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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Que pais é este?
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Povo bovino?
Há muito tempo que escuto esta expressão, a qual concordo plenamente.
Aqui neste país o que existem não são cidadãos, mas sim bois, que seguem para onde mandam. Se nos mandam comer comemos, se nos mandam votar em alguém votamos, se nos mandam ver TV vemos, se nos mandam deixar de estudar deixamos, se nos mandam acreditar que tudo o que fazem é para o nosso bem acreditamos.
Aqui neste país não se critica, não se questiona, não se busca soluções, nem ao menos mais se pensa. Pensar pra quê, se poucas pessoas podem pensar por nós, e a nós cabe única e exclusivamente seguir os “pensadores”?
Mas hoje tudo isso que falei foi por água abaixo. Vi que nem tudo está perdido do modo como eu pensava. Há sim pessoas que protestam, que lutam, que brigam. Não existem somente “bovinos” neste país.
Mas o que ocorreu que me fez ver que nem todos são bovinos? Podem ver a matéria completa neste link.
O que ocorreu foi um protesto por parte de estudantes da USP, que se revoltaram quando policiais que faziam ronda dentro do câmpus prenderam 3 estudantes que estavam fumando maconha. Vários estudantes se revoltaram contra a polícia e então começaram as brigas.
Como disse, nem tudo está perdido do modo como eu pensava. Está perdido de um modo muito, mas muito pior mesmo.
Políticos roubam, deixam a população emburrecida, não ligam para a violência, nos deixam sem saúde e contra o que aqueles “seres evoluídos” protestam? Contra a prisão de quem estava cometendo um crime. Agora nossos “estudantes” protestam com o pouco de atitude certa que ainda se faz neste país.
Será que é por que eles estão treinando para se tornarem nossos representantes no futuro?
Receio que sim…
sábado, 4 de dezembro de 2010
Ateu, graças a Deus
Já ouvi esta frase, e achei ela propícia para dar título a este texto.
Li ontem que o apresentador Datena expressou alguns “pensamentos” em seu programa, que fez com que o Ministério Público Federal queira uma retratação.
Segue o link para verem mais a respeito do assunto.
Pelo conteúdo do link é possível ver algumas "afirmações” do apresentador, que responsabiliza os ateus pelos males do mundo, pelos crimes que ocorrem, dizendo que somente pessoas que não creem em Deus é que são capazes de cometer crimes.
Fico aqui tentando imaginar em qual realidade este apresentador vive. Se ele frequentou escola, se aprendeu sobre história da humanindade, se vê documentários ou lê livros. Porque se ele faz alguns destes itens certamente não pensaria deste modo. É só abrir os olhos e enxergar a realidade.
Será que ele nunca ficou sabendo que grandes genocídios foram feitos em nome de Deus (que pode ter outro nome dependendo da crença)? Quantas guerras-santas (quanta incoerência) foram feitas neste planeta, quanto sangue derramado, somente para impor aos outros a crença de um grupo. E o que acho engraçado é pelo que sei um dos ensinamentos da religião é o respeito ao próximo, mas tem um asterisco nisso. Respeito ao próximo sim, desde que ele creia na mesma coisa que eu, caso contrário ele é uma série ameaça a tudo o que eu acredito, e como ameaça, necessita ser destruído.
Infelizmente algumas das pessoas mais inflexíveis que conheci, que em nenhum momento se permitiram pensar em pensar de uma forma diferente, crer que podem existir outras formas de ver o mundo, a sociedade, os problemas foram pessoas ligadas a religião, certamente com muito Deus no coração.
Há uma brincadeira que diz que se você quer encontrar pessoas com Deus no coração é somente ir a um presídio. lá certamente se encontrará muitas pessoas que creem em Deus.
Se não me engano eu vi um caso onde uma pessoa recebia a sua “propina de cada dia” e orava, agradecendo. Esta certamente tem Deus no coração, tanto que até orava em agradecimento.
