Nesta nova novela das 21h da Rede Globo fica evidente o sistema de castas existente na Índia.
Sistema de castas
Originalmente, as castas eram apenas quatro: os brâmanes (religiosos e nobres), os xátrias (guerreiros), os vaixás (camponeses, artesãos e comerciantes) e os sudras (escravos). A margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta (categorizados abaixo dos escravos), considerados intocáveis, até pelos escravos, para não serem "amaldiçoados"; hoje chamados de haridchans, haryans ou "dalits". Com o passar do tempo, vem acontecendo centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar.
A origem do sistema de castas é incerta.
Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante ária, de pele clara, e os nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Os árias são descendentes dos povos brancos de famílias indoeuropéias. As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado dos hindus, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 aC. Define-se casta como grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas do seu próprio grupo.
Esse sistema trata as pessoas de modo diferente, como se o fato dela ter nascido em uma determinada casta fosse o suficiente para definir o seu futuro.
Nesse sistema tem os intocáveis, que não podem ser tocados para que não amaldiçoem aos demais. Muitos de nós vemos isso como algo completamente sem nexo, para não dizer ridículo. Não conseguimos imaginar isso, uma pessoa sendo tratada de um modo tão cruel simplesmente por ela ter nascido segundo uma convenção criada pelos humanos que o antecederam.
Mas será que nós não aceitamos as castas? Será que não só aceitamos, mas como concordamos com elas? Eu creio que a resposta a estas perguntas é: sim, aceitamos, concordamos e até incentivamos a perpetuá-las.
Mas não me refiro ãs castas indianas, mas a outras, que podem não ser tão explícitas quanto as deles, mas certamente nos afetam. Há um tempo atrás um certo presidente viajou até um certo país, onde um certo jornalista atirou um certo sapato em sua direção. Resultado: o jornalista foi preso, 2 anos de xilindró. E sem acertar, ou seja, não provocou nenhum ferimento. E quando vi isso fiquei pensando. Se alguém tentasse atirar um sapato em mim (ou você) e não acertasse. Eu (ou você) ligaria para a polícia e informaria que alguém tentou atirar um sapato em mim (ou você), porém errou, e por causa disso o cara deveria ser preso. Somente consigo imaginar os policiais rindo e dizendo que tem coisas mais importantes para fazer na vida do que se preocupar com algo que nem ocorrer ocorreu.
Quantas vezes já vi casos de pessoas ameaçadas de morte, que procuram a polícia para pedir proteção, e eles alegam que nada podem fazer, pois não houve crime. Então a pessoa é morta, e aí a polícia investiga para tentar prender o assassino. Já viram isso alguma vez?
E é isso que não entendo, por que para a maioria dos cidadãos tal fato seria tratado até com deboche ou descaso e para outro cidadão (que garanto, também vai ao banheiro e produz adubo orgânico) é todo um tratamento diferenciado? Será que ele é de uma casta superior? A dos deuses personificados? E a constituição não fala que todos são iguais perante à Lei? Ou será que na constituição tem os famosos asteriscos, onde constam as perigosas exceções?
Mas temos mais castas aqui neste país. Um imensa e muito bem servida é a dos políticos. São alguns privilegiados que ingressam nesta casta, e passam a ter do bom e do melhor, tudo às custas dos escravos cidadãos que pagam impostos, os mais altos do mundo. Trabalham duro, dão 4 meses para eles, para que possam trabalhar somente 3 dias por semana, ganhar oficialmente muito dinheiro, ter ao menos 2 meses de férias, 14o e 15o salário, aposentadoria (integral!!!!!) somente com 8 anos de trabalho, sem contar que possuem apartamento muito bem decorados, auxílio terno, verba para o gabinete. E para que? Para defenderem os seus próprios interesses, como se perpetuarem nesta casta, para impedirem que outros ingressem, para convencerem o povo que esta casta é algo divino, que é necessário para que eles possam salvar os pobres cidadãos da desgraça que assola o país.
Até quando aceitaremos castas? Até quando seremos tão alienados a ponto de crer que castas é algo necessário ou então, como diria o “filósofo” Kléber Bambam, “faz parte” da vida.
3 comentários:
sou de familia de políticos, isso desde portugal, depois aqui com o primeiro presidente da republica, ms dos q conheço...apenas 2 merecem meu respeito...sao poucos q pensam no bem comum,e as castas estao embutidas nessa sociedade medíocre , onde prevalece o ter...sao escravos do mundo, qdo nao percebem, q o melhor é sermos donos de nós mesmos...
adorei adorei seu post,vc é dez!!parabéns
ótima semana , bj
lane
Estava filosofando comigo mesmo sobre esse assunto nessa semana. A sociedade é formada por dominadores e dominados, e o pederio bélico ou financeiro é só uma desculpa, o que define as castas é o conehcimento e o interesse.
Abraço
Temos mais castas, Henrique. Você se lembrou dos políticos, aqueles que "pensam" estar acima e legislam em seu próprio benefício, mas temos também os que estão abaixo.
Quantas vezes não desviamos de uma pessoa que está mendigando nas ruas? Quantas vezes nos recusamos até mesmo a olhar para elas? Quantas vezes as tratamos como se fossem impuros, indignos de nos tocar? Quantas vezes eu mesmo já me peguei fazendo isto, tendo medo de me aproximar ou me deixar tocar por eles?
É, parece que esta coisa de castas está muito longe de acabar.
Infelizmente!
Abraço
Angela
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