Sobre este blog

Este nome é facilmente interpretado como 'Mundo Idiota', o que não deixa de ser, visto que atualmente vivemos em um mundo do TER e pior, do PARECER TER / SER, enquanto o que devemos valorizar é o SER. Mas o nome tem outro motivo. Uma pessoa que defende sua pátria é chamado de patriota, numa analogia a pessoa que defende o mundo seria o MUNDIOTA.
 

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Lula no SUS

3 comentários até o momento. Que tal deixar o seu?

Recentemente nosso ex-presidente foi diagnosticado com um tipo de câncer, e prontamente já será atendido em um belo hospital da capital paulsita, como tudo de bom e do melhor.

E está rolando uma “campanha” na internet pedindo que ele se trate no SUS, e há muitos comentários rolando a respeito disso, tanto a favor quanto contra.

Fico intrigado tentando entender porque algumas pessoas não gostaram da campanha, achando-a ofensiva, desrespeitosa com relação ao estado de saúde dele e coisas do gênero.

Desde quando desejar que a pessoa responsável pela saúde deste país, que bradou a quem pudesse ouvir que a saúde do país era de primeiro mundo, que deveria ser copiado por outros países, utilize uma maravilha é algo ofensivo?

Quem, em sã consciência, deixaria de utilizar algo fantástico e de primeiro mundo? Não conheço ninguém que opte por algo pior. Ou será que o Lula pensa tanto no povo (como ele sempre disse) que optou por algo pior para deixar uma vaga livre para mais uma pessoa necessitada?

O que vejo em jornais é um sistema de saúde pública inexistente, onde pessoas levam horas para serem atendidas (isso quando estão extremamente mal e quase morrendo). As que não morrem neste momento depois precisam esperar meses para poder fazerem os exames. As que não morrem neste outro período precisam esperar anos para poder ter seus exames avaliados e então começarem efetivamente o tratamento. E tudo isso é de primeiro mundo!!!!

E nosso ex-presidente? Fez o exame e pegou o resultado provavelmente no mesmo dia, e começará o tratamento 2 dias após o diagnóstico. Incrivel a semelhança, não acham?

Lula não é bobo, sabe a *erda que é a saúde pública brasileira, e como dono de posses (sabe-se lá de que modo conquistou) escolheu o que funciona.

Sei que antes do Lula assumir a saúde pública já era caótica, mas o que ele fez para melhorar? Onde melhorou? Comprar 6 dúzias de equipamentos super-faturados não é investir na melhoria, mas na imagem que algo está sendo feito, mesmo que tenha o mesmo efeito do placebo.

Alguém que é responsável por 8 anos por algo no mínimo deveria ter feito algo que fizesse com que a população tivesse a percepção. Duvido que se a saúde estivesse começando a dar passos em direção a um caminho melhor as pessoas estariam tão intensas nesta campanha. Eu mesmo não veria problema algum nele utilizar algo notadamente melhor.

Mas para quem nada fez e tudo falou fica meio incoerente isto, e creio que seja esta incoerência que tenha gerado tamanhno alvoroço.

Desejo ao cidadão brasileiro Lula exatamente o mesmo destino dos brasileiros acometidos pelo mesmo mal, e que são atendidos pelo sistema de saúde maravilhoso por ele.

Se isso é desejar mal a ele, talvez tenha sido em função de algo que ele mesmo não fez…

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Povo bovino?

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Há muito tempo que escuto esta expressão, a qual concordo plenamente.

Aqui neste país o que existem não são cidadãos, mas sim bois, que seguem para onde mandam. Se nos mandam comer comemos, se nos mandam votar em alguém votamos, se nos mandam ver TV vemos, se nos mandam deixar de estudar deixamos, se nos mandam acreditar que tudo o que fazem é para o nosso bem acreditamos.