Então por que somente os ateus é que são os responsáveis pelos problemas do mundo?
Uma organização, uma crença, uma filosofia não faz uma pessoa boa ou má. Se fosse isso, seria muito fácil obrigar todo mundo a ser de uma organização, ou então obrigar todas as organizações a fazerem determinada atitude e certamente todas as pessoas seriam boas.
O que faz uma pessoa ser boa ou má (tirando fatores psiquiátricos que alteram o estado de consciência da pessoa) é a educação que ela tem, é a consciência que nela foi despertada a respeito das coisas, dos valores (não os que anunciam na TV em blocos de 30 segundos), das pessoas, da sociedade, de justiça, de ética. São os exemplos que esta pessoa recebeu, não somente os discursos.
Datena certamente prestou um desserviço à sociedade atacando um grupo com uma crença diferente da dele. Muitas pessoas que viram, e que ainda não tenham se desenvolvido o suficiente para analisar o que foi dito, filtrar e processar tudo acabarão crendo que ele está certo, e que precisam combater os ateus. É a indústria da intolerância e do desrespeito sendo alimentada, e neste caso, por uma pessoa que acredita em Deus.
Quem faz mais bem ao planeta? Os ateus ou os crentes? Sinceramente, não me importa, e isso não me preocupa nem um pouco. O que eu quero é que os ateus façam bem ao planeta, assim como os crentes. Quero que um entenda que o outro tem o direito de pensar de outra forma, independente se a forma da pessoa pensar tem fundo mais racional ou mais de fé, se há provas para acreditar ou provas para não acreditar. Isso não faz diferença.
Certamente em qualquer agrupamento haverão pesssoas boas e pessoas ruins, e o papel das boas é tentar levar as que estão fazendo o mal a sociedade um pouco de consciência, mesmo que isso faça com que a pessoa passe a acreditar em algo diferente do que nós mesmo acreditamos.
O todo é importante, é maior, e se as pessoas entrarem em guerra para ver quais delas é a certa, o planeta perde.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Eleições 2010, Tiririca, democracia, cidadania e pensamentos
Ontem foi o “grande” dia da “democracia” neste país, onde as pessoas vão e elegem seus representantes.
Pra tudo o que ocorreu, somente demonstro minha admiração e respeito na apuração, que é extremamente rápida, neste caso um real bom exemplo para o mundo, para o resto infelizmente não há de que se gabar.
Primeiro que sempre questionei como em uma democracia o voto é uma obrigação, e não um direito. Será que tem algum interesse das pessoas que lá em Brasília se encontram de obrigar pessoas sem a menor capacidade de votar a irem lá, e como estão, votarem em quem lhes dá uma migalha por mês para sobreviver? Acho que não né, acho que sou muito mau por pensar em tais absurdos. Deve ser obrigatório ainda porque como todos fazem questão de votar e exercer seu direito sagrado de cidadão o fato de ser ou não obrigatório não faz diferença, então não há porque mudar algo que ficará igual.
Por falar em cidadania, fico imaginando a qualidade dos nossos representantes, dada a cidadania e respeito demonstrados por nosso povo a quem quiser ver. Na hora da votação encontram-se pessoas que foram convocadas para trabalhar na eleição despreparadas (uma inclusive chegou bêbada e foi noticiada na TV), sem bom trato com os eleitores, e nas filas é que se vê realmente que povo somos. Lá é fácil ver pessoas pegando crianças no colo que nem sabem que quem é somente para utilizar de nossa qualidade mais latente, a esperteza, e passar na frente dos otários que estão lá esperando a sua vez de exercer a cidadania. Depois que votam, devolvem a criança e se sentem felizes, por terem dado um exemplo de cidadania. Ou então chegam pessoas idosas e passam na frente de todos (antes que alguns me crucifiquem peço que continuem a ler o resto da frase), no entanto não há uma urna especial para eles, ou então um intercalamento com as demais pessoas que estão nas filas, e se aparecem uns 4, 5 idosos, as demais pessoas ficam uns 20 a 30 minutos esperando, sem nada poder fazer. Respeitar o idoso sim é válido, mas desrespeitando aos demais? Quer dizer então que nossa democracia é parcial e respeita somente os idosos? O resto que se dane?
