Após ter lido a postagem que o Carlos fez falando sobre as diferenças, nós tivemos uma longa conversa onde eu disse que o que ele escreveu me fez refletir muito, principalmente no que está relacionado ao papel do professor perante seus alunos.
Eu, enquanto professora que sou, por escolha de ser e não apenas para ocupar espaço ou simplesmente não ficar sem profissão, me vejo na obrigação de fazer o melhor e me preocupar com o respeito pelas diferenças que existem. E não é uma preocupação apenas de saber como os meus alunos estão se relacionando entre eles, mas também um grande questionamento de como são as minhas atitudes com eles.
No decorrer da nossa conversa citei uma palestra que eu assisti poucos dias atrás sobre Filosofia na Educação Infantil, onde a palestrante sugeriu que fizéssemos a seguinte reflexão: “Você gostaria que seu filho tivesse a aula que você oferece aos seus alunos? Você gostaria que seu filho tivesse como professor alguém como você?” . Eu me senti satisfeita com a resposta que obtive. Sei que não sou perfeita e que tenho muito para aprender, porém, acredito que nesse caso minha resposta é SIM e mais, agora, quando tenho alguma atitude que julgo ruim, penso: “isso eu não gostaria que a professora do meu filho fizesse”.
Penso que tenho que dar o melhor de mim nas coisas que faço e isso acaba fazendo a diferença.
Então, falei pro Carlos que é por tudo isso que devemos começar a fazer a diferença com as crianças, porque são sinceras, porque o amor e a confiança que elas depositam em nós não têm preço. E diante disso relatei um fato que ocorreu no mês de agosto desse ano, onde eu ganhei um dente de uma garotinha que foi minha aluna no ano passado. Muitas pessoas poderiam rir ou não dar a mínima importância para o fato, mas eu fiquei o dia todo me questionando porque ela tinha feito aquilo. Dar um dente, na minha maneira de pensar, é entregar a alguém um pedaço do seu próprio corpo, e não é para qualquer um que fazemos esse tipo de coisa. Então, comecei a analisar toda a história que tive com essa garota.
Ela ingressou na escola no maternal, com três anos de idade. Já penso que ser a primeira professora na vida de uma pessoa tem lá seu significado especial. Mas ela veio com sua própria história, o que é um fato que acompanha cada um dos alunos (e aí está mais uma vez a tal da diferença), porém, a história dela me balançou; uma garotinha tão pequena, com pouca idade, já vivenciava algo muito difícil da gente aceitar, que foi a perda da mãe. A mãe dela faleceu quando ela tinha pouco menos de dois anos e a partir daí passou a viver com o pai (que deve ser citado como uma pessoa extraordinária) e com os avós paternos. Algumas semanas antes do dia das mães, a garota ficou doente e faltou uma semana inteira, então, quando deveria retornar para a escola, começou a dar trabalho para ficar. Em um dia que aceitou ficar, me pedia para ir ao banheiro o tempo todo e eu comecei a ficar preocupada e tentando entender o porquê. Depois de muita observação pude perceber que isso acontecia sempre que eu falava do dia das mães ou de alguma coisa relacionada ao assunto. Então, conversei com ela e disse que não precisava participar da apresentação que teria na escola para as mães caso não quisesse, e ela realmente ela quis. Nesse dia, conversei com a avó e o pai para dizer o que houve e quais foram as minhas conclusões, e a avó me relatou que ela estava mesmo tristonha, que naqueles dias espalhava as fotos da mãe sobre a cama e ficava olhando. Como não foi possível resolver o problema naturalmente, a melhor opção foi procurar auxilio psicológico, o qual fez muito bem a ela.
Contei tudo isso para poder explicar melhor os meus sentimentos em relação ao presente que ganhei: o dente. Como já disse anteriormente, não é para qualquer um que se dá um pedaço do que é seu, então, por que ela fez isso? Cheguei à conclusão de que assim como ela é uma garota muito especial para mim, eu também sou alguém muito importante na vida dela, talvez até uma forte referência feminina, já que ela convive com a ausência da mãe. E quando somos crianças queremos compartilhar esses momentos de mudanças com pessoas queridas.
Para confirmar se ela não estava fazendo isso escondida do pai (há famílias que costumam guardar todos os dentes do filho/a) conversei com ele para saber se estava ciente, ele me confirmou que sim e acrescentou que há muitas pessoas querendo os dentes dela, mas que estão muito bem guardados, o que só me deu a certeza que realmente, aos olhos dela e da família, eu merecia ganhar um.
Tem coisas que são inexplicáveis e só quem sente pode saber. Portanto, a qualquer outra pessoa que não tenha vivido isso, o meu presente pode ser apenas um dente, mas para mim ele é muito mais que isso, e talvez seja um dos melhores presentes que já ganhei até hoje. Acabei dando a ele a importância que meu pensamento e meu coração sentem que ele merece.