Aqui neste país não se critica, não se questiona, não se busca soluções, nem ao menos mais se pensa. Pensar pra quê, se poucas pessoas podem pensar por nós, e a nós cabe única e exclusivamente seguir os “pensadores”?

Mas hoje tudo isso que falei foi por água abaixo. Vi que nem tudo está perdido do modo como eu pensava. Há sim pessoas que protestam, que lutam, que brigam. Não existem somente “bovinos” neste país.

Mas o que ocorreu que me fez ver que nem todos são bovinos? Podem ver a matéria completa neste link.

O que ocorreu foi um protesto por parte de estudantes da USP, que se revoltaram quando policiais que faziam ronda dentro do câmpus prenderam 3 estudantes que estavam fumando maconha. Vários estudantes se revoltaram contra a polícia e então começaram as brigas.

Como disse, nem tudo está perdido do modo como eu pensava. Está perdido de um modo muito, mas muito pior mesmo.

Políticos roubam, deixam a população emburrecida, não ligam para a violência, nos deixam sem saúde e contra o que aqueles “seres evoluídos” protestam? Contra a prisão de quem estava cometendo um crime. Agora nossos “estudantes” protestam com o pouco de atitude certa que ainda se faz neste país.

Será que é por que eles estão treinando para se tornarem nossos representantes no futuro?

Receio que sim…

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

É difícil fazer o certo…

2 comentários até o momento. Que tal deixar o seu?

Acompanhem a conversa abaixo. O nome da atendente foi trocado.

Maria da Silva

Bom dia, Sr (a) Carlos Henrique Leda, seja bem-vindo(a) ao atendimento on-line da CPFL Paulista, em que posso ajudá-lo(a)?

Carlos Henrique Leda:

ola, na rua em que trabalho um cabo (que imagino ser de energia) está frouxo, estando a menos de 3 metros do chão

Carlos Henrique Leda:

e qq caminhão que passar pode enroscar e provocar um acidente

Maria da Silva

Sr. Carlos, por favor, informe a cidade e o Código de sua conta de energia elétrica, encontra-se na primeira tarja laranja.

Carlos Henrique Leda:

a rua é a Xxxxxx Xxxxxxxx, na cidade de Xxxxxx, SP

Carlos Henrique Leda:

estou no serviço, não tenho o meu código aqui comigo

Maria da Silva

Próximo a qual número está o fio Sr. Carlos.

Carlos Henrique Leda:

somente estou entrando em contato pois vi um caminhão passar ao lado, e caso ele tivesse virado na rua poderia ter provocado o acidente

Maria da Silva

Próximo a qual número está o fio Sr. Carlos.

Carlos Henrique Leda:

é na esquina entre as ruas Xxxxxx Xxxxxxxx e Xxxxxx Xxxxxxxx

Carlos Henrique Leda:

a 100 metros do mercado Xxxxxxxxx

Maria da Silva

Preciso de um número de referência Sr. Carlos. Sem esta informação, não conseguiremos solicitar verificações.

Carlos Henrique Leda:

é bem na esquina, a empresa onde eu trabalho fica no número 999

Carlos Henrique Leda:

mas é na esquina, no cruzamento. não fica na frente de nenhum número

Maria da Silva

Certo. Por favor, aguarde um momento.

Maria da Silva

Sr. Carlos, devemos informar que não localizamos na rua informada o número 999. Tem disponível à partir do número 999.
Podemos solicitar verificações nesta número?

Carlos Henrique Leda:

eu trabalho na Rua Xxxxxx Xxxxxxxx, 999

Carlos Henrique Leda:

na outra rua não temos número, pois não tem nada de frente para ela

Maria da Silva

O fio está na esquina correto?

Carlos Henrique Leda:

mas se forem na primeira rua e procurarem esta onde eu trabalho estarão na esquina onde está o problema

Maria da Silva

O fio está na esquina correto?