Ainda sobre a nossa cidadania, vamos ao local de votação e encontramos o quê? Um monte de lixo sobre montes de lixo, pois considero quem suja a cidade deste modo. Então fico pensando, como é possível que uma pessoa que quer lutar por algo melhor para a sociedade (pois este é o único objetivo deles, ninguém jamais falou que o objetivo é se enriquecer as custas do povo, o que certamente é uma imensa mentira) conscientemente suja a cidade? A pessoa quer uma sociedade melhor ou não? Fico meio confuso com este paradoxo. Outro dia estava em um lugar onde mal conseguia escutar meus pensamentos, de tão alto que estava o som. Era possível sentir o trepidar das coisas ao redor tamanho o volume. E de quem era todo este barulho? De um candidato a deputado. Fico pensando em como uma pessoa que quer fazer o melhor para uma sociedade deixa metade da cidade surda por causa disso. Será que estes acreditam que é com desrespeito que conquistam alguma coisa?
Mas não é só, ao andar de carro vemos muitas pessoas andando tranquilamente no meio da rua, e o carro que saia da trajetória delas porque do meio da rua elas não saem de modo algum. E também vejo muitos carros com problema de luz, pois fazem curvas sem a menor indicação. Talvez eles creiam que os demais motoristas consigam imaginar o que eles farão, então torna-se desnecessário avisar. E quando se chega no local de votação eis que rapidamente aparece aquelas pessoas tão amáveis e gentis, que se oferecem para tomar conta dos nossos carros. Fico lisonjeado de tanta gentileza. São tão gentis que nem incomodam aos policiais que ficam a poucos metros de distância. Convivem pacificamente!!!
E nosso Tiririca, primeirão!!! É isso aí Tiririca, meus parabéns!!!! E nesta frase não estou sendo irônico. Fiquei muito feliz por ele ter ficado em primeiro lugar, e ter levado junto com ele outras pessoas com poucos votos, e inclusive um mensaleiro. Repito, não estou sendo irônico com relação a isso não.
Primeiro falarei do Tiririca. Vi muita gente criticando a sua candidatura, já que ele não sabe para que serve um deputado federal. Que sua candidatura era uma afronta a democracia. Por que afronta? Somente por que ele não utilizava terno, falava as palavras que os marketeiros dizem e prometia que iria resolver os problemas da humanidade como todos fazem? Afronta para mim são aqueles @#$#&& que estão lá usando de influência, do seu cargo, que roubam e depois abrem mão do cargo para o crime dar em nada, daqueles que dão migalhas para o povo continuar votando nele para que continuem no poder enchendo seus bolsos (e mais ultimamente cuecas) de dinheiro. Isso sim é afronta a democracia, uma pessoa que vai lá e abertamente fala que não sabe para que serve, que quer ir lá para ajudar a sua família (do Tiririca) é alguém no mínimo honesto, que fala o que a maioria deveria falar, mas que não corresponde com a imagem de um messias, um salvador que nossa população tão culta, civilizada e democrática adora.
