Muito se tem falado da ‘Lei seca’ que passou a vigorar recentemente neste país. E esta nova lei proíbe – sob pena de multa e/ou prisão – que pessoas que tenham ingerido álcool dirijam. E aí já está um equívoco do nome da lei, que ela não proíbe que as pessoas bebam, mas sim que não dirijam após optarem por beber, e coloquei optar mesmo, pois ninguém bebe se não quiser.
Mas voltando a lei, vejo muitos comentários de pessoas criticando ou elogiando a lei. Vi argumentos de pessoas que bebem dizerem que isso ofende o direito delas de beberem ou não, e que isso é anticonstitucional, que o Estado não pode tirar o livre arbítrio delas. Concordo com a segunda parte, que o Estado não pode retirar nosso livre arbítrio, no entanto discordo quando dizem que o Estado não pode proibi-las de beber, já que a lei não aplica nenhuma restrição quanto à ingestão de bebidas alcoólicas. Tanto que se pode vender bebida nos mercados e bares normalmente.
Muitos comentários criticando esta lei são de pessoas que dizem que sabem qual é o seu limite, que não passam do limite, e agora nem isso poderão. Concordo que há pessoas e pessoas, há pessoas que sabem o limite para beber antes de perderem por total (parcialmente sempre se perde) seu auto-controle, e pessoas que não possuem essa capacidade, e bebem demais. No entanto, para os dois tipos de pessoas uma coisa é certa: todas perdem capacidade de atenção, de perigo, de distância, tornam-se mais corajosas, mais destemidas. Isso independente da quantidade de bebida consumida. A perda sempre ocorre. E se ocorre perda destas capacidades, tão fundamentais para dar o máximo de segurança possível ao motorista, qual a razão para permitir que eles dirijam, expondo-se à risco (o que eu até não me importo muito, pois isso é uma decisão pessoal, e se morrerem somente eles serão prejudicados) e o pior, exponham a vida de muitas outras pessoas ao mesmo risco, pessoas estas que nada tem a ver com a bebida alheia?
Parece-me que é este o ponto que está sendo esquecido na discussão. O carro é um meio de transporte sim, no entanto ele possui um poder destruidor muito grande, se mal utilizado. E o álcool utilizado fora do tanque de combustível é um potencializador deste poder. Eliminar este fator é uma atitude consciente, principalmente.
Não consigo imaginar como pessoas defendam o fim desta lei, sem terem uma postura egoísta. Creio que quem quer beber e dirigir depois não tenha a menor preocupação com o próximo. Se famílias forem destruídas por causa deles, tudo bem. Se eles morrerem, também.
Estes são os custos humanos, mas tem os custos financeiros também. Pessoas alcoolizadas provocam mais acidentes, o que gera uma necessidade de atendimento, deslocamento de ambulâncias, bombeiros, custos públicos com hospital, tratamentos psicológicos para as vítimas, tratamentos fisioterápicos, reconstrução de postes, viadutos, enfim, tudo que de material possa ser afetado ou necessário para restabelecimento dos estragos. Até o seguro fica mais caro para a faixa etária que bebe com maior afinco (mesmo para os obstêmios). E quem paga o custo disso? O bonitinho que pagou pela bebida, ou o resto da sociedade? Os que não dirigem após beber atualmente pagam pelos custos gerados de quem teve esta postura.
É preciso entender que as pessoas podem sim fazer o que quiserem da vida delas, mas SÓ delas. Se uma atitude dela puder afetar outras pessoas, ela já perde este direito. Vivemos em comunidade, temos vida em comum com muitas pessoas, o que eu faço ou deixo de fazer reflete nas outras pessoas. Atitudes inconseqüentes minhas afetam outras pessoas.
Defendo veementemente o direito das pessoas tomarem as suas próprias decisões, mas isso tem que estar de acordo com o comum. Tomar atitudes egoístas e se esconder atrás da legislação de que somos livres é uma atitude imatura.
E não se esqueçam que a lei, apesar do título de Lei Seca, não proíbe consumo de bebidas, somente tem foco em diminuir as possibilidades de acidentes.
Mas voltando a lei, vejo muitos comentários de pessoas criticando ou elogiando a lei. Vi argumentos de pessoas que bebem dizerem que isso ofende o direito delas de beberem ou não, e que isso é anticonstitucional, que o Estado não pode tirar o livre arbítrio delas. Concordo com a segunda parte, que o Estado não pode retirar nosso livre arbítrio, no entanto discordo quando dizem que o Estado não pode proibi-las de beber, já que a lei não aplica nenhuma restrição quanto à ingestão de bebidas alcoólicas. Tanto que se pode vender bebida nos mercados e bares normalmente.