Para mim, isso é fazer a diferença. E assim, espero continuar e desejo que de alguma forma eu permaneça presente na vida dessa garota para sempre, porque ela já está gravada na minha.
Eu, enquanto professora que sou, por escolha de ser e não apenas para ocupar espaço ou simplesmente não ficar sem profissão, me vejo na obrigação de fazer o melhor e me preocupar com o respeito pelas diferenças que existem. E não é uma preocupação apenas de saber como os meus alunos estão se relacionando entre eles, mas também um grande questionamento de como são as minhas atitudes com eles.
No decorrer da nossa conversa citei uma palestra que eu assisti poucos dias atrás sobre Filosofia na Educação Infantil, onde a palestrante sugeriu que fizéssemos a seguinte reflexão: “Você gostaria que seu filho tivesse a aula que você oferece aos seus alunos? Você gostaria que seu filho tivesse como professor alguém como você?” . Eu me senti satisfeita com a resposta que obtive. Sei que não sou perfeita e que tenho muito para aprender, porém, acredito que nesse caso minha resposta é SIM e mais, agora, quando tenho alguma atitude que julgo ruim, penso: “isso eu não gostaria que a professora do meu filho fizesse”.
Penso que tenho que dar o melhor de mim nas coisas que faço e isso acaba fazendo a diferença.
Então, falei pro Carlos que é por tudo isso que devemos começar a fazer a diferença com as crianças, porque são sinceras, porque o amor e a confiança que elas depositam em nós não têm preço. E diante disso relatei um fato que ocorreu no mês de agosto desse ano, onde eu ganhei um dente de uma garotinha que foi minha aluna no ano passado. Muitas pessoas poderiam rir ou não dar a mínima importância para o fato, mas eu fiquei o dia todo me questionando porque ela tinha feito aquilo. Dar um dente, na minha maneira de pensar, é entregar a alguém um pedaço do seu próprio corpo, e não é para qualquer um que fazemos esse tipo de coisa. Então, comecei a analisar toda a história que tive com essa garota.
Ela ingressou na escola no maternal, com três anos de idade. Já penso que ser a primeira professora na vida de uma pessoa tem lá seu significado especial. Mas ela veio com sua própria história, o que é um fato que acompanha cada um dos alunos (e aí está mais uma vez a tal da diferença), porém, a história dela me balançou; uma garotinha tão pequena, com pouca idade, já vivenciava algo muito difícil da gente aceitar, que foi a perda da mãe. A mãe dela faleceu quando ela tinha pouco menos de dois anos e a partir daí passou a viver com o pai (que deve ser citado como uma pessoa extraordinária) e com os avós paternos. Algumas semanas antes do dia das mães, a garota ficou doente e faltou uma semana inteira, então, quando deveria retornar para a escola, começou a dar trabalho para ficar. Em um dia que aceitou ficar, me pedia para ir ao banheiro o tempo todo e eu comecei a ficar preocupada e tentando entender o porquê. Depois de muita observação pude perceber que isso acontecia sempre que eu falava do dia das mães ou de alguma coisa relacionada ao assunto. Então, conversei com ela e disse que não precisava participar da apresentação que teria na escola para as mães caso não quisesse, e ela realmente ela quis. Nesse dia, conversei com a avó e o pai para dizer o que houve e quais foram as minhas conclusões, e a avó me relatou que ela estava mesmo tristonha, que naqueles dias espalhava as fotos da mãe sobre a cama e ficava olhando. Como não foi possível resolver o problema naturalmente, a melhor opção foi procurar auxilio psicológico, o qual fez muito bem a ela.
Contei tudo isso para poder explicar melhor os meus sentimentos em relação ao presente que ganhei: o dente. Como já disse anteriormente, não é para qualquer um que se dá um pedaço do que é seu, então, por que ela fez isso? Cheguei à conclusão de que assim como ela é uma garota muito especial para mim, eu também sou alguém muito importante na vida dela, talvez até uma forte referência feminina, já que ela convive com a ausência da mãe. E quando somos crianças queremos compartilhar esses momentos de mudanças com pessoas queridas.
Para confirmar se ela não estava fazendo isso escondida do pai (há famílias que costumam guardar todos os dentes do filho/a) conversei com ele para saber se estava ciente, ele me confirmou que sim e acrescentou que há muitas pessoas querendo os dentes dela, mas que estão muito bem guardados, o que só me deu a certeza que realmente, aos olhos dela e da família, eu merecia ganhar um.
Tem coisas que são inexplicáveis e só quem sente pode saber. Portanto, a qualquer outra pessoa que não tenha vivido isso, o meu presente pode ser apenas um dente, mas para mim ele é muito mais que isso, e talvez seja um dos melhores presentes que já ganhei até hoje. Acabei dando a ele a importância que meu pensamento e meu coração sentem que ele merece.
Para mim, isso é fazer a diferença. E assim, espero continuar e desejo que de alguma forma eu permaneça presente na vida dessa garota para sempre, porque ela já está gravada na minha.
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