Carlos Henrique Leda:

exato. pelo que vi ele estava amarrado junto a outro, porém o fio que deixava os 2 amarrados partiu, deixando o fio com uma grande barriga

Maria da Silva

Entendo. Informe por favor se este fio está abaixo ou acima do braço de iluminação pública.

Carlos Henrique Leda:

o fio está há uns 3 metros no máximo do chão.

Maria da Silva

Pois se for abaixo do braço de iluminação pública, o fio não é pertencente à CPFL.

Maria da Silva

Entendo. Porém, precisamos saber se o fio que está com esta barriga, quando esticado, fica acima ou abaixo do braço de iluminação pública.

Carlos Henrique Leda:

Maria, isso é uma informação técnica demais para mim, eu não sei lhe dizer isso. porém somente sei que se algum caminhão passar e enroscar, levará tudo, este fio e tbm os de energia, que certamente serão arrastados em conjunto e dará trabalho para vocês

Carlos Henrique Leda:

eu não sei o que é este braço de iluminação pública

Maria da Silva

Eu entendo. Posso solicitar reparo Sr. Carlos, porém devemos informar que caso o fio não seja de propriedade da CPFL, nossa equipe não realizará o reparo. 
Por favor informe dois telefones para contato, fixo e celular.

Carlos Henrique Leda:

99 9999-9999 e 99 9999-9999

Maria da Silva

Aguarde mais um momento por gentileza.

Carlos Henrique Leda:

se não for da responsabilidade de vocês, é só informar a quem devo chamar que chamo

Maria da Silva

Por isso orientava o Sr. pois se for um fio grosso, o primeiro de baixo, trata-se de TV à cabo e internet. Se for os dois seguintes de baixo para cima, trata-se de telefonia. 
Apenas os fios que estão acima do braço de iluminação pública são da CPFL.

Maria da Silva

A situação descreve risco de acidente imediato Sr. Carlos?

Carlos Henrique Leda:

creio então que deva ser de TV a cabo, pelo que me falou. creio que sim, pois se algum veículo maior entrar na rua e enroscar, possivelmente arrastará muita coisa, trazendo vários prejuízos

Maria da Silva

Entendo. Solicitarei mesmo assim uma verificação. Caso seja de propriedade da CPFL o serviço será concluído tudo bem?

Carlos Henrique Leda:

e caso não seja, será feito o acionamento para a empresa responsável?

Maria da Silva

Será necessário o cliente solicitar reparo com a empresa responsável.

Carlos Henrique Leda:

certo, mas vocês poderiam me passar com exatidão qual é esta empresa, vendo o fio?

Maria da Silva

Caso o Sr. possa acompanhar o trabalho de nossa equipe, eles lhe informarão.

Carlos Henrique Leda:

ok

Conforme leram, reportei um problema a CPFL para que ela pudesse consertar um problema que caso fosse concretizado, poderia gerar vários problemas.

Na conversa foram alguns pontos que achei engraçado:

  1. O problema ocorria em um cruzamento, portanto sem número, e cruzamento é uma informação precisa, porém a atendente não  considerava assim
  2. Caso o problema não fosse de responsabilidade deles, seria simples para eles entrarem em contato com a empresa responsável e solicitar o reparo, e imagino que isso seria mais eficiente que uma pessoa fazer, pois seria uma empresa séria solicitando
  3. Pediram o telefone, porém caso o problema não fosse da responsabilidade deles eu não seria avisado. Então por que pediram o telefone?

Será que para fazer o certo tem que ter tanta paciência assim?

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O reparo foi feito em menos de 4 horas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Matamos milhares de Steve Jobs diariamente

1 comentários até o momento. Que tal deixar o seu?

Esta semana o mundo perdeu uma pessoa de nome Steve Jobs, e como é comum para os recém mortos, ele era uma pessoa maravilhosa, sempre fazia coisas maravilhosas e coisas do gênero.

Não sei o quanto é verdade ou não o que falaram sobre ele, tampouco se as verdades ditas foram exageradas ou não, no entanto sei que ele de fato conseguiu modificar este planeta.