Muitos comentários criticando esta lei são de pessoas que dizem que sabem qual é o seu limite, que não passam do limite, e agora nem isso poderão. Concordo que há pessoas e pessoas, há pessoas que sabem o limite para beber antes de perderem por total (parcialmente sempre se perde) seu auto-controle, e pessoas que não possuem essa capacidade, e bebem demais. No entanto, para os dois tipos de pessoas uma coisa é certa: todas perdem capacidade de atenção, de perigo, de distância, tornam-se mais corajosas, mais destemidas. Isso independente da quantidade de bebida consumida. A perda sempre ocorre. E se ocorre perda destas capacidades, tão fundamentais para dar o máximo de segurança possível ao motorista, qual a razão para permitir que eles dirijam, expondo-se à risco (o que eu até não me importo muito, pois isso é uma decisão pessoal, e se morrerem somente eles serão prejudicados) e o pior, exponham a vida de muitas outras pessoas ao mesmo risco, pessoas estas que nada tem a ver com a bebida alheia?
Parece-me que é este o ponto que está sendo esquecido na discussão. O carro é um meio de transporte sim, no entanto ele possui um poder destruidor muito grande, se mal utilizado. E o álcool utilizado fora do tanque de combustível é um potencializador deste poder. Eliminar este fator é uma atitude consciente, principalmente.
Não consigo imaginar como pessoas defendam o fim desta lei, sem terem uma postura egoísta. Creio que quem quer beber e dirigir depois não tenha a menor preocupação com o próximo. Se famílias forem destruídas por causa deles, tudo bem. Se eles morrerem, também.
Estes são os custos humanos, mas tem os custos financeiros também. Pessoas alcoolizadas provocam mais acidentes, o que gera uma necessidade de atendimento, deslocamento de ambulâncias, bombeiros, custos públicos com hospital, tratamentos psicológicos para as vítimas, tratamentos fisioterápicos, reconstrução de postes, viadutos, enfim, tudo que de material possa ser afetado ou necessário para restabelecimento dos estragos. Até o seguro fica mais caro para a faixa etária que bebe com maior afinco (mesmo para os obstêmios). E quem paga o custo disso? O bonitinho que pagou pela bebida, ou o resto da sociedade? Os que não dirigem após beber atualmente pagam pelos custos gerados de quem teve esta postura.
É preciso entender que as pessoas podem sim fazer o que quiserem da vida delas, mas SÓ delas. Se uma atitude dela puder afetar outras pessoas, ela já perde este direito. Vivemos em comunidade, temos vida em comum com muitas pessoas, o que eu faço ou deixo de fazer reflete nas outras pessoas. Atitudes inconseqüentes minhas afetam outras pessoas.
Defendo veementemente o direito das pessoas tomarem as suas próprias decisões, mas isso tem que estar de acordo com o comum. Tomar atitudes egoístas e se esconder atrás da legislação de que somos livres é uma atitude imatura.
E não se esqueçam que a lei, apesar do título de Lei Seca, não proíbe consumo de bebidas, somente tem foco em diminuir as possibilidades de acidentes.
Vi um texto do Gilberto Dimenstein que achei interessante. Leiam a matéria.
4 comentários:
muito bem colocado, a maioria das pessoas não entenderam, mas vão...espero...ehehe
Isto se aplica ao cigarro também, você pode fumar só que em certos lugares ...não...
Mas é assim ...um dia elas aprenderão a ver as leis com elas devem ser vista...assim espero.
Abraços
Leda. O povo vai chiar sempre. Até quem nunca bebe já reclama! Só espero que continue a patrulha em cima, que não caia no esquecimento o bafômetro e a vontade de tirar das ruas os malucos. Aqui onde moro tem dois pouco mais que adolescentes que saem, sempre, dirigindo com cerveja na mão! Um horror. Pai e mãe, nem áí. Por isso, tem de prender mesmo.
Ola amiguinho, vim te visitar, até que enfim né!
Eu tbm fiz um post sobre essa lei, mas o meu foi mais uma ironia e li seu comentario, alias muito bem articulado. Eu entendo que só a lei não resolve o problema, pois trata-se mais de uma questão de educação e civilidade. Ninguem nos proibe de beber, mas é preciso ter consciencia de que as duas coisas não combinam. Infelizmente vivemos num pais de pouca civilidade, onde a educação é relegada ao final das listas, então penso que esse é um trabalho que devemos começar em casa, ensinando à nossas crianças que o livre arbitrio não nos dá o direito de prejudicarmos outras pessoas atravéz de atos impensados. Um pais verdadeiramente civilizado precisa de muito poucas leis para governar seu povo. Leis...isso nós temos aos montes e apenas uma parcela da sociedade as cumpre com rigor. É preciso mais do que leis para se formar cidadãos conscientes de seus deveres e obrigaçõEs.
Grande abraço.
Sinceramente... eu vejo possibilidades nesta lei...
Quem estiver desempregado pode criar um taxibebum... e faturar uma grana boa nos finais de baladas...
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