Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

sábado, 8 de novembro de 2008

Pra inglês ver

Essa é mais umas das expressões que possuímos Vejam a origem da expressão:

“Não deve ter existido apenas uma origem para o surgimento dessa expressão, diz John Schimitz, professor de Lingüística Aplicada da Unicamp. Mas, segundo a maioria dos especialistas, a fonte mais provável data de 1831, quando o Governo Regencial do Brasil, atendendo as pressões da Inglaterra, promulgou, naquele ano, uma lei proibindo o tráfico negreiro declarando assim livres os escravos que chegassem aqui e punindo severamente os importadores. Mas, como o sentimento geral era de que a lei não seria cumprida, teria começado a circular na Câmara dos Deputados, nas casas e nas ruas, o comentário de que o ministro Feijó fizera uma lei só para inglês ver.”
Fonte: Super

Apesar de o termo ter sido criado há muito tempo, ele ainda é muito atual. Parece-me que neste país isso é uma lei. O que se tem de coisas que ‘funcionam’ desse jeito é uma enormidade.

Vou pegar o carro para citar alguns exemplos. Em todos os carros existem extintores, que recentemente tiveram que ser modificados para um tipo mais poderoso (o caro é mero detalhe). Agora, qual o motivo do extintor? Por acaso alguém que está em um carro, e o mesmo começa a pegar fogo, vai lembrar de pegar o extintor – que seguramente ninguém nunca se preocupou em ensinar a utiliza-lo – embaixo do banco do motorista, analisar em que tipo de material está pegando fogo, abrir o extintor, mantê-lo na posição vertical, apontar para o fogo e apertar? Ou o pessoal vai sair correndo mesmo, tirando o mínimo necessário? Bom, eu certamente sairei o máximo possível longe do carro.

Ah, mas tem gente que sabe manusear um extintor e analisar o risco do fogo. Ah é? Quantos? 50%, 80%, ou meia dúzia? Parece-me que é esforço demais para pouco uso.

E lembram também quando foi obrigatório ter um kit de primeiros socorros nos carros? Todo mundo teve que comprar para não serem multados. Tinha tesoura sem ponta, gaze, esparadrapo e mais um montão de coisas. Pergunto: quem chegou a utilizar? E mais, quem sabia utilizar? Acho que assim como eu, a maioria dos motoristas não tem a menor capacidade de utilizar o kit, sob risco de prejudicar ainda mais a saúde de um acidentado. Ao menos é isso que escuto quando profissionais de atendimentos médicos são entrevistados. E se era tão bom assim, por que terminou? Se isso ajudava, por que terminou?

Agora tem uma nova lei exigindo mais tempo de aula para uma pessoa passar a dirigir. Por quê? Será que 4 horas a mais (e alguns reais a mais para alguns) realmente farão a diferença? Agora tem aula sobre responsabilidade e bebida. Ensinam nessas aulas que não se pode beber e dirigir. Agora estou em paz. Certamente com alguns reais a mais pago pelo futuro motorista ele se conscientizará e jamais beberá e sairá dirigindo, assim como ele também passará a dirigir dentro dos limites e defensivamente. É preciso um pouco de ironia para tentar mostrar o quão inócuo é esta lei. Não serve para nada, não muda nada (exceto o repositório do dinheiro). Quem bebe vai continuar bebendo, quem corre vai continuar correndo, quem pensa só em si continuará a pensar só em si. Não e um curso de 4h que mudará.

Mas aí ao menos ‘os beleza’ vão dizer que fizeram a parte dele, afinal, fizeram algo para diminuir os acidentes. Que pena que as idéias deles são idéias placebo.

(Aqui vale um parênteses. Os que não bebem, por que têm que fazer aula sobre o risco de bebida e direção?)

Aos que já viajaram de avião sabem que antes de todo vôo tem aquele blábláblá de segurança, dizendo que em caso de acidente máscaras cairão, primeiro tem que fazer isso, depois aquilo, etc. A primeira vez a gente até escuta, depois a gente quer mais é que o avião decole. Ninguém presta atenção no que as moças falam. E se ocorrer um acidente, quantas pessoas saberão utilizar e seguir os procedimentos? Se eu estivesse em um avião com problemas, a última coisa que lembraria na vida é de todas as instruções das moças. Mas Carlos, isso é importante, pois pode salvar vidas. Eu sei, mas e se ao invés de falaram, antes da pessoa embarcar pela primeira vez num vôo, tivesse um curso, no solo, sobre como proceder, com exercícios e tudo mais? Assim teríamos pessoas aptas (ao menos bem mais do que do método tradicional) e no vôo não seríamos obrigados a escutar aquele blábláblá. (idéia lida no livro “Você está louco”, de Ricardo Semler).

Pois é, temos inúmeras outras situações iguais a essas, com ações placebo. Não consigo entender o porque delas continuarem a existir. Se não servem para nada de útil, proveitoso, que favoreça o crescimento das pessoas, por que tê-las?

Mas enquanto alunos fazerem que prestam atenção, professores fazerem de conta que ensinam, o governo fazer de conta que paga bem, e a sociedade fazer de conta que é civilizada continuaremos gerando muitas visões ao ingleses.

2 comentários:

Carlos disse...

é um absurdo, parece que o governo quer mostrar serviço, e acaba todo mundo fingindo que está fazendo alguma coisa. Nos falta gente inteligente para comandar as leis desse país e desenvolver regras que sejam mais objetivas e dificeis de ser burladas.

Adorei o visual do blog.

Anônimo disse...

Leis e regras saõ criadas p/ se ter condiçoes minimas de sobrevivencia numa sociedade, o fato de ser placebo, pode ser o se real valor, muito pior é o de ñ se fazer nada e ficar apenas criticando quem toma alguma atitude, mesmo que não seja a ideal,quem sabe faz a hora , não critica e esapera acontecer..