Vi em uma reportagem que ele, nos inúmeros anos que ficou a frente da Apple, nunca realizou uma pesquisa de mercado para ver o que fazer, e isso me chamou muito a atenção.

E o argumento dele na verdade era uma frase dita por Henry Ford. Henry disse: “Se eu perguntasse a meus compradores o que eles queriam, teriam dito que era um cavalo mais rápido.

Modo muito interessante de se pensar. Não significa que sempre estará certo, como podemos perceber através de alguns fracassos na história profissional do Steve Jobs, mas significa que pode sim fazer a diferença, e de um modo muito mais intenso e arrebatador do que qualquer ação proveniente de uma pesquisa de campo.

Mas se você trabalha em uma empresa, e sugere fazer algo sem um estudo de campo, baseado na sua percepção de mundo, nos seus conhecimentos, sua habilidade, suas análises e suposição tenho certeza que um percentual muito grande de empresas nem bola dará para você, falarão que não é assim que se faz, que quem é você para dizer o que deve ser feito, se existem métodos “eficazes” de se descobrir isso.

Ou será que estou errado neste pensamento?

Imaginem o mundo atual sem a brilhante mente do Steve Jobs? Como estaríamos? Será que no mesmo ponto? Possivelmente não, pois se estivéssemos no mesmo ponto, as pessoas não diriam tão entusiasticamente que ele mudou o mundo. E o que precisaria acontecer para que tudo o que ele criou não fosse criado? Somente que as pessoas ao seu redor dissessem que ele estava errado, que não era assim que se criava um produto, que pesquisa de campo era necessário e mais um monte de coisas que nos “ensinam” nos cursos caros e que nos dão um grande status e “respeito” onde quer que trabalhemos.

Agora quantos que não possuem a mesma capacidade de persistência, ou de auto-confiança, ou então a mesma capacidade financeira do Jobs são tolhidos diariamente de suas ideias, suas propostas, seus planos de um mundo melhor, somente por não seguirem o que a sociedade chamou de “certo”, de procedimentos necessários para se conseguir alguma coisa.

Quando se faz algo do modo como nos ensinam, somente se é possível ir até onde se foi, nunca ninguém mudou o mundo fazendo as mesmas coisas que todos fazem. Vejam a história, analisem as grandes personalidades.

Se sairmos do ambiente empresarial e formos para o escolar, também podemos imaginar que milhares de mentes são mortas diariamente, pois não “pensam” como “se deve” pensar, não se faz do modo que se deve fazer, não escrevem do modo como se deve escrever. As escolas optam por matar os “Steve Jobs” existentes dentro de cada um para que todos sejam reprodutores dos padrões existentes. Qualquer pessoa “fora da curva” é ridicularizada, tratada como complicada, difícil, como arrogante.

E o mais engraçado de tudo isso é o paradoxo das pessoas. As mesmas pessoas que “matam” o potencial de milhares de pessoas são as mesmas a valorizar os que saíram da curva, porém com o dinheiro e a fama conquistados passaram de complicados, arrogantes, temperamentais para geniais, pessoas a frente do seu tempo.

Acho que se as pessoas pararem de se esforçar para moldar os demais poderemos em breve ter um mundo melhor, pois esta “preguiça” permitirá que as pessoas explorem todo o potencial que possuem, criem, experimentem, errem, acertem e sejam seres humanos melhores, pois terão realizado algo, ao invés de somente se permitirem serem levados pela manada.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Rafinha Bastos

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Estes últimos dias ocorreu um tremendo bafafá a respeito de uma piada que Rafinha Bastos fez após uma entrevista com a cantora Wanessa Camargo.

Ele disse que “comia ela e o bebê”.

Pronto, criou-se um alvoroço todo, muita matéria para vários jornais, programas de fofoca, jornais impressos. Certamente apareceram várias pessoas dizendo que isso que ele fez é isso, que é aquilo, que ele deve se retratar, que ele se acha acima do bem e do mal, e mais um monte de comentários.

