que eu morra por causa do ferimento.
Se eu morrer por causa do ferimento, aí mesmo que não terei mais com que preocupar nesta vida.

A vida é sempre um risco, melhor vivê-la sem neuras e aproveitar os momentos bons.
Se um dia qualquer coisa acontecer vamos nos preocupar na medida do necessário.
Nada adianta fazer tempestade em copo d'água.
Claro que não devemos procurar o perigo, entupir hospitais, ou negligenciar recomendações, mas nada de pânico.
Tenha um ótimo dia!
Angel

Arthurius Maximus disse...

Pois é, essa é a teoria do "corram para as montanhas". Basta um gritar que a manada corre.

Nessa linha de pensamento, ninguém deveria fazer mais nada. Afinal de contas, o que não falta são doenças mortais e vírus terríveis que nos "esperam em cada esquina". Se o único destino certo de todos nós é a morte; para que viver?

É mais ou menos assim que os arautos do apocalipse pensam.

Jhennifer Cavassola disse...

é tem esse lado mesmo. mas o que mais adorei foi o fim do texto, muito show!

falando sério, eu tô com medo mesmo. mas é que acabei de ter uma bebê, tem dois caso aqui na minha cidade, dai o povo vem visitar, quando escuto uma tosse, meu Deus, fico hipeer com medo e preocupada. mas é o lado mãe sabe, fala mais alto hehe