Li muito na internet que um voto no Tiririca seria ruim, que voto de protesto não serve pra nada. Como assim não serve? Já nos tiraram o voto nulo, pois ele não é mais considerado, então a única coisa que nos resta é votar em alguém que não é querido pelos homens de terninho, já que não podemos não votar, nem anular (pois tiraram seu efeito). As pessoas tem sim o direito de protestar, isso é democracia. Se pessoas tem o direito de votar em quem lhes dá migalhas porque outras pessoas não tem o direito de escolher um voto de protesto? Alguns me dirão que isso não resolve nada, que vai colocar gente despreparada lá, e de lambuja levar algumas pessoas ruins. Então pergunto, fazendo do modo convencional nunca chegou ninguém lá ruim? Consideram Sarney, Rosena Sarney, Genoíno, Collor, Zé Dirceu e muitos outros gente fina? Então qual é o problema de termos um Tiririca deputado federal? Ah, ele levou o Valdemar Costa Neto, e isso é ruim. Então pergunto, quem levou o Valdemar? O Tiririca ou a regra que os políticos eleitos por esta sociedade democrática e cidadã que jamais debocharam da democracia? Até onde eu sei isso foi uma regra criada por eles, que foram eleitos por nós. Então culpar o Tiririca é apontar a mira para o alvo errado. A mira deve ser apontada para a regra. Se uma regra existe, as pessoas podem fazer o que quiserem dentro dela. Se ela é injusta, não se deve brigar com quem usa as regras, mas sim com quem fez as regras. Ou você, leitor, caso estivesse em uma competição e um resultado de empate classificaria você e seu adversário, para uma fase mais tranquila, enquanto que a vitória de um lado colocaria o vencedor em uma fase mais complicada e o perdedor estaria fora, o que faria? Duvido que iria querer qualquer resultado diferente de empate. O público chiaria, claro, mas é a regra. E com quem o público deve se indispor? Com os organizadores, que criaram tal situação (leiam sobre o mundial de vôlei pois está acontecendo exatamente isso), e não com os atletas.
Mas nossa sociedade democrática e cidadã não gosta de brigar, de se indispor, adora o pensamento “tá ruim mais tá bão” e vai deixando as coisas pra lá, transferindo a sua culpa por votar em homens de terninho e fala bonita que lesam este país e transferindo para Tiriricas da vida, como se ele debochasse da democracia.
Debocha da democracia quem vota em qualquer um porque tem que votar (e olha que é muito fácil escutar este tipo de fala), quem opta pelo menos pior, pelo que vai roubar menos. Debocha da democracia quem aceita um jogo de cartas marcadas, onde somente quem tem muito dinheiro é que tem alguma chance. Debocha da democracia um presidente que usa seu alto índice de popularidade (nada a ver com os bolsas-esmolas distribuídos por aí) para apoiar sua candidata. Um presidente é de todos (o slogan do seu governo é um Brasil, um país de todos) então jamais no exercício de seu mandado poderia haver qualquer apoio. Como ex-presidente sem problemas, é um cidadão conhecido e que certamente pode manifestar apoio, mas enquanto presidente não, pois ele governa para todos.
Voltando ao Tiririca, ele dizia que não sabia para que serve um deputado federal, e por isso foi muito criticado. E eu pergunto, para que serve? Eu, que tenho uma formação acima da média deste país, não sei. E olha que eu via o horário político, mas o que eu escutava dos candidatos não me ajudou a compreender.
Eu vi candidatos a deputados estaduais dizendo que iriam trazer dinheiro. Via candidatos a deputados federais dizendo que iriam trazer dinheiro. Via candidatos a senador dizendo que iriam trazer dinheiro. Ora, se todo mundo só vai trazer dinheiro, por que cargos diferentes e tantos? E mais, por que ao invés de mandarmos pessoas lá para Brasília para trazer dinheiro para cá, não fazemos algo mais fácil, como deixar o dinheiro aqui mesmo, assim não precisaremos cuidar do envio e retorno do mesmo. Por que no caminho vai que aparecem alguns ladrões e desviam um pouco dele né? É melhor ficar por aqui mesmo. E olha que deste modo vai ficar muito mais dinheiro, porque aí não precisaremos colocar várias pessoas para ir lá pegar, ele já estará aqui.
E para finalizar, sobre o Tiririca (o grande ícone desta eleição aqui em SP) houve reclamações por ele ser supostamente analfabeto, e por isso não poderia ser candidato. E pergunto, mas qual o problema? Se analfabetos podem votar, por que não podem ser eleitos? Se o nosso ilustre presidente se vangloria de não gostar de ler, ignora completamente a concordância e assina o PDH sem ler, por que analfabetos não podem se eleger?