Juro que tento entender o motivo de tanto alvoroço, porém não consigo.

Vocês podem ficar espantados e questionarem: “Mas Carlos, ele disse que faria uma atrocidade com um bebê, e como você não fica pasmo com isso?”.

Não fico pasmo pois não acho que ele falou isso, pois como meu pouco conhecimento da língua sei que as palavras possuem significados diferentes dependendo da pessoa, e a ironia, o sarcasmo e as analogias não explícitas também fazem parte de uma língua, porém isso não é algo tão direto de se entender, como o que “foi dito”.

Quantas vezes nós não dizemos quando um filho pergunta se pode fazer algo “Claro”, querendo dizer exatamente o oposto. Este é um recurso muito comum, principalmente com uma certa entonação na palavra.

Aí se alguém ouvisse poderia dizer que o pai autorizou o filho, sendo que na verdade o que houve foi exatamente o oposto.

O que quero dizer com isso é que palavras não são exatas, como os números, e o significado de uma palavra ou frase certamente é diferente de uma pessoa para outra.

Então será que o Rafinha disse exatamente o que “todo mundo” ouviu, ou “todo mundo” resolveu ouvir ofensa?

Vejo a frase do Rafinha como um elogio, isso mesmo, um elogio. Há uma expressão que diz “desta fruta eu como até o caroço”, que é utilizada para expressar algo que é muito bom. Claro que ninguém comerá o caroço de uma fruta, a pessoa somente está dizendo, de modo figurado, que a fruta muito boa, fora do comum.

Então, se pegarmos esta frase e “contextualizarmos” com a Wanessa resultaria na frase dita por ele. Uma simples analogia utilizando-se de uma expressão popular.

Estou viajando? Talvez sim, mas e se não estou? E se realmente o que houve foi este jogo de palavras, esta contextualização, este elogio a beleza da cantora?

Não estou aqui dizendo que ele pensou nisso, somente estou levantando uma possibilidade que ainda não vi sendo levantada em nenhum lugar, por nenhuma pessoa.

O que vi foi uma infinidade de pessoas revoltadas, descendo o pau, tecendo comentários extremamente grosseiros, classificando-o de inúmeros adjetivos nada simpáticos, e principalmente muita gente dodói por aí.

Parece que atualmente qualquer coisa faz com que as pessoas fiquem mal, tristes, deprimidas, e SE ofendam. Estamos em uma geração extremamente sensível, de pessoas mimadas, que qualquer coisa choram e se correm para as saias das suas mães.

É preciso pensar um pouco a respeito das coisas, utilizar situações como esta para ver se estão realmente fazendo algo de bom para o mundo ou somente seguindo a onda, que convenhamos, não está nada legal.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A mutação da nossa sociedade

2 comentários até o momento. Que tal deixar o seu?

Cenário 1: João não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba os colegas.

• Ano 1959: É mandado à sala da diretoria, fica parado esperando 1 hora, vem o diretor, lhe dá uma bronca descomunal e até umas reguadas nas mãos e volta tranqüilo à classe. Esconde o fato dos pais com medo de apanhar mais. Pronto.

• Ano 2011: É mandado ao departamento de psiquiatria, o diagnosticam como hiperativo, com transtornos de ansiedade e déficit de atenção em ADD, o psiquiatra receita Rivotril. Transforma-se num zumbi. Os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz e processam o colégio

Cenário 2: Luis, de sacanagem quebra o farol de um carro, no seu bairro.

• Ano 1959: Seu pai tira a cinta e lhe aplica umas sonoras bordoadas no traseiro. A Luis nem lhe passa pela cabeça fazer outra nova "cagada", cresce normalmente, vai à universidade e se transforma num profissional de sucesso.

