Nesta semana, numa conversa com um amigo, ele comentou sobre algo que fazia na infância. Ele ia até o aeroporto ver os aviões pousarem e decolarem. E disse o quanto isso era ridículo.
Comecei a pensar onde está o ridículo da situação. Uma criança, desenvolvendo-se, vendo grandes pedaços de metal, muito pesados, saindo do chão, lá no céu, imponente, é algo ridículo? Apreciar um grande avanço tecnológico do ser humano, a conseqüência de um trabalho de muitas pessoas, de muitas gerações é ridículo? Deixar a imaginação rolar solta, se deliciar e ser feliz simplesmente apreciando algo é ser ridículo? Não consigo considerar algo ridículo isso.
Mas sei que aos olhos dos adultos, seres ‘civilizados e mais evoluídos’ do que as crianças, isso é rapidamente taxado de ridículo, mas não por ser ridículo, mas sim para encobrirmos nossa deficiência de ver a beleza nas coisas, de contemplar o que nos cerca. Perdemos esta capacidade, e ao invés de assumirmos isso preferimos ‘jogar pedra’ em quem ainda possui tal capacidade, taxando de ridículo, de bobo, tolo. É um barato mecanismo de ‘proteção’, o qual prefiro classificar como um ópio para nossa insensibilidade.
Mas voltando ao termo ridículo que nós, adultos usamos para classificar aquele ato de criança, fazemos coisas muito, mas muito mais ridículas. Somente não as classificamos assim, afinal, somos adultos e não fazemos coisas ridículas.
Os adultos usam terno e gravata em muitos empregos, ficam com calor, suam bicas, é desconfortável. Mas estão lá, todo dia do mesmo modo. E qual o motivo disso? Por acaso eles ficam mais inteligentes, mais produtivos, pessoas melhores com esta fantasia? Em caso negativo, por que usar? E se fosse legal, por que as pessoas que usam terno ou estas roupas ‘elegantes’ e altamente desconfortantes, quando chegam em casa, a primeira coisa que fazem é tirar e colocar short e camiseta?
Isso não é ridículo?
Tem as mulheres também, que usam aqueles sapatos de bico fino, ‘chiquetééééééééééérrimos’, e quando chegam em casa o tiram imediatamente e dizem “não via a hora de chegar em casa e tirar aquele sapato”.
Isso não é ridículo?
Ou então analisemos um relacionamento. No começo, quando estão se conhecendo, fingem ser algo que não são, que são mais educados do que realmente são, mais inteligentes, mais compreensivos, mais apresentáveis, mais amorosos. Após se conquistarem então deixam cair a fantasia, e como resultado acontecem as cobranças, o descontentamento por não ser mais como era, por não ser mais gentil, amoroso, educado. Mas aí ambos já estão com algo ‘estável’, e continuam junto, junto com as infinitas brigas ou descontentamentos.
Isso não é ridículo?
Isso me parece muito, mas muito mais ridículo do que a criança apreciando os aviões, no entanto fazemos muitas coisas como as que citei. Só coloquei três exemplos, mas tenho a certeza que vocês conseguirão detectar muitos outros que fazem. E fazemos isso de um modo tão robotizado que muitas vezes nem percebemos nossas atitudes.
Mas Carlos, você não entende como ‘funciona’ a vida? Não vê que é assim que as coisas são? Vejo o que acontece, mas não a vejo com o verbo ‘ser’, mas sim com o verbo ‘estar’. Elas estão assim, e somente porque nós assim queremos e nos esforçamos para mantê-las deste modo.
Quem sabe um dia nós voltemos a ser ridículos como as crianças, que podem ir a um restaurante, ao meio dia, fantasiada de cowboy, com chapéu e tudo, e não demonstrar nem um pouco de vergonha. Ela simplesmente estava feliz.
Comecei a pensar onde está o ridículo da situação. Uma criança, desenvolvendo-se, vendo grandes pedaços de metal, muito pesados, saindo do chão, lá no céu, imponente, é algo ridículo? Apreciar um grande avanço tecnológico do ser humano, a conseqüência de um trabalho de muitas pessoas, de muitas gerações é ridículo? Deixar a imaginação rolar solta, se deliciar e ser feliz simplesmente apreciando algo é ser ridículo? Não consigo considerar algo ridículo isso.
Mas sei que aos olhos dos adultos, seres ‘civilizados e mais evoluídos’ do que as crianças, isso é rapidamente taxado de ridículo, mas não por ser ridículo, mas sim para encobrirmos nossa deficiência de ver a beleza nas coisas, de contemplar o que nos cerca. Perdemos esta capacidade, e ao invés de assumirmos isso preferimos ‘jogar pedra’ em quem ainda possui tal capacidade, taxando de ridículo, de bobo, tolo. É um barato mecanismo de ‘proteção’, o qual prefiro classificar como um ópio para nossa insensibilidade.
Mas voltando ao termo ridículo que nós, adultos usamos para classificar aquele ato de criança, fazemos coisas muito, mas muito mais ridículas. Somente não as classificamos assim, afinal, somos adultos e não fazemos coisas ridículas.
Os adultos usam terno e gravata em muitos empregos, ficam com calor, suam bicas, é desconfortável. Mas estão lá, todo dia do mesmo modo. E qual o motivo disso? Por acaso eles ficam mais inteligentes, mais produtivos, pessoas melhores com esta fantasia? Em caso negativo, por que usar? E se fosse legal, por que as pessoas que usam terno ou estas roupas ‘elegantes’ e altamente desconfortantes, quando chegam em casa, a primeira coisa que fazem é tirar e colocar short e camiseta?
Isso não é ridículo?
Tem as mulheres também, que usam aqueles sapatos de bico fino, ‘chiquetééééééééééérrimos’, e quando chegam em casa o tiram imediatamente e dizem “não via a hora de chegar em casa e tirar aquele sapato”.
Isso não é ridículo?
Ou então analisemos um relacionamento. No começo, quando estão se conhecendo, fingem ser algo que não são, que são mais educados do que realmente são, mais inteligentes, mais compreensivos, mais apresentáveis, mais amorosos. Após se conquistarem então deixam cair a fantasia, e como resultado acontecem as cobranças, o descontentamento por não ser mais como era, por não ser mais gentil, amoroso, educado. Mas aí ambos já estão com algo ‘estável’, e continuam junto, junto com as infinitas brigas ou descontentamentos.
Isso não é ridículo?
Isso me parece muito, mas muito mais ridículo do que a criança apreciando os aviões, no entanto fazemos muitas coisas como as que citei. Só coloquei três exemplos, mas tenho a certeza que vocês conseguirão detectar muitos outros que fazem. E fazemos isso de um modo tão robotizado que muitas vezes nem percebemos nossas atitudes.
Mas Carlos, você não entende como ‘funciona’ a vida? Não vê que é assim que as coisas são? Vejo o que acontece, mas não a vejo com o verbo ‘ser’, mas sim com o verbo ‘estar’. Elas estão assim, e somente porque nós assim queremos e nos esforçamos para mantê-las deste modo.
Quem sabe um dia nós voltemos a ser ridículos como as crianças, que podem ir a um restaurante, ao meio dia, fantasiada de cowboy, com chapéu e tudo, e não demonstrar nem um pouco de vergonha. Ela simplesmente estava feliz.
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