É inegável discordar da influência que Jesus exerce em nossa sociedade atual. Sua forma de viver, suas palavras, seus atos, sua bondade, sua compaixão estavam a frente do seu tempo – e talvez ainda esteja a frente.
Hoje muitas religiões – e infelizmente algumas franquias – citam suas palavras, suas ações, ensinamentos, conduta. E muitas pessoas o adoram, o amam, e repetem suas palavras, seus discursos. Pregam bondade, compaixão e tudo que de bom ele nos ensinou. E há de alguém que exponha alguma idéia contrária, com ou sem fatos. Falar que ele era uma pessoa como as outras, porém somente com uma postura de vida diferenciada é um insulto gravíssimo.
Mas aí me pergunto. Se hoje, aparecesse outra pessoa, igual a ele (no sentido da filosofia de vida, valores) e andasse pelas cidades propagando o amor, o respeito, o desprendimento, dizendo que Deus não está em templos ou fica feliz com generosas ofertas em dinheiro ou sacrifícios, que Deus está em toda a parte, que está dentro de nós, como seria tratada?
Será que as mesmas pessoas que hoje respeitam Jesus, seus ensinamentos respeitariam esta outra pessoa? Daria a ela o mesmo crédito, a mesma devoção? Dariam a esta pessoa o mesmo crédito? Ou a chamariam de louca, maluca?
Se esta pessoa chegasse até nós e dissesse que o materialismo de hoje está destruindo a sociedade, que nosso egoísmo de nada ajuda no caminho do bem, e que podemos agir diferente, mesmo com todos dizendo que é assim que as coisas são, escutaríamos o que ele está falando ou já o descartaríamos?
Será que as pessoas da época de Jesus o respeitavam tanto quanto as pessoas de hoje respeitam? Ou será que as pessoas daquele época fizeram com ele o mesmo que nós faríamos com uma pessoa de nossa época?
É nessas horas que me pergunto se o que as pessoas respeitam são os títulos, as honrarias, o destaque histórico ao invés de respeitarem o que as pessoas são de fato.
Será que não é hora de valorizarmos o que as pessoas são, e não o que as pessoas acham que são? Ou o status e posição social que ocupam? Será que a qualidade está no status, dinheiro?