Ah, mas para fazer leis é preciso saber ler e escrever, certo? Sim, e é por isso que um deputado pode compor uma equipe de 5 a 25 pessoas para ajudá-lo. Se isso é perigoso, acho que muito menos perigoso um analfabeto legislando, pois a lei vai para aprovação de todos, do que 30 milhões de analfabetos e mais um monte de pessoas sem a menor capacidade de discernimento votarem em ladrões onde não haverá possibilidade de recusa futura. Isso é sem dúvida muito mais perigoso, e nossa sociedade aplaude o direito que os analfabetos tem de votar. Será que é por que há interesse nestes votos de pessoas sem escolaridade, que votam muito facilmente e sem questionar em quem lhes dá um simples prato de comida? Creio que não, seria muito baixo. Nossos candidatos de terno e fala polida não são capazes de fazer isso.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Paternalismo
Isso para mim é um dos maiores problemas deste nosso país. Nosso Estado é altamente paternalista, quer tomar conta de tudo de de todos, o tempo todo. Quer gerenciar a vida das pessoas, o que elas fazem, como gastarão o dinheiro.
Em nome de “ajudar” as pessoas, acabam aprisionando-as e tornando-as dependentes, sem iniciativa, afinal, pra que eu, cidadão, preciso aprender a gerenciar meus atos, meus gastos se há alguém plenamente preocupado comigo cuidando de tudo? Prefiro continuar alienado e deixando que o preocupado governo zele por mim.
Numa das aulas que tive na pós perguntei para uma professora que era advogada sobre a questão de ter que utilizar o vale-alimentação, o que considero salário, somente com alimentação. Se uma pessoa, que optasse por comer em casa, não poderia utilizar o valor em outra coisa, mais útil para ela. A resposta foi que não, pois como existem pessoas que se não forem obrigadas a gastar o dinheiro em comida, poderiam gastar em bebida, e nosso estado zeloso e preocupado com os cidadãos certamente não poderia permitir isso, e por isso bloqueia.
Ué, mas se a vontade do cara é encher a cara, se é uma decisão dele, por que não deixá-lo responsável pela sua postura? Por que o Estado deve cuidar dele? E se o Estado quer cuidar dele, por que ao invés de impedir que as pessoas conscientes dos seus atos utilizem melhor o vale-alimentação não oferece tratamento para dependência química?
Outro exemplo deste paternalismo é o valor pago ao funcionário quando ele sai em férias. Ao sair de férias, além de 1/3 de salário a mais recebe-se, antecipadamente, outro salário, para que o funcionário possa ter dinheiro para curtir as férias. Mas se o funcionário vai tirar férias, e quer viajar, ele não deveria economizar durante os meses que antecedem as férias para que ao sair de férias tenha dinheiro para gastar? Não seria o lógico? Não seria uma postura mais madura da pessoa? Ah não, as pessoas não fazem isso, então ao invés de ensiná-las através de uma boa escola, prefere-se antecipar um salário e deixá-la feliz por não precisar pensar e planejar as férias.
Certamente existem vários outros exemplos de paternalismo deste nosso adorado Estado, sempre com a melhor das intenções. Bom, sabemos onde está cheio de gente bem intencionada…
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Globo x Record
Comecou uma nova “guerra” entre estas duas emissoras de televisão. O ministério público fez uma denúncia contra Edir Macedo, a Globo veiculou e a Record entrou na briga na defesa.
Hoje pela madrugada acabei vendo parte do programa “Fala que eu te escuto”, que foi utilizado para ‘defender’ a Record e atacar a Globo. Prestei atenção aos comentários, as defesas feitas e vê-se claramente como é puramente passional, no mínimo. Obviamente não posso dizer que é manipulado, ou que são atores contratados, no entanto dá-se fortamente tal impressão.