• Ano 2011: Prendem o pai de Luis por maus tratos. O condenam a 5 anos de reclusão e, por 15 anos deve abster-se de ver seu filho. Sem o guia de uma figura paterna, Luis se volta para a droga, delinqüe e fica preso num presídio especial para adolescentes.

Cenário 3: José cai enquanto corria no pátio do colégio, machuca o joelho. Sua professora Maria, o encontra chorando e o abraça para confortá-lo...

• Ano 1959: Rapidamente, João se sente melhor e continua brincando.

• Ano 2011: A professora Maria é acusada de não cuidar das crianças. José passa cinco anos em terapia pelo susto e seus pais processam o colégio por danos psicológicos e a professora por negligência, ganhando os dois juízos. Maria renuncia à docência, entra em aguda depressão e se suicida...

Cenário 4: Disciplina escolar

• Ano 1959: Fazíamos bagunça na classe... O professor nos dava uma boa "mijada" e/ou encaminhava para a direção; chegando em casa, nosso velho nos castigava sem piedade e no resto da semana não incomodávamos mais ninguém.

• Ano 2011: Fazemos bagunça na classe. O professor nos pede desculpas por repreender-nos e fica com a culpa por fazê-lo. Nosso velho vai até o colégio dar queixa do professor e para consolá-lo compra uma moto para o filhinho.

Cenário 5: Horário de Verão.

• Ano 1959: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. Nada acontece.

• Ano 2011: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. A gente sofre transtornos de sono, depressão, falta de apetite, nas mulheres aparece até celulite.

Cenário 6: Fim das férias.

• Ano 1959: Depois de passar férias com toda a família enfiados num Gordini ou Fusca, é hora de voltar após 15 dias de sol na praia. No dia seguinte se trabalha e tudo bem.

• Ano 2011: Depois de voltar de Cancun, numa viagem 'all inclusive', terminam as férias e a gente sofre da síndrome do abandono, "panic attack", seborréia, e ainda precisa de mais 15 dias de readaptação...

Cenário 7: Saúde.

• Ano 1959: Quando ficávamos doentes, íamos ao INPS aguardávamos 2 horas para sermos atendidos, não pagávamos nada, tomávamos os remédios e melhorávamos.

• Ano 2011: Pagamos uma fortuna por plano de saúde. Quando fazemos uma distensão muscular, conseguimos uma consulta VIP para daqui a 3 meses, o médico ortopedista vê uma pintinha no nosso nariz, acha que é câncer, nos indica um amigo dermatologista que pede uma biópsia, e nos indica um amigo oftalmologista porque acha que temos uma deficiência visual. Fazemos quimioterapia, usamos óculos e depois de dois anos e mais 15 consultas, melhoramos da distensão muscular.

Cenário 8: Trabalho.

• Ano 1959: O funcionário era "pego" cera (fazendo nada). Tomava uma regada do chefe, ficava com vergonha e ia trabalhar.

• Ano 2011: O Colaborador pego "desestressando" é abordado gentilmente pelo gestor que pergunta se ele está passando bem. O colaborador acusa-o de bullying e assédio moral, processa a empresa que toma uma multa, o colaborador é indenizado e o gestor é desligado.

Cenário 9: Assédio.

• Ano 1959: A colega gostosona recebe uma cantada de Ricardo. Ela reclama, faz charminho mas fica envaidecida, saem para jantar, namoram e se casam.

• Ano 2011: Ricardo admira as pernas da colega gostosona quando ela nem está olhando, ela o processa por assédio sexual, ele é condenado a prestar serviços comunitários. Ela recebe indenização, terapia e proteção paga pelo estado.

Cenário 10: Comportamento.

Ano 1959: Homem fumar era bonito, dar o rabo era feio.

Ano 2011: Homem fumar é feio, dar o rabo é bonito.

Pergunta-se:

Em que momento foi, entre 1959 e 2011, que nos transformamos neste bando de imprestáveis?