O ‘pastor’ perguntava aos ouvintes qual a resposta que eles tinham para dar para a Rede Globo. E a resposta era que eles não mais veriam aquela emissora, que lá só tem degradação da família, só ensina coisa ruim. (Até onde eu sei o que a Rede Record faz é copiar tudo o que a Globo faz. Jornal Nacional x Jornal da Record, novelas x novelas, Big Brother x A Fazenda, Esporte Espetacular x Esporte Fantástico, Fantástico x Domingo Espetacular, a briga pelo direito de transmissão do futebol, olimpíadas….).
E os ‘depoimentos’ eram sempre o mesmo, acusando a Globo e defendendo a Record.
O ‘pastor’ até disse que mesmo que fosse verdade o que se está falando, e que a igreja estivesse roubando, como é bom este ladrão, afinal, quantas pessoas eles estão ajudando. Pára tudo, será que eu ouvi bem? Quer dizer que os fins justificam os meios? E que tipo de argumentação é esta? O fato de fazer bem a alguns faz com que eles passem a estar certos?
Utilizarei alguns exemplos para questionar tal argumento.
Imagine um testemunho ‘aleatório’ do namorado da neta do presidente do Senado Federal. Ele começa dizendo que o Senado é maravilhoso, é muito bom para as pessoas, pois antes de lá ele estava desempregado, com dívidas, sem um futuro, e que agora graças a um membro do Senado tem um bom emprego, já não tem dívidas, já tem uma boa casa, comprou empresas e é uma pessoa feliz e rica, e que viaja pro exterior frequentemente. De tudo o que escrevi, creio que o que somente não ocorreu foi o testemunho. E assim como ele, muitos outros apadrinhados dos senadores muitas outras pessoas também pode dar tal testemunho. E será que isso torna o Senado uma instituição séria e respeitável? Será que o fato de fazer bem a alguns (e pelas recentes descobertas tem muita gente) dá o direito de fazerem o que fazem?
E o tráfico de drogas, certamente muitas pessoas vivem no luxo, na riqueza, conseguiram pagar todas as suas dívidas e agora vivem em mansões, carros importados, viajam pro exterior. Muitas pessoas podem dar este testemunho, porém isso é bom?
Quero deixar claro que não estou comparando uma coisa a outra, mas somente dizendo que o argumento utilizado não possui valor algum. Alguém ser beneficiado por uma instituição não a torna santa ou perfeita, tampouco comprometida com o respeito, honestidade, integridade, valores.
Esta cruzada da Record contra a Globo parece-me um pouco com o que ocorreu com a Alemanha na década de 30. A Alemanha estava com uma grande crise financeira, inflação galopante. As pessoas não viam salvação até aparecer um messias que poderia tirar a Alemanha daquela situação. O messias as pessoas, resgatou a economia, tornou a indústria novamente ativa, diminuiu a inflação. Mas precisou encontrar um culpado para justificar a situação pela qual se encontrava o país, e a escolha foram os judeus.
Sabemos de quem estamos falando, e hoje certamente as pessoas dirão que ele foi uma maluco, que não estava com Deus no coração, que o que ele fez não tem comparação com o que está ocorrendo hoje. Mas se alguém que estava naquela situação, na miséria, sem comida, sem futuro, e que teve a vida modificada, ficou melhor, ganhou dinheiro, pôde cuidar da sua família se eles questionariam algo a respeito das posturas do líder. Sinceramente eu duvido. Tanto que quando ele disse que a culpa era dos judeos a população acreditou, afinal, as pessoas querem saber quem é o culpado pelas suas desgraças, limitações, seu destino (pena que não olham para si mesmas). Tanto acreditaram que promoveram o holocausto.
Hoje, mais de 60 anos passados, fica fácil de perceber que aquela postura não foi benéfica, ainda mais que não estamos envolvidos, mas e naquela época? E na nossa época atual, as pessoas que estão envolvidas com este embate, será que também não ficam passionais como os alemães da época? Afinal, alguém os tirou da depressão, das drogas, das dívidas, propiciaram a eles uma vida repleta de felicidade, dinheiro, posses, empresas (tudo isso é dito nos ‘testemunhos’ veiculados).
O que quero com este exemplo é mostrar que a passionalidade não permite que as pessoas vejam o que está ocorrendo com elas. Passionalidade é algo desprovido de razão.
Nos depoimentos vi as pessoas dizendo que depois que entraram para a Universal descobriram a verdade. Pergunto: que verdade? Verdade é um termo relativo, não existe verdade absoluta. Cada qual tem a sua verdade. Será então que quem não está na igreja vive na mentira? Será a vida de todos os outros cidadãos uma mentira, e somente dos membros uma verdade? A maior mentira já contada é aquela em que alguém se diz o dono / conhecedor da verdade.
Em outro depoimento uma mulher falou que a vida dela estava destruída em função da Rede Globo. Como assim? Como que uma emissora de TV pode destruir a vida de alguém? E se pode, por que não destruiu a minha? Afinal, eu vejo a Globo (e a Record, Bandeirantes, Rede TV, SBT, ….)
Eu vejo a postura de dizer que não mais verá a Globo como uma postura de criança mimada, que quando alguém diz algo que não gosta, faz birra, diz que não brinca mais e vai embora. Deus não prega o amor? Não diz que somos todos irmãos? Ou os irmãos são somente os da igreja, os outros não? Ou o amor é somente entre os da igreja, os aos outros cabe a indiferença?
Um outro depoimento que vi, uma moça disse que a família dela estava com dívidas de R$ 700 mil, e que depois que entrou pra igreja, a dívida, que era somente para uma pessoa, foi paga em poucos meses com o pai fazendo serviços ao credor. Fico tentanto, em vão, imaginar que serviços são estes que propiciam em poucos meses a quitação de uma dívida de R$ 700 mil. Infelizmente minha limitação impede-me de chegar a qualquer reposta.
O que quero neste texto não é defender uma ou outra emissora, até porque não ganho nada fazendo isso. Somente quero aproveitar o momento para propor uma reflexão às pessoas, dizer que determinados argumentos não possuem qualquer valor, não comprovam nada, não isentam ninguém. É sempre necessário olhar para os fatos, sem passionalidade, e tomar sempre as próprias decisões. Nós não vivemos sem decisões, porém quando abrimos mão de tomá-las alguém vem e toma pela gente, e acabamos vivendo a vida dita por outras pessoas. Quando não refletimos sobre as coisas, alguém reflete por nós.
Somente nós somos responsáveis por nossa vida, por nossos sucessos e fracassos, erros e acertos, coisas boas e coisas ruins. Ficar querendo arrumar bodes expiatórios e salvadores somente nos aprisiona, nos torna dependentes, espectadores da vida.
Devemos sempre buscar ser livres, sermos nós mesmos. E eu creio que as instituições religiosas deveriam ter por premissa este fundamento, o de libertar a mente das pessoas, de torná-las livres e reponsáveis por sua vida. Receio que algumas venham se esquecendo disso.
Pensem com suas próprias mentes, todo o tempo.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Legalização da incompetência pública
Hoje pela manhã acordei e vi uma notícia que já me deixou descontente um pouco mais com este país. Aqui realmente é o paraíso das coisas mais absurdas que se possam inventar. Quer coisa maluca, sem sentido? Venha para o Brasil. Quer inversão de valores? Venha para o Brasil?
A notícia que vi é que em Brasília o flanelinha e limpador de para-brisa agora virará profissão, regulamentada e tudo. É isso mesmo, agora aquelas pessoas, que não trabalham, ficam vagando nas ruas, não se esforçam, não estudam, e fazem seu carro de refém para que você seja obrigado a dar um dinheiro para eles serão profissionais reconhecidos. E olha que eu que fiz faculdade de tecnologia, antes fiz curso técnico na área, trabalho há anos ainda não tenho minha profissão regulamentada. Será que devo sequestar algo de alguém para que minha profissão seja reconhecida?
Alguns links com a notícia:
Pegarei alguns textos do primeiro artigo.
De agora em diante, quem quiser tomar conta de carros nas ruas da capital federal terá de fazer por um curso de capacitação que inclui noções de cidadania, leis de trânsito, defesa do consumidor e ensina uma nova técnica de trabalho - a da biolavagem dos carros
Vamos ver, será que aquelas pessoas que são flanelinhas possuem dinheiro para fazer o curso, tempo para isso (afinal, o tempo parado para eles é tempo não trabalhado) e terão dinheiro para comprar os produtos para lavar os vidros dentro da técnica da biolavagem?
A regulamentação resolve o problema. O fato de haver um flanelinha treinado e identificado, com crachá e jaleco, alivia um dos principais problemas enfrentados pelo motorista nas grandes cidades. Mas é necessário um grande controle e fiscalização
Só se for o da ilegalidade, não o da imoralidade e da ineficiência do estado em nos dar a proteção que é direito e pagamos por ela. E sem contar que se for necessário mais fiscalização, mais dinheiro sairá dos nossos bolsos para contratarem fiscais, que certamente serão sempre insuficientes.
O flanelinha somente existe devido a incompetência do estado em dar estudo e condições das pessoas buscarem seu lugar ao sol, trabalhando dignamente e lutando pelo seu pão de cada dia. O estado, ao tirar o direito das pessoas serem cidadãs dignas (não falarei da corrupção, verbas qualquer-coisa-que-exista-no-planeta, aposentadorias milionárias com 8 anos de vida pública, ….) as torna mais propensas a procurarem ‘alternativas’, mesmo que seja mediante extorsão ou coação. E o estado falha novamente em não punir estas pessoas, tratando-as como paisagem e achando isso natural. E ao achar isso natural, surge a estúpida fantástica idéia de regulamentar a incompetência pública e prestigiar as pessoas que nada acrescentam a sociedade, nos ameaçam, e tiram mais ainda nosso dinheiro.
É uma forma de resolver problemas das mais estúpidas possíveis. Se fazem algo ilegal, ao invés de coibir isso, somente tornam legal. Assim não terá gente na ilegalidade, e tudo estará perfeito.
Será que é por isso que nossa educação está tão fantástica na avaliação do governo? Ao invés de darem mais educação e incentivos, aumentam as facilidades para se tirarem nota. Deste modo, o nível ficará bom. Se os alunos mesmo assim repetem de ano, que tal promover a aprovação automática, assim não teremos mais repetição. São verdadeiros demagogos gênios que pensam nestas incríveis soluções.
Então tomo a liberdade de ter alguns devaneios, e seguir a linha destes ilustres pensadores. O número de sequestros relâmpagos está aumentando, e o governo nada faz. Diz que não tem lei específica para isso (Nos EUA a constituição é a mesma desde a independência, e lá qualquer coisa eles resolvem). Então, ao invés de arrebentar estes marginais que tal regulamentar a profissão? Basta o sequestrador fazer um curso de como abordar pessoas sem ser notado pelos demais, quais os horários e pontos mais lucrativos, quais dias da semana mais lucrativos, como identificar vítimas clientes em potencial. Mas claro, como deverão aprender cidadania também, deverão ter um tratamento cordial com o cliente, sentá-lo confortavelmente no banco de trás do carro, com o cinto de segurança. Também darão um comprovante para o cliente dizendo que este cliente comprou o serviço deles, para que o mesmo cliente esteja isento no período de 6 meses da necessidade de compra de outro serviço do gênero.
Sinceramente não duvido do que escrevi. É a legalização da incompetência pública, dos espertos, dos exploradores, dos tortos. É um soco de direito na cara de quem luta para viver sendo honesto, trabalhando duro dirariamente para ganhar o seu 7/12 de salário (5/12 vai para o governo em impostos), estudar e abrir mão de certas coisas em prol de um futuro melhor para si e seus filhos.